Conhecido por sua sensibilidade a respeito do mundo carcerário, Francisco permaneceu quase 30 minutos na prisão localizada no bairro turístico de Trastevere. A penitenciária, deteriorada e superlotada, funciona em um antigo convento do século XVII e é a maior da capital italiana.
— Cada vez que entro nestes lugares, me pergunto: “por que eles e não eu?”. Vivo (a Páscoa) como posso. — declarou aos jornalistas, que o questionaram através da janela de seu tradicional Fiat 500.
O jesuíta argentino, ao contrário dos anos anteriores, não realizou o tradicional ritual de lavagem dos pés, que recorda o gesto de Cristo com seus apóstolos.
— Este ano, não posso fazê-lo, mas sim, eu posso e quero estar perto de vocês. Rezo por vocês e por suas famílias — disse o Papa que, em teoria, deveria descansar por dois meses antes de voltar ao trabalho.
Na tradição cristã, a Quinta-Feira Santa recorda a Última Ceia de Cristo com seus 12 apóstolos. É um dos momentos mais significativos da Semana Santa, que relembra os últimos dias de Jesus antes de sua ressurreição na Páscoa.
Desde sua eleição em 2013, Francisco celebra esta cerimônia fora do Vaticano, em centros de detenção para integrantes da máfia arrependidos, mulheres, menores de idade, assim como com enfermos ou pessoas marginalizadas.
Em 23 de março, o Papa retornou ao Vaticano após 38 dias internado para tratar uma pneumonia dupla que deixou sua vida em risco. Apesar dos avanços em seu estado de saúde, o quadro do pontífice continua delicado e ele retomou progressivamente suas aparições públicas nos últimos dias.
Francisco, no entanto, não presidirá a Vigília Pascal do sábado à noite, nem a missa do Domingo de Páscoa no Vaticano, que foram delegadas a cardeais.