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Minas terrestres e explosivos deixaram mais de 700 mortos desde a queda de Assad na Síria, afirma Cruz Vermelha

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abril 3, 2025
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Minas explosivas desarmadas empilhadas na região de Idlib — Foto: Omar HAJ KADOUR / AFP

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) revelou nesta quinta-feira que mais de 700 pessoas morreram na síria desde dezembro do ano passado, quando um levante derrubou o ditador Bashar al-Assad, vítimas de minas terrestres e explosivos. Segundo a organização, um número relacionado ao retorno de milhares de refugiados a seus lares após o fim do regime, mas também à tensa situação de segurança no país.

Em comunicado, Stephan Sakalian, chefe da delegação da Cruz Vermelha na Síria, cita que entre o dia 8 de dezembro de 2024, quando Assad viu o regime de cinco décadas ruir após um levante liderado por grupos armados de oposição, e o dia 25 de março, 748 pessoas morreram vítimas de explosivos — 500 mortes ocorreram apenas em 2025.

“Minas terrestres e artefatos explosivos tiraram a vida de crianças enquanto brincavam em Daraa e Hama, mulheres ficaram feridas enquanto coletavam lenha ou sucata em Deir-ez Zor e Idlib, fazendeiros ficaram mutilados enquanto trabalhavam em seus campos em Douma”, escreveu Sakalian.

No ano passado, foram registradas 912 mortes entre janeiro e o início de dezembro.

Para a Cruz Vermelha, o aumento no número de vítimas está diretamente relacionado à queda de Assad no ano passado, ocorrida após uma rápida insurreição armada, e também aos recentes confrontos entre as forças pró-governo e grupos leais ao antigo regime.

No mês passado, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos apontou que mais de 1,5 mil pessoas morreram em uma operação de Damasco na região de Latakia, lar da minoria alauita e bastião político de Assad. Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, houve um massacre deliberado de civis, que deve ser investigado como “crime de guerra”.

Minas explosivas desarmadas empilhadas na região de Idlib — Foto: Omar HAJ KADOUR / AFP

Além da instabilidade pós-Assad, a Síria ainda enfrenta o legado mortal de quase 14 anos de guerra civil, e também os efeitos colaterais do conflito indireto entre Irã e Israel — os bombardeios israelenses foram uma constante nos últimos anos, especialmente após o início da guerra na Faixa de Gaza contra o grupo terrorista Hamas, em outubro de 2023. Os ataques aéreos e incirsões terrestres continuaram após a queda de Assad, e o novo regime sírio acusa os israelenses de tentarem “desestabilizar” o país.

“Veículos militares abandonados, potencialmente carregados com munição ou explosivos, e estoques de armas negligenciados aumentaram a exposição civil. Enquanto isso, ataques militares em todo o país em locais de armazenamento de armas e munições espalharam ainda mais munições explosivas mortais, colocando mais comunidades em risco”, afirma Sakalian.

O retorno de civis após a queda do regime — segundo a ONU, 750 mil refugiados internos e externos retornaram às suas casas desde o fim do ano passado — também os colocou em situação de perigo: algumas das áreas abandonadas há anos escondem uma quantidade considerável de minas terrestres, munições não detonadas e outros perigos.

“Mais da metade da população da Síria enfrenta riscos letais diários, e as crianças são particularmente vulneráveis, com uma em cada três vítimas de munições explosivas sendo uma criança”, aponta Sakalian. “Devido à contaminação generalizada por armas, comunidades em muitas áreas do país enfrentam desafios no acesso a cuidados de saúde, educação e necessidades básicas, pois temem navegar nas áreas afetadas. Os agricultores também temem cultivar suas terras ou criar gado, piorando a insegurança alimentar.”

Pessoas visitam túmulos de parentes e amigos durante a celebração do Eid el-Fitr, que marca o fim do mês do Ramadã — Foto: Bakr ALKASEM / AFP
Pessoas visitam túmulos de parentes e amigos durante a celebração do Eid el-Fitr, que marca o fim do mês do Ramadã — Foto: Bakr ALKASEM / AFP

A Síria — assim como EUA,Rússia e as duas Coreias — não é signatária do Tratado de Ottawa, de 1997, também conhecido como Convenção sobre a Proibição do Uso, Armazenamento, Produção e Transferência de Minas Antipessoais e sobre a sua Destruição, e as novas autoridades em Damasco não deram qualquer sinalização sobre uma adesão futura. Estima-se que além do incontável número de minas e explosivos não detonados, os arsenais sírios armazenem dezenas de milhares de armamentos do tipo.

— Não podemos dizer que qualquer área na Síria esteja a salvo de resquícios de guerra — afirmou, em entrevista ao jornal Guardian, no mês passado, Mohammed Sami Al Mohammed, coordenador do programa de ação contra minas da Defesa Civil Síria, também conhecida como Capacetes Brancos. — Há países onde as guerras terminaram há 40 anos, mas eles ainda não conseguem eliminar completamente esse perigo. A questão não é tão simples e o que aconteceu na Síria é muito mais devastador do que o que ocorreu em outros lugares.

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