O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais, foi reconhecido como Patrimônio Mundial Natural pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A decisão foi anunciada no último domingo (13), durante a 47ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em Paris, na França, e celebrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão encarregado da gestão dos parques nacionais no Brasil.
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O parque se estende por cerca de 56.500 hectares de paisagens repletas de cavernas colossais. Algumas, com até seis quilômetros de extensão, estão entre os maiores espaços subterrâneos do mundo, segundo a Unesco. São mais de 200 cavernas catalogadas, sítios arqueológicos com vestígios humanos de até 12 mil anos e pinturas rupestres, em diferentes estilos.
A região é, ainda, uma interseção de três importantes biomas: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. Em monitoramento, segundo o ICMBio, espécies ameaçadas estão protegidas nesta unidade, entre elas, Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), gato-maracajá (Leopardus pardalis mitis), gato-palheiro (Leopardus colocolo), onça-pintada (Panthera onca), jacu-de-barriga-castanha (Penelope ochrogaster), cara-dourada (Phylloscartes roquettei), onça-parda (Puma concolor capricornensis) e cambeva (Trichomycterus itacarambiensis).
— Este título reconhece não apenas a excepcional beleza natural e a riqueza arqueológica e geológica do Parque, mas também o papel fundamental que as comunidades locais e a equipe do Instituto Chico Mendes desenvolveram neste processo de candidatura — celebrou o presidente do ICMBio, Mauro Pires. — A chancela de Patrimônio Mundial pela Unesco reafirma o esforço cotidiano destas pessoas na proteção da biodiversidade brasileira, um legado para as presentes e futuras gerações.
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Em sua distinção, o organismo das Nações Unidas reconheceu a “beleza natural excepcional” das Cavernas do Peruaçu e as qualificou como um exemplo “de destaque das etapas principais da história da Terra”.
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“O parque se encontra na interseção dos biomas Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, abriga mais de 2.000 espécies de plantas e animais, incluindo muitas ameaçadas”, informou a Unesco.
Enquanto os primeiros habitantes eram caçadores, evidências arqueológicas e pinturas atestam o cultivo de milho, tabaco, algodão e grãos, entre outros, em tempos mais recentes, informou a Unesco.
Segundo o ICMBio, os indígenas Xacriabás conheciam o vale como “Peruaçu”, com o significado aparente de “buraco grande”, em alusão ao cânion ou às grandes cavernas formadas em rocha calcária da região
Entre as 30 candidaturas examinadas este ano pelo comitê do Patrimônio Mundial, reunido em Paris até ontem, domingo (13), também estão os castelos do rei Luís II da Baviera, na Alemanha, assim como paisagens culturais em Camarões e no Malauí.