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‘ Eu tenho muito orgulho das minhas escolhas’

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maio 1, 2025
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Com direção e texto de Marcio Abreu, Renata Sorrah, Rodrigo Bolzan, Rafael Bacelar, Bárbara Arakaki e Bixarte integram o elenco da peça "Ao vivi [da cabeça de alguém]" — Foto: divulgação/ nana moraes

Fluxo de pensamentos, imagens do cotidiano, tarefas, sonhos, memórias e mais uma infinidade de outros elementos atravessam as mentes humanas todos os dias. Das ideias mais ordinárias às mais profundas, que escancaram desejos e sentimentos. É mais ou menos isso que a Companhia Brasileira de Teatro se propõe a traduzir em “Ao vivo [dentro da cabeça de alguém]”, que estreia nesta quinta (2) no Teatro Municipal Carlos Gomes, na Praça Tiradentes. A cabeça em questão é a de uma atriz, interpretada por e inspirada em Renata Sorrah, que desde 2011 faz parte do premiado grupo de Curitiba, que está completando 25 anos.

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Sob direção de Marcio Abreu, também autor do texto, Renata, Rodrigo Bolzan, Rafael Bacelar, Bárbara Arakaki e Bixarte abordam, de forma não linear e com linguagem pouco convencional, temas contemporâneos como etarismo, transfobia, machismo, violência e a vida agitada do cotidiano. Como uma grande colagem de ideias.

Com direção e texto de Marcio Abreu, Renata Sorrah, Rodrigo Bolzan, Rafael Bacelar, Bárbara Arakaki e Bixarte integram o elenco da peça “Ao vivi [da cabeça de alguém]” — Foto: divulgação/ nana moraes

— A peça é sobre o público, sobre o outro, sobre a capacidade que a gente tem de imaginar e sonhar — sintetiza o diretor.

O estopim para o texto foi um momento de epifania vivido por Renata Sorrah em 1974, quando ela, hoje com 78 anos, participava de uma montagem (que se tornaria histórica) de “A gaivota”, de Anton Tchekhov, dirigida por Jorge Lavelli e com elenco que incluía Teresa Rachel, Sergio Britto, Carlos Augusto Strazzer e Cecil Thiré.

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— Eu estava no Aterro do Flamengo, indo para o ensaio, tive uma epifania, uma revelação, como se a minha cabeça tivesse aberto, e, de repente, eu entendi tudo. As ciências, a matemática, a química, a física, o tempo, a natureza, coisas filosóficas, o que que a gente está fazendo aqui, o que vem depois, como é que é o ser humano, o mistério da vida. Eu senti que tudo era simples— relembra a atriz.

Renata Sorrah na peça'AO VIVO [dentro da cabeça de alguém]' — Foto: Leo Martins
Renata Sorrah na peça ‘AO VIVO [dentro da cabeça de alguém]’ — Foto: Leo Martins

Apesar de as revelações terem sido efêmeras e de ela não se lembrar das respostas, Renata afirma que aquele momento marcou sua vida e acredita que “o gatilho foi o Tchekhov”.

— Todos os atores deviam fazer Tchekhov uma vez na vida. O texto dele te bota em um lugar sensível e é preciso acionar o que tem de mais bonito em você para fazer os personagens. Eu estava com uma megassensibilidade. Fiquei deslumbrada, como atriz e pessoa, e levei isso para o resto da minha vida. Essa sensibilidade aguçada me fez conhecer mundos que eu não conhecia — reflete Renata.

Já encenada em São Paulo, em Belo Horizonte e no Festival de Teatro de Curitiba, “Ao vivo [dentro da cabeça de alguém]” dialoga com a obra do autor russo, escrita em 1896 e considerada inovadora justamente por explorar pensamentos e sentimentos dos personagens. Mas tudo tendo Renata como ponto de partida, como explica Marcio, que ficou fascinado quando soube da tal epifania:

— Queria que a montagem tivesse a ver com o momento dela agora, com a vibração poderosa dessa artista hoje, e que tivesse também relação com sua trajetória artística.

A montagem também da sequência às pesquisas e experiências de “Voo livre”, “plataforma de criação” de Marcio apresentada em três partes — “Arte”, “Tempo” e “Futuro”— cuja base também foi “A gaivota”.

— Esses temas são estruturantes do pensamento dramatúrgico e literário de Tchekhov e de muitos outros — comenta o autor, que busca trazer para o público reflexões do campo individual para o coletivo.

Em oposição aos excessos de pensamentos e assuntos do texto de “Ao vivo”, a escolha do cenário foi minimalista, apenas com cadeiras e telões.

— Eu queria fazer essa peça só com o essencial, não queria que nada sobrasse — explica Marcio. — Se eu conto uma história e te dou alguns elementos essenciais para você imaginar aquilo, você se sente incluído, desperta o imaginário. Se eu mostro tudo, ilustro, é quase como se eu estivesse ocupando o teu lugar de imaginar aquilo que estou contando.

Com isso, Marcio sente ter atingido o objetivo por onde passou com a peça — ao menos percebe que deixou o público pensando.

Na leitura de Renata, esse tipo de abordagem é também um ponto de tangência com a obra do autor russo.

— Tchekhov falava que a gente tem que sempre buscar formas novas. Eu acho que é isso que eu busco na minha vida, o tempo todo. No meu ofício, na minha profissão e na vida também. Porque esse meu ofício, essa minha profissão é a minha vida. Eu não separo — reflete.

Nesse fluxo de novidades, Renata, que também habita o imaginário popular com papéis icônicos em telenovelas, como a vilã Nazaré Tedesco, de “Senhora do destino” (2004-2005), celebra a releitura da novela “Vale tudo”, com a qual ficou marcada por dar vida à célebre personagem Heleninha Roitman, em 1988, interpretada por Paolla Oliveira desta vez.

— Eu fiquei muito feliz com a escolha dela, porque eu tenho uma grande admiração por ela como pessoa, como mulher, na vida. É uma personagem maravilhosa, que me deu tanta alegria. É outra coisa, tem uma diferença muito grande da versão que eu fiz. O que eu gostaria é que não ficassem comparando. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa— explica atriz.

Para Renata, “Vale Tudo” e “Ao vivo” se assemelham a tantos outros papéis que acumula, em mais de 50 anos de carreira, em um ponto importante para ela:

— Eu tenho muito orgulho das minhas escolhas. Eu sempre trabalhei e fiz coisas em que eu acreditava, que eu queria fazer. Eu nunca fiz nenhum trabalho por outro motivo que não fosse a paixão pelo teatro, pela televisão, por essa minha ferramenta que é ser atriz.

Onde: Teatro Carlos Gomes, Centro. R$ 80. Quando: Estreia sexta-feira (2). Até 31 de maio. Qui a sáb, às 19h. Dom, às 18h.Classificação: 16 anos .

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