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Prefeitura do Rio regulamenta lei que permite ao município fiscalizar fabricantes de bebidas alcoólicas na cidade

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outubro 2, 2025
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Venda de destilados na orla do Rio diminuiu depois dos casos de intoxicação por metanol em São Paulo — Foto: Júlia Aguiar/Agência O Globo

Depois da suspeita de intoxicação por metanol ocasionada por bebidas adulteradas — que já teria levado a seis mortes confirmadas em São Paulo e outras duas, ainda em investigação, em Pernambuco —, a prefeitura do Rio regulamentou, na quarta-feira (1º), uma lei municipal de 2018 para poder fiscalizar por conta própria fabricantes de destilados, cervejas, vinhos e outras bebidas alcoólicas na cidade (até agora, uma atribuição exclusiva da União).

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Até a noite de quarta-feira, a Secretaria municipal de Saúde não havia registrado nenhum caso na capital. Já o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), do Governo do Estado, anunciou o recebimento de um alerta do CIEVS nacional e o divulgou em suas unidades de saúde.

O próximo passo da prefeitura será apresentar um plano de trabalho para se credenciar e atuar no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Com o aval do Mapa , poderá fiscalizar 67 fábricas de bebidas na cidade. Destas, 17 são cervejarias e cinco fabricantes de destilados. Uma dessas unidades de destilado está interditada, mas o Mapa não detalhou o motivo.

—Não recebemos relatos de adulteração. A orientação é informar os casos suspeitos pelo 1746 — explicou a presidente do Instituto de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio), Aline Borges.

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Hoje, o Ivisa só tem autonomia para fiscalizar a venda de bebidas em bares e restaurantes, entre outros estabelecimentos. Caso a procedência dos produtos não possa ser comprovada, ela é apreendida, e o dono do negócio, multado entre R$ 3,6 mil e R$ 5,4 mil conforme a gravidade do caso.

Adulteração de bebida não é uma novidade no Rio. Mesmo que não tenha sido com metanol, ao longo dos anos, o município colecionou uma série de relatos sobre a venda de bebidas adulteradas, inclusive com a participação do tráfico e da milícia. Em novembro de 2020, a Polícia Civil estourou, em Guaratiba, um depósito de cervejas que seria do miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto em junho de 2021 numa troca de tiros com a policia. Em fevereiro deste ano, o alvo foi uma distribuidora de bebidas na Tijuca depois que consumidores relataram terem passado mal após beber cerveja.

Paralelamente às ações dos órgãos públicos, consumidores e comerciantes tentam se precaver. E apesar de não haver casos de intoxicação por metanol na cidade, as vendas de bebidas destiladas já diminuíram.

Venda de destilados na orla do Rio diminuiu depois dos casos de intoxicação por metanol em São Paulo — Foto: Júlia Aguiar/Agência O Globo

— Costumava vender ao menos 20 doses por dia. Agora não passa de dez. Na terça-feira não vendi quase nada — reclamou Maria Eduarda Santos, de 20 anos, que vende drinques e caipirinhas feitas com cachaça e vodca no Arpoador, na Zona Sul, e disse comprar seu estoque em um depósito perto da Central do Brasil.

Barraqueira há quase 15 anos nas areias do Posto 6, em Copacabana, Isabela Bernardo, de 43 anos, trabalha ao lado do pai, Jerônimo, 67. Ela contou que a situação tem gerado debate com clientes e seus colegas de praia.

—Trabalho com o mesmo fornecedor há mais de dez anos e confio nele. Mas ele compra de um fabricante. É preocupante. O que vou fazer daqui para a frente é guardar todas as notas fiscais para me respaldar, e também evitar fazer compras avulsas como medida de segurança — disse a comerciante, que costuma vender 50 caipirinhas por dia.

Para quem não abre mão de uma bebidinha, o jeito foi evitar intermediários. Morador de Petrópolis, o motorista de aplicativo Guilherme Floriano da Penha, por exemplo, aproveitou o forte calor desta quarta-feira para curtir a Praia de Copacabana com cinco amigos. O grupo levou para a areia duas garrafas de uísque e dois fardos de latinhas de cerveja comprados em um supermercado na Região Serrana.

—Pelo menos essas eu sei de onde veio — justificou.

Também de pé na areia e caipirinha na mão, o autônomo Santiago dos Santos, morador de São Paulo, disse que a vontade de tomar um drinque falou mais alto do que o medo da intoxicação. Mas só arriscou porque estava em Copacabana.

—Seguro nunca é. Mas não tem o que fazer quando dá aquela sede nesse calor. Se fosse em São Paulo eu não estaria bebendo com essa mesma tranquilidade. Tá complicado — reconheceu.

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  • Um problema para todo mundo
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Um problema para todo mundo

O tema também mobilizou donos de bares e restaurantes badalados, que correram às redes sociais para reforçar a confiança em seus fornecedores, divulgando os nomes de seus parceiros e providenciando etiquetas adicionais nas garrafas para identificar sua origem.

— Nossos fornecedores são registrados (pelo Ministério da Agricultura e Pecuária) e temos as notas fiscais que identificam cada lote. Em momentos como esse, é importante destacar para o consumidor que os produtos que oferecemos são seguros — diz Flávio Datz, dono da rede La Carioca Cevicheria, com três endereços na Zona Sul.

Iniciativas semelhantes foram adotadas em estabelecimentos como o bistrô Guimas, na Gávea, e o Rio Scenarium, reduto conhecido na Rua do Lavradio, na Lapa, que divulgou comunicado ontem nas redes: ‘‘Pode relaxar e brindar sem preocupações’’, diz um trecho do aviso.

Também na Lapa, ontem, na happy hour do bar Sarau Rio, o empresário Diego Morada, de 43 anos, aproveitava a roda de samba regada a caipirinha. Ele admite que até pensou em comprar em alguma barraca de rua, mas reconsiderou por receio da procedência.

— Hoje peguei um trânsito difícil e resolvi parar para beber uma caipirinha. É horrível a sensação de pedir uma bebida e saber que ela pode estar adulterada. Pensei que aqui no Sarau eu poderia encontrar uma bebida de procedência mais confiável — disse Diego.

Ontem, dia de jogo, o comerciante Mateus Carpenedo, de 30 anos, foi ao Buxixo Choperia, na Tijuca, para assistir à partida entre Vasco e Palmeiras. Precavido, ele abriu mão dos destilados e preferiu cerveja.

— Já não sou muito dos drinques e estou me afastando ainda mais dos destilados depois desses casos de contaminação por metanol. Estou ainda mais fiel à cerveja, e em lata. Quando fujo um pouco à regra, bebo caipirinha ou caipivodca, mas agora é um risco, e temos que estar precavidos. Fico triste com o que vem acontecendo. É complicado. Tem muita gente querendo ferrar os outros — afirmou o vascaíno Mateus.

No mesmo estabelecimento, a advogada Yasmin Mello, de 24 anos, consumia gim. De Aracaju, no Sergipe, ela disse que ainda não está preocupada, justificando que os casos de contaminação foram registrados em São Paulo.

— Tendemos a achar que nunca vai acontecer com a gente. Não estou tão preocupada porque foi em São Paulo. E, como eu não gosto de cerveja, não tenho alternativa aos drinques. O jeito é torcer para o anjo da guarda proteger — disse.

Gerente do restaurante, que comercializa drinques a base de gim, vodca e uísque, Daniel Ribeiro, de 36 anos, avalia que a apreensão com a situação ainda não é generalizada.

— Até agora não notamos nenhuma diferença na venda de destilados. A gente sempre compra de parceiros em quem confiamos, que nos fornecem há mais de duas décadas. Evitamos fornecedores novos — afirmou ele.

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