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de sala-cofre a 34km de prateleiras apenas para obras raras

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maio 4, 2025
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Minúcia. O delicado restauro de um mapa de 1574: o primeiro atlas moderno — Foto: Leo Martins

Erguido no começo do século passado, o histórico e imponente prédio da Biblioteca Nacional foi um dos marcos arquitetônicos da antiga Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, no Centro do Rio. Projetada pelo engenheiro e general Francisco Marcelino de Souza Aguiar, a construção mistura traços do neoclassicismo e do estilo art nouveau. Por dentro, a beleza do edifício de cinco andares e 13 mil metros quadrados se impõe a ponto de fazer o visitante se esquecer de que está em um grande cofre — que guarda a memória do Brasil e de parte do mundo. Nos últimos dias, após o Rio se tornar a Capital Mundial do Livro, a instituição atraiu ainda mais a atenção de cariocas e turistas em busca de sua história e seu acervo.

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Minúcia. O delicado restauro de um mapa de 1574: o primeiro atlas moderno — Foto: Leo Martins

As primeiras obras — com apenas 60 mil peças — que formariam mais tarde a Biblioteca Nacional desembarcaram no Rio em 1808 junto com a Coroa Portuguesa, que fugiu de Portugal após a invasão de Napoleão Bonaparte. Dois anos depois foi fundada da Real Biblioteca, em salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, na Rua Direita, atual Rua Primeiro de Março.

O acervo cresceu exponencialmente, e a biblioteca se tornou a maior da América Latina, uma das dez maiores do planeta. Agora, são as obras brasileiras que cruzam os mares e os céus — fruto de acordo entre a instituição e a Marinha e a Aeronáutica. Desde 2023, já foram enviados livros daqui para quase todos os estados brasileiros e 29 países. A Biblioteca Nacional também é uma das poucas ao redor do mundo a ter um acordo de cooperação técnica com a Biblioteca do Vaticano, a mais antiga da Europa.

— Isso nos dá um lugar de soft power muito importante. O Ministério das Relações Exteriores continua fazendo a grande diplomacia, mas nós estabelecemos pontes culturais que são laços que se estruturam e estreitam — diz o presidente da Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi.

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  • Caminho (não só) do livro
  • E tudo isso para o leitor
      • de sala-cofre a 34km de prateleiras apenas para obras raras

Caminho (não só) do livro

Por lei, todas as publicações produzidas no país precisam ter cópias enviadas para a Biblioteca Nacional. E não apenas os livros. A legislação inclui jornais, partituras, CDs e DVDs, assegurando, assim, a preservação da memória cultural brasileira. Somente em 2024, foram 45.342 itens recebidos pelo Depósito Legal, uma média de cinco por hora.

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Antes de ser disponibilizado para consulta, o livro precisa ser “processado”. As informações são extraídas e inseridas nos sistemas de catálogo — organização fundamental num universo de milhões de itens.

Ao todo, a Biblioteca Nacional tem 34 quilômetros de prateleiras para armazenar essas obras. Se fossem enfieiradas a partir do edifício, elas chegariam até o espelho d’água da Praia do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes.

Entre as joias guardadas estão um milhão de manuscritos, alguns entre os mais preciosos do planeta, como os evangelhos de Mateus, Marcos Lucas e João, em grego, datados do século XI. Nesta seção, sob cuidados da bibliotecária Ana Lucia Merege, há quase três décadas na instituição, há outras preciosidades, como um livro com documentos da Inquisição portuguesa em Goa, na Índia, e a Carta de Abertura dos Portos, de 1808, com a assinatura de Dom João VI.

De valor inestimável, muitas dessas obras não estão disponíveis para consulta física pelos visitantes. As mais valiosas estão na sala-cofre, que tem dois quilômetros de prateleiras. Outro lugar reservado é o complexo de laboratórios, que, apesar de produzirem em escala quase industrial, demandam um trabalho artesanal. Neles, os funcionários são responsáveis desde a preservação à restauração dos itens. Cerca de 40 mil páginas são digitalizadas mensalmente no local, material depois disponibilizado para consulta on-line. Nas salas ao lado, páginas de jornais históricos são transformadas em microfilmes, que podem ser guardados por ao menos 500 anos. Parte do processo é de responsabilidade de Diego Fernandes, de apenas 27 anos.

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— Fiz um passeio escolar na Biblioteca Nacional e, desde então, me interessei pela instituição. Não fazia ideia da complexidade de cada setor — conta ele.

O acervo é monitorado 24 horas por dia por sensores que alertam em tempo real qualquer mudança brusca na climatização. O ideal é manter o ambiente a cerca de 20C e com 50% de umidade. Alguns itens precisam de cuidado extra: duas bulas papais, de Gregório XV e Inocêncio X, são guardadas com sílicas trocadas duas vezes por mês. A caixa onde elas estão armazenadas são feitas de papelão especial e cobertas por tecido raiom, que ajuda no controle da umidade.

E tudo isso para o leitor

Os livros foram feitos para ser lidos. Por isso, brinca Luchesi, os itens “não são para serem guardados para o pós-apocalipse”. Parte dos itens que estão em domínio público já está digitalizada e disponível ao público de forma on-line. Só em 2024 foram mais de 84 milhões de acessos, o que deu à instituição o título de site do governo federal mais acessado. Quem prefere leitura à moda antiga precisa saber que a sede da biblioteca não realiza empréstimos, mas parte do acervo pode ser consultada presencialmente.

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