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Rio tem grandes construções esquecidas por décadas e cercadas por mata

BRCOM by BRCOM
maio 4, 2025
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Esqueleto. O famoso hotel da Estrada da Canoa: após 50 anos, gigante finalmente passa por obras para ser ocupado — Foto: Márcia Foletto

Na paisagem do Rio, há gigantes que adormecem no meio da floresta e em áreas de mata por décadas. São imensas construções esquecidas, que guardam histórias de falências e ideias descontinuadas. Uma das mais imponentes fica do lado da que hoje é uma das cinco maiores favelas do Brasil: Rio das Pedras, na Zona Oeste. Trata-se do Conjunto Residencial Delfin Imobiliária, com 15 prédios de dez andares, abandonados há mais de 40 anos e engolidos pelo verde, vizinho de uma comunidade onde, para muitos, moradia é improviso.

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Nesse cenário de vazios, até há boas notícias: um dos grandões deixados ao léu na cidade começa a “acordar”. É o Gávea Tourist Hotel, encravado na Floresta da Tijuca, em São Conrado, na Zona Sul. O local, que ficou conhecido como Hotel Esqueleto, passa por obras para ser transformado em um hotel boutique e um residencial. Já do outro lado da Baía de Guanabara, o Hotel Panorama, perto do Parque da Cidade, em Niterói, aguarda liberação de licença ambiental da prefeitura para também despertar.

Esqueleto. O famoso hotel da Estrada da Canoa: após 50 anos, gigante finalmente passa por obras para ser ocupado — Foto: Márcia Foletto

Mas o conjunto de Rio das Pedras segue num sono profundo. O empreendimento foi tema até de filme. “Redentor”, de 2004, dirigido por Claudio Torres, narra a história de Célio (Pedro Cardoso), cujo pai foi uma das pessoas que compraram apartamentos, que nunca foram entregues. Na ficção, o nome do empreendimento é Condomínio Paraíso. A trama se desenvolve a partir de uma invasão igual à que aconteceu na vida real, só que em 1991. Na época e fora da telona, cerca de seis mil pessoas, a maioria de Rio das Pedras, ocuparam os 982 apartamentos que estavam fechados por falta de habite-se. O então governador Leonel Brizola se recusou a usar a força policial para expulsar os moradores. Nessa luta, foram negociados novos terrenos na comunidade vizinha: o Areinha, o Areal II e o Pinheiro, hoje áreas favelizadas. Décadas depois, o conjunto continua despovoado, à espera de solução.

A construção dos prédios começou no fim dos anos 1970, estimulada pelo desenvolvimento da cidade em direção à Barra, e fazia parte de um projeto maior, que previa erguer 16 mil unidades habitacionais na região. Só que, no meio do caminho, a Delfin Imobiliária, responsável pelo empreendimento, faliu.

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Dos diversos condomínios panejados, apenas um foi concluído, mas pelo extinto Banco Nacional de Habitação (BNH) — depois incorporado pela Caixa Econômica Federal —, com 1,7 mil apartamentos. Destes, antes de falir, a Delfin já tinha vendido 216 imóveis nunca entregue aos donos.

Como foram construídos sobre um manguezal, as rachaduras, em geral no hall e nas garagens, logo começaram a aparecer. Há quem acredite que esta seja uma das razões para que os imóveis não tenham sido mais invadidos.

— A versão oficial é o risco de desabamento, pois a construção foi feita numa área pantanosa e sua estrutura está comprometida, com risco grande de cair. Se há outro motivo eu desconheço — afirma Renato Freitas, que mantém com o amigo Sérgio Barros o canal Vou de Drone, no YouTube, com imagens aéreas da cidade, incluindo as de construções abandonadas como a de Rio das Pedras, um de seus vídeos mais assistidos.

O arquiteto e urbanista Sérgio Magalhães explica que os prédios foram construídos numa área de turfa, que afunda. Com isso, fica inviável construir a parte de infraestrutura de esgoto e de água, assim como as ruas. Ele diz que o processo que aconteceu ali é semelhante ao que ocorreu com a Vila do Pan, também em Jacarepaguá, onde foi necessário construir uma laje para segurar a infraestrutura.

— Ficou uma situação inviável, um mico — disse.

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Se o conjunto de Rio das Pedras é o maior dos gigantes adormecidos, a carcaça do Gávea Tourist Hotel ganha em longevidade. O empreendimento na Estrada da Canoa foi idealizado nos anos 1950 também como um projeto grandioso, que previa mais de 30 mil metros quadrados de área construída e 440 quartos. Mas, na década de 1970, a construtora responsável pelo prédio de 16 andares fechou as portas e nunca concluiu as obras.

O espaço passou a ser chamado de Hotel Esqueleto e, mesmo sob nova gestão, continuou recebendo visita de curiosos que aproveitavam as ruínas como cenários para as redes sociais. O ator Cauã Reymond, o César de “Vale Tudo”, da TV Globo, é um dos que já posaram por lá. Mas, agora, o empreendimento vai voltar à vida com novo investimento.

Com o aval do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da prefeitura do Rio, as obras que já estão em andamento vão transformar o que era apenas carcaça em hotel boutique e residencial. A parte estrutural será recuperada para instalação das partes elétrica, hidráulica e de sistemas especiais como alarmes, prevenção de incêndio, detecção de intrusos, automação predial, sustentabilidade e eficiência energética, entre outros.

— Simultaneamente, trataremos dos projetos de arquitetura, bem como da recuperação do projeto de paisagismo original de Burle Max — explica Marcos Cumagai, conselheiro da Gávea Residence e Incorporações SPE, atual proprietária do imóvel.

Em Niterói. Hotel Panorama tem projeto de retomada que ainda não saiu do papel — Foto: Roberto Moreyra//26-9-2023
Em Niterói. Hotel Panorama tem projeto de retomada que ainda não saiu do papel — Foto: Roberto Moreyra//26-9-2023

Já o Hotel Panorama, nos limites do Parque da Cidade, no Morro da Viração, entre os bairros de São Francisco e Charitas, em Niterói, é outra construção que sempre atraiu visitantes pela vista deslumbrante. As obras começaram em 1959, sendo abandonadas dez anos depois pela Companhia Brasileira de Turismo.

O imóvel foi adquirido pela Capital 1 em 2016, que planeja a construção de 280 suítes no esqueleto e de outra edificação para abrigar piscina, anfiteatro e quadras. O plano, porém, está emperrado por conta de dificuldades com obtenção de licença ambiental da prefeitura de Niterói.

— Temos projeto aprovado, mas enfrentamos dificuldades burocráticas para aprovar o licenciamento ambiental. Esperamos que nos próximos seis meses saia a licença e, talvez, a gente já possa começar a obra no início do ano que vem — diz Antonio Carlos Osorio, sócio da Capital 1.

A prefeitura de Niterói informou que o empreendimento pode ser importante para o ecoturismo, mas que é preciso garantir a preservação ambiental. Acrescentou que, para obter a licença, o proprietário deve apresentar um plano de restauração florestal.

Sobre o Residencial Delfin, a prefeitura do Rio informou que o imóvel está sem licença válida e que seus responsáveis foram “intimados a regularizar a situação junto ao órgão”, mas não revelou quem são os atuais proprietários. A Caixa que não encontrou registro do conjunto em seus projetos.

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