A Polícia de São Paulo continua com dificuldades para elucidar o caso de Adalberto Amarilio Júnior, de 35 anos. Mais de um mês e meio após seu corpo ter sido encontrado em um buraco no Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital paulista, os investigadores ainda não identificaram um autor, nem sabem o que teria motivado o crime.
 A principal linha de investigação é que o empresário teria se envolvido em uma briga quando ia para o estacionamento buscar seu carro, após participar de um evento no autódromo. Frequentador regular, o carro de Amarilio estava em uma área fechada ao público, possivelmente para evitar o pagamento do estacionamento.
 Nesta linha, na sexta-feira, 18, entrou para o rol de suspeitos o lutador de jiu-jitsu Leandro Tallis Pinheiro, que trabalhava na segurança do evento em que Amarilio desapareceu. Os investigadores voltaram o foco para o lutador devido a seus antecedentes criminais e à sua ausência no trabalho após o desaparecimento de Amarilio.
 Também chamou a atenção o fato de o nome de Leandro Tallis não constar na relação de funcionários disponibilizada pela ESC Fonseccas Segurança, sendo que a investigação constatou sua presença no quadro de funcionários na data do ocorrido. Apesar de ter sido detido após a polícia encontrar 21 munições de calibre .38 em seu imóvel, o lutador, que não tem porte de arma, foi liberado.
 Leandro tem passagens pela polícia sob suspeita de furto, associação criminosa e ameaça, de acordo com os investigadores.
 Além do lutador, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em outros quatro endereços. Além de um representante da empresa, outros dois seguranças compareceram ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento. Eles ficaram em silêncio, a pedido dos advogados da companhia. Um dos alvos não foi localizado.
 Nas buscas, os policiais apreenderam cinco notebooks e sete celulares. Apesar de alguns dos aparelhos terem sido apagados, os policiais trabalham para recuperar o conteúdo dos dispositivos.
 A família notou o desaparecimento de Amarilio e iniciou as buscas no dia 30 de maio. O corpo, no entanto, só foi localizado pela polícia no dia 3 de junho. A perícia não identificou sinais de agressão no corpo, como fraturas ou lesões, o que levantou a hipótese de ele ter sido colocado no local já sem vida.
 O amigo que acompanhava Adalberto no evento, Rafael Aliste, prestou depoimento à polícia. Segundo ele, o empresário consumiu cerca de oito copos de cerveja e usou maconha de procedência desconhecida, o que teria alterado seu comportamento.
 Rafael relatou ter visto Adalberto pela última vez por volta das 21h15 da sexta-feira, quando o amigo teria dito que iria até o estacionamento buscar o carro e sair para jantar com a esposa. O corpo do empresário foi encontrado com capacete, jaqueta, camisa e cueca, mas sem a calça e os sapatos. Laudos periciais apontam que a causa da morte do empresário foi asfixia.