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Socorrista relata cenas de horror durante exumação de colegas mortos por Israel em Gaza

BRCOM by BRCOM
abril 3, 2025
in News
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Pessoas próximas a uma ambulância danificada em ataque israelense em frente ao hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza — Foto: MOMEN AL-HALABI / AFP

O Exército de Israel anunciou nesta quinta-feira uma investigação para apurar o massacre contra 15 socorristas palestinos mortos em Gaza em 23 de março. No último domingo, seus corpos foram encontrados em uma vala comum, ao lado dos destroços das ambulâncias bombardeadas. Segundo relatos obtidos pelo jornal espanhol El País, alguns estavam amarrados e apresentavam marcas de tiro à queima-roupa. Autoridades israelenses alegam que os veículos não estavam identificados e afirmam ter atacado “terroristas”. O caso é o mais mortal contra profissionais de saúde em um ano e meio de guerra.

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Ibrahim Abu al-Kass, socorrista do Crescente Vermelho, descreveu o horror de encontrar os colegas mortos em uma vala comum. Ele contou ao El País que, no início, o grupo tentou usar pás para escavar os destroços, mas, ao encontrar os primeiros sinais do ataque, mudaram de tática:

— Os disparos não cessaram durante as operações de busca — relatou Abu al-Kass, que perdeu sua casa em Gaza durante os bombardeios e agora vive como deslocado em Deir al-Balah. — Os corpos estavam completamente mutilados, com ferimentos por toda parte e brutalmente alvejados a uma distância muito curta. Usamos as mãos para resgatá-los e não danificá-los ainda mais.

O diretor do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês), Jonathan Whittall, que também participou da missão de recuperação dos corpos, descreveu a cena como “uma experiência chocante”.

— As ambulâncias foram atingidas uma a uma — disse à AFP, relatando a destruição dos veículos ao lado da vala comum.

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  • ‘Assassinados enquanto salvavam vidas’
      • Socorrista relata cenas de horror durante exumação de colegas mortos por Israel em Gaza

‘Assassinados enquanto salvavam vidas’

Os relatos se baseiam em imagens do local, testemunhos de sobreviventes e comunicados oficiais. O Crescente Vermelho Palestino, a Defesa Civil de Gaza e a ONU divulgaram os nomes e fotos das vítimas. Segundo as instituições, as ambulâncias estavam identificadas e participavam de uma missão de resgate em Tel al-Sultan, Rafah, área sob controle israelense.

“Foram assassinados enquanto tentavam salvar vidas. Exigimos respostas e justiça”, declarou Tom Fletcher, chefe de Assuntos Humanitários da ONU, em uma postagem no X. O Crescente Vermelho classificou o ataque como “crime de guerra”. Em comunicado, a Defesa Civil de Gaza afirma que “alguns dos corpos foram amarrados e baleados no peito e na cabeça, e um deles foi decapitado”, enquanto outros foram “cortados em pedaços”.

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Segundo o porta-voz militar israelense Nadav Shoshani, o caso foi transferido para um órgão apropriado de investigação nesta quinta-feira. A versão oficial israelense afirma que os militares identificaram “veículos suspeitos” avançando sem sinalização e abriram fogo. Depois, alegam ter identificado um membro do braço armado do Hamas e “outros oito terroristas” entre os mortos. Em uma postagem no X, Israel afirmou que os “terroristas” frequentemente usam “instalações e equipamentos médicos para suas atividades”.

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Dos 15 corpos recuperados, oito eram membros do Crescente Vermelho, seis da Defesa Civil e um era funcionário da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês). Além deles, um membro do Crescente Vermelho está desaparecido, e as organizações humanitários acreditam que ele possa estar sob custódia dos israelenses.

De acordo com as informações disponíveis até o momento, a ação começou com um bombardeio aéreo no local, para onde militares israelenses se deslocaram mais tarde para concluir o ataque. Isso explicaria, além dos danos aos veículos — cinco ambulâncias, um caminhão de bombeiros e um jipe da ONU —, os ferimentos à queima-roupa e as mutilações relatadas, e o fato de que alguns dos corpos terem sido jogados em uma vala comum.

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Desde 23 de março, as organizações humanitárias tentaram obter permissão para acessar o local e resgatar os corpos, mas foram impedidas repetidamente. As operações de busca foram dificultadas por tiros incessantes na região.

Fontes militares israelenses informaram à AFP que tentaram coordenar a retirada dos corpos, mas, devido a “limitações operacionais”, cobriram-nos com lençóis e terra “para evitar a deterioração”. O Exército não desmentiu oficialmente a existência da vala comum.

Pessoas próximas a uma ambulância danificada em ataque israelense em frente ao hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza — Foto: MOMEN AL-HALABI / AFP

Segundo Whittall, durante uma das tentativas de acessar a área, sua equipe do Ocha encontrou “centenas de civis fugindo sob disparos”. “Vimos uma mulher baleada na nuca. Quando um jovem tentou resgatá-la, ele também foi atingido”, escreveu no X, acrescentando que a equipe conseguiu recuperar o corpo da vítima com um veículo da ONU.

— O assassinato seletivo de equipes de resgate, protegidas pelo direito humanitário internacional, é uma violação flagrante da Convenção de Genebra e um crime de guerra — disse Basem Naim, uma autoridade sênior do Hamas, ao jornal espanhol.

Após o resgate no domingo, o hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, recebeu os corpos, em meio a cenas de luto de centenas de pessoas reunidas no local. O funeral foi realizado na segunda-feira.

A escalada da violência em Gaza já deixou mais de 50 mil mortos desde o início do conflito, a maioria mulheres e crianças. Israel mantém jornalistas independentes fora da Faixa de Gaza, impossibilitando uma cobertura direta dos eventos. A ONU e diversas organizações denunciam graves violações do direito humanitário internacional.

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