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Filipe Luís desenvolve DNA próprio em um ano como técnico

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outubro 2, 2025
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Treinadores do Flamengo que completaram um ano no Flamengo no século XXI — Foto: Editoria de Arte

As noites de 2 de outubro adquiriram um ar especial no Maracanã. Em 2024, uma figura que havia atuado naquele gramado por quatro anos e meio pisou na área técnica pela primeira vez para realizar uma meta que parecia tão precoce quanto natural. O Flamengo venceu o Corinthians por 1 a 0 na semifinal da Copa do Brasil, torneio que conquistaria 39 dias depois. Em 2025, o profissional volta ao lugar a que se acostumou e no qual já é tratado como promessa entre os treinadores brasileiros. O rubro-negro recebe o Cruzeiro às 20h30 em um jogo da ponta do Brasileirão, torneio que o clube encabeça e quer conquistar junto da Libertadores. O elo em comum: Filipe Luís.

  • Veja: Em alta e prestes a renovar contrato, Filipe Luís recebe homenagem por um ano no comando do Flamengo
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Anteontem, completou um ano como treinador do clube pelo qual jogou entre 2019 e 2023. Não é tarefa fácil já que passam-se as gestões na Gávea e não se altera o caráter do rubro-negro em ser um “moedor” de técnicos. Desde Jorge Jesus, ele é o primeiro a alcançar a marca. Considerando o século XXI, sentou-se à mesa de poucas cadeiras ocupada pelo português e por Ney Franco, Vanderlei Luxemburgo e Zé Ricardo.

Treinadores do Flamengo que completaram um ano no Flamengo no século XXI — Foto: Editoria de Arte

Sim, o ex-lateral-esquerdo que completou 40 anos em agosto já dava toda pinta de ir para o “outro lado do balcão” por seu perfil cerebral e de liderança em campo. Mas, não. Não é só isso que explica os 367 dias no cargo. Quando foi escolhido para substituir Tite, suas únicas experiências eram no sub-17 e no sub-20 — foi campeão do Intercontinental —, ambas no início de 2024, o que poderia caracterizar um voo cego. Muito pelo contrário, sobrevive à base de pulso firme, estudos constantes e conhecimento de onde está pisando.

— Ele não se apega a comentários e críticas de rede social. Sabe que isso faz parte e entende que no Flamengo é assim. Conhece muito bem o ambiente e sabe o que as derrotas e as vitórias podem causar, mas sempre tenta manter um equilíbrio. O Filipe é um cara muito equilibrado — comenta o empresário Guilherme Siqueira. — Ele sabe que a continuidade do trabalho depende dos resultados. O que compete ao Filipe? Trabalhar cada vez mais. Então, isso é uma coisa que ele não abre mão. Está ligado o dia inteiro, a noite inteira, descansa pouco, sempre querendo aprimorar e buscar o melhor para a equipe.

Siqueira mantém uma relação de duas décadas com Filipe Luís. Também catarinense e ex-lateral-esquerdo, fez base com ele no Figueirense, jogou na Europa e foi para o Atlético de Madrid quando o amigo teve passagem de uma temporada no Chelsea, entre 2014 e 2015. Eles atuaram juntos no Atleti, antes que o empresário se aposentasse. Já na atual carreira, participou da transferência do futuro técnico para o Flamengo em 2019.

Guilherme Siqueira e Filipe Luís — Foto: Arquivo Pessoal
Guilherme Siqueira e Filipe Luís — Foto: Arquivo Pessoal

Assim que Filipe pendurou as chuteiras, Siqueira, que é íntimo da família, diz ter dado um conselho do qual hoje se arrepende:

— Ainda bem que ele não me ouviu. O Filipe sempre foi muito intenso, e eu falei para ele na festa de despedida na casa dele: “Cara, tu tem 15 anos de Europa, uma passagem vitoriosa no Flamengo, pega um ano sabático para passear com a família. Para de respirar o futebol um pouco”. Ele falou: “Gui, eu não consigo. A partir de segunda-feira, eu estou querendo decidir o que eu quero para minha vida”. Na semana seguinte, ele já me disse que estava engatilhado para assumir a base do Flamengo, eu falei: “Cara, tu é maluco” — lembra. — Um dia no Ninho, tive uma reunião e aproveitei para assistir ao treino do sub-17. A paixão que eu vi nele aquele dia, treinando a molecada… ele teve toda a humildade. Muitos falavam: “Assume o profissional. Vai para a Europa”. Ele falou: “Não, eu conheço minha limitação, preciso começar a entender o campo e ficar na beira do gramado”.

A oportunidade profissional do Flamengo não demorou nem um ano para chegar. As principais referências para Filipe são Diego Simeone e Jorge Jesus. Em campo, se aproxima mais do português pelo futebol ofensivo que propõe ao seu time. Grupo esse composto de alguns ex-companheiros, mas uma situação que não lhe assustou. Estava lançado o desafio de assumir o vestiário e colocar em jogo até mesmo a própria reputação de ídolo.

Saúl Ñíguez tem acompanhado os dois meses mais recentes desta trajetória. O espanhol dividiu os campos com Filipe no Atlético e resolveu se aventurar no futebol brasileiro na última janela de transferências após ter uma conversa com ele. Os primeiros jogos por aqui têm sido suficientes para ele se reencontrar com um bom futebol, e o meia diz que a curiosidade do treinador já aparecia há muito tempo.

— Ele sempre tinha seus próprios cortes dos jogadores que iria enfrentar. Queria conhecer todos os detalhes que poderia tirar de uma partida. Então, estudava a fundo os dois ou três pontas que poderiam jogar pelo seu lado, os jogadores que poderiam partir do meio para a lateral, se ia marcar assim ou assim — relata Saúl ao GLOBO. — Ele já estava preparado, sobretudo, para preparar as partidas. Era como um jogador sendo seu próprio treinador ou scouting. Hoje, como treinador, se dá bem como fazia quando era jogador.

Saúl e Filipe Luís — Foto: Adriano Fontes/Flamengo
Saúl e Filipe Luís — Foto: Adriano Fontes/Flamengo

Entre os bônus e os ônus da vida de treinador, Filipe é dono de uma calma que, em jogos mais frenéticos, é visto por muitos torcedores até como omissão. Em coletivas, foco em respostas técnicas e poucos episódios de explosão: os que mais repercutiram foram os de cobrança pública a Pedro e a revolta contra a arbitragem do jogo diante do Estudiantes, pela Libertadores. O primeiro cartão amarelo que ele levou veio apenas no dia 7 de maio, contra o Central Córdoba, pelo torneio continental.

O que não lhe impede, entretanto, de ser uma pessoa que responde perguntas com sinceridade, como o próprio já admitiu.

O ex-jogador vem levando um elenco valioso a títulos que vários outros antecessores não conseguiram. No ano passado, venceu a Copa do Brasil e se sentou à outra mesa muito particular do Flamengo: os nomes campeões como jogador e treinador. Ao seu lado, estão Paulo César Carpegiani, Carlinhos, Andrade e Jayme de Almeida. Em 2025, colocou na lista a Supercopa do Brasil e o Campeonato Carioca.

Não mais apenas produto rubro-negro, Filipe Luís está na mira do futebol mundial. Durante a Copa do Mundo de Clubes, agradou pelo estilo de futebol apresentado pelo Flamengo e passou a ser mais apontado pela mídia espanhola como sucesso natural de Simeone no Atleti. No mês passado, recusou proposta do Fenerbahçe, mas, se a Turquia não lhe apetece por agora, alguma proposta pode chegar em breve para levá-lo ao Velho Continente.

— Ele quer que amanhã falem dele como ele hoje fala do Jesus e do Simeone. Em breve, vão ter outros treinadores falando: “Olha, me espelhei no Filipe Luís”. Na índole, no caráter, nas colocações nas entrevistas, no comportamento dele à beira do gramado. Está criando essa identidade, obviamente pegando uma pitada daqui e dali, de grandíssimos treinadores que teve, inclusive Tite e José Mourinho. Mas ele está conseguindo também criar o DNA Filipe Luís — conclui Siqueira.

Filipe Luís recebe homenagem após completar um ano no Flamengo — Foto: Adriano Fontes/Flamengo
Filipe Luís recebe homenagem após completar um ano no Flamengo — Foto: Adriano Fontes/Flamengo

O Flamengo já coloca como prioridade a renovação do contrato que se encerra em dezembro. A meta é estendê-lo por mais dois anos. Os números do time sob sua batuta justificam a busca pelo compromisso mais longo: 69 jogos, 46 vitórias, 16 empates, sete derrotas, aproveitamento de 74,3%, 123 gols feitos e 40 sofridos.

“Sempre tentei fazer todo o possível, jogo a jogo, para continuar no Flamengo, conquistando o carinho da diretoria, dos torcedores, dos jogadores, dia a dia, para poder ficar aqui um ano. Estou muito feliz, eu espero ficar muito tempo. Estou em um ambiente maravilhoso de trabalho e quero continuar fazendo história”, disse Filipe Luís ao receber homenagem no Ninho do Urubu.

Números de Filipe Luís em um ano como treinador pelo Flamengo — Foto: Editoria de Arte
Números de Filipe Luís em um ano como treinador pelo Flamengo — Foto: Editoria de Arte

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