Depois de integrar sua assistente de inteligência artificial às redes sociais, a Meta anunciou nesta terça-feira que terá um aplicativo próprio de IA. O app, que acirra a disputa com o ChatGPT, da OpenAI, foi apresentado durante a LlamaCon, evento da empresa voltado para desenvolvedores de inteligência artificial.
O aplicativo foi desenvolvido com o modelo Llama 4, que é o “cérebro” por trás do sistema. A Meta aposta que um dos diferenciais do aplicativo será a integração com dados já compartilhados pelos usuários no Facebook ou Instagram, o que tornará as respostas “mais relevantes”, já que estão baseadas “em informações que você já escolheu compartilhar nos produtos da Meta”.
A integração de dados levanta preocupações sobre privacidade. No Brasil, a Meta foi obrigada a firmar, no ano passado, um plano de conformidade com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para poder usar informações públicas de usuários no treinamento de suas IAs. Meses depois, a empresa lançou no país o Meta AI, que fica integrado ao Instagram, Facebook e WhatsApp.
O lançamento do app, também chamado Meta AI, irá acontecer inicialmente nos EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Não há previsão para liberação no Brasil. Em nota, a empresa afirmou que está trabalhando com recursos como multimodalidade, voz e personalização “para mais pessoas ao redor do mundo”, mas que ainda não tem um cronograma sobre a expansão do app, que irá acontecer de forma gradual.
Entre as funcionalidades do aplicativo, estão as conversas com voz, geração e edição de imagens e busca de informações na internet em tempo real, como fazem outras IAs. O app terá também uma espécie de “feed”, como nas redes sociais, chamado de Discover. No espaço, os usuários poderão compartilhar sugestões de uso da inteligência artificial.
Na opção de voz, a IA terá um modo de “conversa” que, ao ser ativado, apresenta uma interação mais natural. Essa versão, que está em desenvolvimento, não tem acesso à internet ou a informações em tempo real “e pode apresentar falhas”, segundo a empresa. O recurso será disponibilizado inicialmente nos EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
O aplicativo também incorpora o gerenciamento dos óculos Ray-Ban Meta, substituindo o antigo app Meta View. “Assim que o aplicativo for atualizado, todos os seus dispositivos pareados, configurações e mídias serão transferidos automaticamente para a nova aba Dispositivos”, afirma a empresa.
A versão para desktop da Meta AI também foi atualizada, ganhando interações por voz e, em alguns países, testes de novas ferramentas como um editor de documentos com suporte a exportação em PDF. A empresa também está estudando como integrar a interação na IA a partir de documentos, função que existe em apps concorrentes como ChatGPT e Gemini, do Google.