O capotamento de um ônibus da companhia Real Expresso na madrugada de ontem deixou 11 pessoas mortas e 36 feridas em Araguari, no Triângulo Mineiro. Parte dos passageiros foi atirada para fora do veículo, enquanto outros ficaram presos às ferragens. Entre os mortos, estão duas crianças de 2 e 6 anos, que eram irmãs.
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O ônibus levava 53 passageiros de Goiânia para Ribeirão Preto (SP), depois de parar para embarques em Anápolis e Caldas Novas, em Goiás. O motorista teria perdido o controle da direção, atravessado o canteiro central que liga duas rodovias e capotando na alça de acesso, em um ponto conhecido como “Trevo do Queixinho”, segundo o Corpo de Bombeiros.
Os feridos foram levados a unidades de saúde da região, como o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, onde uma mulher em estado grave acabou morrendo, e a Unidade de Pronto Atendimento de Araguari. Um bebê de seis meses, irmão das duas crianças mortas, foi internado em estado grave no Hospital Sagrada Família de Araguari com a mãe, que sofreu um ferimento na clavícula. A prefeitura de Araguari chegou a informar que a UPA do município ficou com superlotação por causa do atendimento aos passageiros.
Ao serem atiradas do ônibus pela força do choque, os passageiros tiveram parte do cabelo arrancada e fraturas expostas nos braços. Pelo menos um deles teve de sofrer uma amputação, segundo as equipes que socorreram as vítimas. O motorista saiu ileso.
— O veículo, ao capotar, ejetou diversos passageiros. Os indícios levam a crer que aqueles que foram atirados para fora, infelizmente e fatalmente, estavam sem o cinto de segurança — afirmou o major do Corpo de Bombeiros, Fabrício Silva Araújo.
Um dos passageiros, o engenheiro mecânico Alessandro Ártico, relatou que o motorista corria muito antes do acidente, o que foi confirmado por outras pessoas que estavam no ônibus à Polícia Militar Rodoviária, segundo o g1. Ártico contou que o veículo teria saído atrasado de Goiânia.
— O motorista, na imprudência, estava em alta velocidade. Ele chegou a dizer em uma parada que iria acelerar para tirar o atraso. No momento do acidente, dentro do ônibus, era uma cena de terror. Braços amputados, crânios esmagados, crianças chorando — contou o engenheiro mecânico.
A Polícia Civil informou que conduziu o motorista para a delegacia de plantão de Araguari para prestar depoimento e que depois ele foi liberado por falta de elementos para a prisão e porque ele prestou socorro às vítimas. O nome do motorista não foi divulgado e as circunstâncias do acidente ainda são apuradas. Vítimas e testemunhas também foram ouvidas pela polícia.
O Corpo de Bombeiros de Araguari informou que dos 36 feridos, 18 foram levados para hospitais. Os outros 18 tiveram ferimentos leves e recusaram atendimento.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que o ônibus estava com a documentação e os cadastros regulares para o transporte interestadual de passageiros e instaurou processo administrativo sobre o caso. A agência acrescentou que fornecerá todas as informações necessárias às autoridades “para apoiar as investigações” do desastre. Nas redes sociais, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se solidarizou com os parentes das vítimas.
A Real Expresso informou que mobilizou equipes para dar apoio às vítimas e trabalha “em estreita colaboração com as autoridades responsáveis para investigar as causas do acidente”. A companhia também disponibilizou um canal de atendimento 24 horas para fornecer informações sobre as vítimas. A prefeitura de Araguari decretou luto de três dias. (com g1)