O horror e o sobrenatural vão assombrar a tela do Globoplay este mês. O chamado mês das bruxas marca o lançamento de duas séries nacionais que mergulham no universo do terror, do suspense e da fantasia: “Vermelho sangue”, disponível no streaming a partir de hoje, e “Reencarne”, com estreia prevista para o dia 23.
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Criada e escrita por Claudia Sardinha e Rosane Svartman, “Vermelho sangue” acompanha a história de Luna (Leticia Vieira), uma jovem que se transforma em loba-guará a cada lua cheia. Ela sonha em se tornar uma “garota normal”. Ao se mudar para uma cidade (fictícia) do interior de Minas Gerais, conhece Flora (Alanis Guillen), uma garota que sonha em viver o extraordinário.
— Sempre fui aficcionada pela literatura e pelo cinema fantástico. E sempre gostei de histórias de vampiros. De “M, o vampiro de Düsseldorf”, de Fritz Lang, a “Drácula de Bram Stoker”, de Francis Ford Coppola, sempre consumi muito esse tipo de conteúdo. Quando o Globoplay identificou o sucesso de séries como “The Vampire Diaries, “The Originals” e “Teen Wolf”, recebi o desafio de pensar um conteúdo nacional para esse público jovem que já estava na plataforma — conta Svartman, que buscou abrasileirar convenções do gênero. — Os vampiros não estão na cultura brasileira, então os vampiros da série são estrangeiros. Mas os lobisomens, sim, estão muito presentes nas nossas histórias. E dentro disso, ainda escolhemos que fosse um lobo-guará, que é um lobo latino, bem diferente do cinzento.
Diretora artística, Patrícia Pedrosa destaca que a ideia sempre foi propor “uma história original, com identidade própria, em uma obra que mistura suspense, romance e mitologia de forma muito brasileira”. Para dar vida à lobimoça-guará, foi escolhida a então estreante Leticia Vieira. Isso foi em 2023. Hoje em cartaz como a Gilda de “Vale tudo”, ela ainda não havia trabalhado como atriz antes de assumir o desafio na série.
— Quando surgiu a oportunidade de fazer um teste, achei que era fake. Mas fui lá. Passei para um workshop de uma semana com nove meninas (na disputa pelo papel). Fui me descobrindo nesse processo e me apaixonando — lembra a atriz, de 26 anos. — Foi desafiador, mas encantador. E fazer fantasia foi uma grande brincadeira. Havia cenas em que precisava saltar, correr. Me perguntavam se queria dublê, e eu recusava sempre.
Vieira e Svartman destacam que o audiovisual de gênero, especialmente as narrativas de monstros, muitas vezes se apresenta como metáfora do que acontece no mundo real. Para a atriz, o tema da autoaceitação se apresenta especialmente atual na trama.
— Luna é uma personagem extraordinária, mas tudo o que quer é ser “normal”. Mas assim como muitas histórias de monstros, uma questão que lançamos é: quem é realmente o monstro? — diz Svartman.
A primeira temporada conta com dez episódios, de cerca de 30 minutos cada. E a produção já foi renovada para um segundo ano.
Se em “Vermelho sangue” o terror está mais presente, perdendo um pouco de espaço para o romance e para a fantasia, em “Reencarne” o gênero é explorado em sua plenitude. Com direção artística do cineasta Bruno Safadi e roteiro de Juan Jullian, Igor Verde, Elísio Lopes Jr, Amanda Jordão e Flávia Lacerda, a obra investiga dilemas entre bem e mal, morte e vida, e se passa no interior de Goiás.
— Uma história de possessão, de cirurgias espirituais, com um olhar de reencarnação que não está ligado ao espiritismo, mas mais fincado numa tradição oriental. O texto me pegou de cara. Parece um filme de David Lynch, em que nada é explicado e muita coisa é sugerida — diz Safadi. — Quando recebi o convite para dirigir, achei que era uma série bastante autoral em sua proposta. Foi legal brincar com os clichês do gênero.
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A trama apresenta Bárbara (Taís Araujo), delegada que investiga uma série de assassinatos marcados por ferimentos misteriosos, e que começa a viver experiências sobrenaturais que desafiam a racionalidade do seu dia a dia. Chefe da Divisão de Homicídios de Goiânia, ela é procurada por Túlio (Welket Bungué), ex-policial que deixou a prisão após 20 anos, condenado pela morte de seu melhor amigo, Caio (Pedro Caetano). A vida dele é abalada com a chegada de Sandra (Julia Dalavia), que se apresenta como a reencarnação de Caio, à procura do verdadeiro assassino. Serão nove episódios, com duração cada de 40 minutos.
— Tenho pavor de filme de terror, não assisto de jeito nenhum. Entrei em uma sessão de “Atividade paranormal” por engano e quase morri no cinema (risos). Mas achei o roteiro tão original que decidi experimentar um desafio diferente de tudo o que já tinha feito — conta Taís. — Foi muito legal. Descobri que fazer terror é diferente de assistir. É um exercício interessante, porque o ator não faz nada sozinho. A trilha, a câmera, a iluminação, tudo é protagonista no terror.
Diretora-executiva do Globoplay, Julia Rueff reforça o investimento no gênero de terror como parte da estratégia da plataforma para ampliar a diversidade de narrativas e se conectar com novas audiências:
— “Vermelho Sangue” e “Reencarne” são exemplos dessa aposta em um gênero que se consolidou como fenômeno global, e que no Globoplay ganha o nosso jeito brasileiro de contar histórias: intenso, original e profundamente conectado com o nosso imaginário.