Nos 20 anos da novela, Juliana Silveira faz tributo a Floribella: ‘transformou minha vida’

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— Brincava: “gente, vocês iriam mesmo?” — relembra Juliana sobre os pedidos dos fãs nas redes sociais. — Eu publicava alguma lembrança, o engajamento era muito maior que os conteúdos normais. Os comentários todos pedindo (a volta).

O processo todo até entender a demanda e como seria atendida demorou seis anos e culminou neste espetáculo. Para o show, Juliana preparou um repertório com 18 hits de sucesso da época, entre eles “Tic-tac”, “Meu vestido azul” e “Garoto lindo”, que canta e dança ao lado de mais quatro bailarinos. Intercalado às canções, Juliana conta histórias da sua vida, trajetória profissional, como surgiu a oportunidade de fazer a personagem. Para além do show, há uma opção adicional de ingresso que permite um Meet & Greet, ou seja, um encontro individualizado para conversar, tirar fotos com a atriz.

— Transformou minha vida essa personagem. Eu estava pronta para pegar minhas coisas e ir fazer um intercâmbio em Londres, virar publicitária. Eu nunca imaginei que eu pudesse cantar, por isso não ia nem fazer o teste. A personagem me desenvolveu muito emocionalmente, abriu portas para que eu tivesse consciência de que a minha capacidade era muito maior do que eu imaginava— reflete Juliana.

Com a empreitada do show, a atriz estreia em uma função para a qual descobriu mais uma habilidade que não sabia que tinha. Agora na produção do espetáculo, ela tem preocupações para além dos desafios artísticos, que eram o foco na época da novela.

— Eu estou aprendendo tanta coisa que eu nunca imaginei que aos 45 anos fosse aprender. E as coisas estão se desdobrando muito rápido. Daqui a pouco eu vou estar em lugares que eu nem imaginei que poderia estar, como um festival, mas não posso dar muito spoiler — despista a atriz, que atravessava um período de insatisfação com a profissão e pensava até em voltar para a faculdade.

Todo esse mergulho no universo encantado e doce da personagem que era uma fonte lúdica de otimismo, doçura e bons sentimentos, depois de duas décadas, fez Juliana relembrar os desafios que enfrentou na gravação da novela. Ela atribui o sucesso da produção da companhia argentina RGB Entertainment a um “componente mágico”.

— Eu cheguei no camarim e não tinha nada, estava pelado, não tinha uma cadeira para eu sentar. Eu fui comprar um sofá, mandei entregar lá. A gente não tinha estrutura e mesmo assim fez aquilo dar muito certo. Não foi pelo cenário, que era incrível, foi porque realmente eram pessoas muito talentosas, muito bem escaladas, contando uma história incrível.

Deu tão certo que houve uma segunda “temporada” da novela — a primeira foi de abril a novembro de 2005 e a segunda de janeiro a 28 de agosto de 2006. Juliana Silveira conta que, na época, mesmo com a evidência de números altos de audiência, sabia do sucesso, mas não imaginava a dimensão.

— Com o show eu tenho contato direto com o público e dá para medir realmente o impacto que a “Floribella” deixou ali na vida de cada um — conta a atriz, que lotou, logo de cara, as quatro primeiras sessões, entre Rio e São Paulo, em janeiro. O show já seguiu para outras cidades, como Recife, e ela pretende seguir aumentando essa lista.