O Supremo Tribunal Federal (STF) mantém para o segundo dia de julgamentos da trama golpista o mais alto nível de segurança. O planejamento inclui possíveis rotas de escape para os ministros, delineadas pela Polícia Federal, em caso de imprevistos. A PF mantém equipes de apoio para reforçar a segurança dos magistrados.
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O plano poderá ser acionado em caso de ameaças à Corte, como eventual invasão por manifestantes ou a instalação de artefatos explosivos nas proximidades da Praça dos Três Poderes. Nenhum risco foi identificado até o momento.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados são réus pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O julgamento começou na terça-feira e deve se estender até o dia 12, com previsão de que as medidas especiais de segurança permaneçam também nas duas semanas seguintes, em razão da posse do novo presidente da Corte, ministro Edson Fachin, marcada para 29 de setembro.
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O reforço inclui o fechamento da Praça dos Três Poderes, a presença da tropa de choque da Polícia Militar, do Bope e do COT da Polícia Federal, além da instalação de novos pórticos de detecção de metais nas entradas do tribunal. Também haverá mais viaturas e policiamento ostensivo no entorno do STF, com agentes da Polícia Judicial e de outros quatro tribunais deslocados para Brasília.
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Parte desse efetivo, incluindo 30 guardas vindos do Rio e de São Paulo, já dorme nas dependências da Corte desde o início da semana.
O esquema especial prevê ainda o uso de cães farejadores e drones de monitoramento com imagem térmica, capazes de varredura diurna e noturna, além de revistas em mochilas e maior controle de acesso às dependências do tribunal.
As medidas seguem o protocolo de mais alto grau de vigilância previsto para situações de risco elevado — categoria que, no STF, só foi adotada em episódios como o julgamento do mensalão e em momentos de grave ameaça à sede do tribunal.
O julgamento é considerado o mais importante da história recente da Corte por envolver, pela primeira vez, um ex-presidente acusado de tentativa de golpe de Estado. A preocupação é reforçada pela coincidência de datas com o 7 de Setembro, quando tradicionalmente há atos políticos em Brasília, e pelo histórico recente de episódios de tensão na capital. Entre eles, a explosão de um artefato caseiro por um homem-bomba na Praça dos Três Poderes em 2022 e a ameaça de invasão ao STF em 2021 por apoiadores de Bolsonaro.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal montou uma operação integrada com a Polícia Judicial do STF, que inclui uma célula de inteligência para monitoramento de redes sociais e análise em tempo real de movimentações suspeitas. A expectativa é reduzir o tempo de resposta e prevenir qualquer tentativa de tumulto durante o julgamento.
A secretaria também informou que vai utilizar equipamentos de última geração, incluindo drones com capacidade de imagem térmica. Segundo o órgão, o uso desses drones “permite que varreduras diárias, que serão realizadas tanto de dia quanto à noite, detectem movimentos e objetos a grandes distâncias, mesmo sem iluminação, garantindo uma vigilância contínua e eficaz do perímetro”.