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Empregados faltam mais ao trabalho e afetam resultado financeiro das empresas

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abril 8, 2025
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Unidade produtiva da Vulcabras, em Horizonte, no Ceará — Foto: Abicalçados/Divulgação

o divulgar seus resultados financeiros do último trimestre de 2024, o diretor de Relações com os Investidores da Vulcabras, Wagner Dantas, citou um motivo pouco comum para justificar o aumento do custo de produção: o absenteísmo. Para a dona de marcas esportivas como Olympikus e Mizuno, o aumento das faltas de trabalhadores acabou levando a um maior custo de mão de obra por hora na produção no quarto trimestre do ano.

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Na teleconferência para divulgar os resultados, Dantas dissera que a origem do fenômeno era difícil de cravar, mas foi percebido “no Brasil como um todo” e não algo restrito às fábricas. Na terceira e última reportagem da série sobre as mudanças nas relações de trabalho, reduzir as faltas entrou no radar das empresas e até do Ministério Público do Trabalho.

O fenômeno não é só no setor de calçados. Seis em cada dez indústrias (59%) do setor têxtil relataram aumento no absenteísmo no ano passado frente a 2023, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), feito em fevereiro.

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Para Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Abit, o dado acende uma luz amarela no setor. Embora não haja uma explicação clara para o fenômeno, ele explica que o aumento das faltas se insere num contexto de mercado de trabalho aquecido, com a taxa de desemprego nas mínimas históricas. Atrair e reter funcionários ficou mais difícil.

Cerca de 95% das empresas do setor têxtil disseram ter dificuldades para contratação de mão de obra, sendo 38% de pessoal para todas as funções, 8% de trabalhadores qualificados e 3% por valor da remuneração esperada acima do possível.

Isso numa situação onde a maioria das companhias busca incentivar trabalhadores a ter mais produtividade. De acordo com a pesquisa, 76% afirmaram que pagam salários maiores do que os previstos em convenção coletiva, enquanto 49% premiam a maior produtividade do empregado por meio de benefícios e prêmios.

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— Os heads de pessoas têm que ter uma abordagem estruturante e holística para entender essa mecânica e desenvolver as melhores atratividades — disse Pimentel.

Segundo ele, a falta de mão de obra é preocupação que também atinge o varejo.

— É um caso generalizado. Supermercados têm adiado a abertura de lojas por falta de mão de obra. Ou começam o processo de contratação bem antes do que faziam anteriormente, dadas as circunstâncias. Quem precisa de mais pessoas sofre mais, e não tem bala de prata — diz Pimentel, ao citar a atração de alunos de escolas técnicas para mão de obra no setor.

“A grande maioria (das faltas) está muito vinculada às ausências injustificadas. Não tem atestado, não tem nada disso, e ocorre muito entre colaboradores com até um ano de empresa”, diz Daniela Paula Colombo, diretora jurídica e de desenvolvimento da Usaflex

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) confirma o maior número de faltas dos trabalhadores. Segundo Haroldo Ferreira, presidente-executivo da entidade, a migração de trabalhadores para a informalidade, impulsionada pelo comércio eletrônico, tem sido um problema.

Ele diz que muitos trabalhadores conciliam empregos formais com atividades informais, como trabalho em plataformas digitais, o que acaba aumentando as ausências. A maior parte dos afastamentos é por doença, com apresentação de atestado, ou simplesmente não tem justificativa, afirma.

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  • Benefício… só sem faltas
      • Empregados faltam mais ao trabalho e afetam resultado financeiro das empresas

Benefício… só sem faltas

A Usaflex foi uma das empresas que notou um aumento no absenteísmo nos primeiros meses do ano. A companhia afirma que o mercado de trabalho aquecido tem oferecido outras oportunidades, inclusive na informalidade, para além do desafio estrutural de reter jovens na indústria.

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— A grande maioria (das faltas) está muito vinculada às ausências injustificadas. Não tem atestado, não tem nada disso, e ocorre muito entre colaboradores com até um ano de empresa — diz Daniela Paula Colombo, diretora Jurídica e de Desenvolvimento Humano e Organizacional na Usaflex.

Unidade produtiva da Vulcabras, em Horizonte, no Ceará — Foto: Abicalçados/Divulgação

Por ser intensiva em mão de obra, a fábrica acompanha o nível de absenteísmo como um indicador importante para o planejamento da produção, explica Marcelo Guimarães, diretor de Operações da Usaflex:

— O absenteísmo já entra na conta do nosso planejamento, mas quando passa da taxa histórica é preciso remanejar pessoas dentro da fábrica ou buscar um recurso extra para compensar as ausências.

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A procuradora Cirlene Zimmermann, coordenadora nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT), diz que tem identificado reclamações de empresas sobre absenteísmo e práticas que tiram benefícios do trabalhador quando há falta:

— Já vimos que em alguns acordos e convenções coletivos, a concessão de benefícios como cesta básica ser condicionada à presença. Se faltar um dia, mesmo por doença, perde o benefício.

Segundo a procuradora, tem havido aumento dos afastamentos por transtornos mentais que são agora considerados doenças ocupacionais pelo INSS.

As concessões de auxílio doença pelo INSS cresceram 29% no ano passado. Segundo Adroaldo Portal, secretário de Regime Geral de Previdência, o aumento de concessões está relacionado à maior agilidade das perícias:

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— O tempo de espera caiu de 70 a 80 dias para 45 dias. E dobramos o número de peritos.

Nessa conta entra o Atestmed, a concessão de benefício pela internet, com apresentação de atestados. Na visão do MPT, isso pode prejudicar o reconhecimento de doença ocupacional.

— Sem avaliação do perito, o trabalhador pode perder. Quando há relação com o trabalho, o depósito do FGTS é mantido e há estabilidade de um ano após a volta da licença — explica Cirlene.

Portal afirma que afastamentos de 180 dias para cima exigem perícia presencial. E, se for atestado o vínculo com o trabalho, o benefício é retroativo.

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