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Acusados de estelionato pediam em grupo no WhatsApp R$ 24 por 24 horas de oração ‘no monte’

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setembro 25, 2025
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Luiz Henrique dos Santos Ferreira, o profeta Henrique Santini: ele afirma ter mais de 8 milhões de seguidores nas redes sociais — Foto: Reprodução/Instagram

“Deus mandou eu vir falar com você. Você vai fazer um sacrifício no altar de 24 reais, 24 reais, representando as 24 horas que eu vou ficar no monte. Você vai me pedir a chave Pix, esse dinheiro será para a gasolina do monte, para eu conseguir estar lá”. A mensagem, em tom de urgência, era enviada a fiéis num grupo de WhatsApp por uma central de telemarketing. O grupo era chefiado por Luiz Henrique dos Santos Ferreira, conhecido como profeta Henrique Santini, que tem mais de oito milhões de seguidores em suas redes sociais. Nesta quarta-feira, o call center foi alvo da Operação Blasfêmia, realizada pela Polícia Civil do Rio e pelo Ministério Público estadual (MPRJ).

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Segundo as investigações, a quadrilha cobrava dinheiro de fiéis para fazer orações, prometendo curas e milagres. A central de telemarketing ficava no Centro de Niterói. Luiz Henrique — que deve passar a usar tornozeleira eletrônica — e outros 22 integrantes do grupo foram denunciados. A investigação identificou movimentações superiores a R$ 3,3 milhões em um período de dois anos. Com base nisso, foram decretados o sequestro de bens e o bloqueio de contas bancárias dos investigados, bem como o de empresas a eles vinculadas.

Outro áudio divulgado pela emissora é de um fiel afirmando que não tem comida em casa, mas se esforçará para enviar o dinheiro: “Não tenho nada na minha casa a não ser água e sal, na minha casa. Mas se Deus me abençoar, daqui para mais tarde eu faço um Pix, em nome do Senhor Jesus. Mas no momento estou sem nada, sem nada”.

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Segundo o MPRJ, o atendimento espiritual fazia parte de um esquema de exploração financeira da fé. Dezenas de vítimas foram levadas a crer que falavam diretamente com Henrique Santini, mas, na verdade, estavam em contato com atendentes que fingiam ser ele, utilizando áudios previamente gravados, inclusive com pedidos de contribuição em dinheiro, em transferências via Pix. Segundo a denúncia, os atendentes contratados não possuíam qualquer autoridade religiosa. A denúncia também relata que ao menos sete adolescentes foram aliciados para o esquema.

Luiz Henrique dos Santos Ferreira, o profeta Henrique Santini: ele afirma ter mais de 8 milhões de seguidores nas redes sociais — Foto: Reprodução/Instagram

Os valores cobrados, de acordo com a Polícia Civil, variavam entre R$ 20 e R$ 1,5 mil, conforme o tipo de oração oferecida. Para dar vazão ao grande volume de arrecadações, o grupo usava, conforme as investigações, uma rede de contas bancárias registradas em nome de terceiros, dificultando o rastreamento das movimentações financeiras. Os atendentes eram remunerados por comissões proporcionais à arrecadação semanal e, segundo os investigadores, submetidos a metas rígidas de desempenho. Aqueles que não atingiam o valor mínimo estipulado eram dispensados.

— A atuação de líderes religiosos na arrecadação de dízimos e ofertas é permitida dentro do princípio da liberdade religiosa, garantida pela Constituição Federal (artigo 5º, VI e VIII). No entanto, quando essa arrecadação ocorre por meio de fraude, ultrapassa o campo da fé, sendo considerada conduta criminosa — afirmou o delegado Luiz Henrique Marques Pereira, titular da 76ª DP (Centro de Niterói).

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À TV Globo, Santini disse se sentir vítima de uma perseguição religiosa. Ele afirmou ter formação em teologia e trabalhar há mais de 10 anos como pastor:

— Sou surpreendido com um mandado de busca e apreensão e até agora não encontraram nada que pudesse me incriminar. Colaborei, dei todas as coisas possíveis. Eu entendo isso como uma perseguição religiosa.

Em vídeo publicado em seu perfil no YouTube na noite desta quarta-feira, Santini afirmou novamente estar sendo vítima de perseguição religiosa e disse que irá “desmascarar essa mentira, essa farsa dessa investigação”.

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