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Cidadãos americanos estão sendo apanhados na rede anti-imigrantes de Trump

BRCOM by BRCOM
outubro 4, 2025
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“Não podem me agarrar assim. Não podem fazer isso, eu sou daqui”, gritou Kenny Laynez-Ambrosio enquanto os policiais o tiravam do veículo. — Foto: Saul Martinez / The New York Times

Cidadãos americanos, muitos deles homens latinos, foram detidos e, em alguns casos, levados sob custódia por policiais que estão cumprindo a política de repressão à imigração do presidente Donald Trump e que suspeitam que esses homens estejam vivendo ilegalmente nos EUA. Embora muitos dos detidos tenham declarado imediatamente sua cidadania americana aos agentes, eles têm sido ignorados, segundo entrevistas com os homens, seus advogados e documentos judiciais. Em alguns casos, eles foram algemados, mantidos em celas de detenção e instalações de imigração durante a noite e, em pelo menos dois deles, mantidos sem acesso a um advogado ou mesmo a um telefonema.

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Uma análise do New York Times de casos divulgados publicamente e em registros judiciais descobriu que, desde janeiro, pelo menos 15 cidadãos americanos foram presos ou detidos e interrogados sobre sua cidadania por agentes de imigração ou policiais locais recrutados para trabalhar com as autoridades federais.

Oficialmente, é difícil dizer quantos americanos foram apanhados nas batidas orquestradas pela Casa Branca. Não há um registro abrangente disponível pelo governo federal, e os agentes de imigração não são obrigados a documentar as abordagens de cidadãos.

No final de janeiro, Julio Noriega, 54, de Chicago, estava distribuindo cópias de seu currículo para empresas locais em Berwyn, Illinois, quando oficiais do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) se aproximaram dele ao sair de uma oficina mecânica Jiffy Lube. Eles o algemaram e o colocaram em uma van, sem permitir que ele explicasse que era cidadão, de acordo com uma moção apresentada no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Norte de Illinois. Ele foi libertado cerca de 10 horas depois, afirma o processo judicial.

Kenny Laynez-Ambrosio, 18, nasceu e foi criado em West Palm Beach, Flórida, onde mora com sua mãe e dois irmãos. Ele estava a caminho do trabalho com sua mãe e dois amigos em maio quando policiais da Patrulha Rodoviária da Flórida os pararam na caminhonete de seu empregador para o que a agência disse ser uma “inspeção de veículo motorizado comercial”.

“Não podem me agarrar assim. Não podem fazer isso, eu sou daqui”, gritou Kenny Laynez-Ambrosio enquanto os policiais o tiravam do veículo. — Foto: Saul Martinez / The New York Times

Inicialmente, Laynez-Ambrosio estava calmo, lembrou ele em uma entrevista. Mas a situação se agravou quando os policiais descobriram que outras pessoas no carro estavam ilegalmente no país e ordenaram que todos saíssem. Como ninguém saiu do veículo, os policiais começaram a puxar os três homens para fora. Em determinado momento, um policial disparou uma arma Taser contra um deles.

— Eu sou daqui! — disse repetidamente aos policiais, enquanto gravava em seu celular.

“Você não tem direitos aqui. Você é ilegal, irmão”, ouve-se um policial dizer. Na Flórida, uma nova lei estadual exige que todas as agências policiais locais e estaduais, incluindo a Polícia Rodoviária, participem da fiscalização da imigração.

  • Mais sobre: Sob Trump, serviço de Imigração adota critérios diferentes para deter imigrantes em estados republicanos e democratas

Os três homens foram levados para uma instalação da Patrulha de Fronteira nas proximidades e, embora Laynez-Ambrosio continuasse dizendo que era cidadão, ele ficou detido por lá em torno de seis horas.

Questionado sobre os cidadãos americanos identificados pelo Times, o Departamento de Segurança Interna defendeu suas ações como “altamente direcionadas”:

“Se e quando encontramos indivíduos sujeitos a prisão, nossas autoridades policiais são treinadas para fazer uma série de perguntas bem determinadas para determinar o status e a possibilidade de remoção”, disse Tricia McLaughlin, porta-voz do departamento, em um comunicado.

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  • Controvérsia nos tribunais
  • Alvo de críticas até entre apoiadores
      • Cidadãos americanos estão sendo apanhados na rede anti-imigrantes de Trump

Controvérsia nos tribunais

As táticas dos agentes federais continuam sendo motivo de controvérsia nos tribunais. Neste verão, a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) entrou com uma ação judicial contra o governo federal, argumentando que as patrulhas móveis estão visando latinos e violando a Quarta Emenda — que protege contra “buscas e apreensões injustificadas”. Um juiz federal em Los Angeles ordenou a suspensão das abordagens com base na aparente raça ou etnia de uma pessoa, ou outros fatores que sugiram que ela seja latina, como falar espanhol ou inglês com sotaque.

Mas este mês, a Suprema Corte suspendeu a ordem. A ação judicial ainda seguirá seu curso nos tribunais inferiores e pode acabar voltando ao mesmo Supremo. Enquanto isso, os agentes federais em Los Angeles e arredores não serão restringidos pela decisão da corte inferior de que tais abordagens eram inconstitucionais.

Os agentes de imigração há décadas se concentram em batidas em locais de trabalho ou visam imigrantes ilegais no país para prendê-los para deportação. Mas durante algumas batidas de imigração em comunidades com grande concentração de latinos, particularmente no sul da Califórnia, agentes federais percorreram as ruas, tribunais e locais de trabalho exigindo prova de cidadania dos residentes. As patrulhas itinerantes e os interrogatórios improvisados foram um afastamento marcante do entendimento de que a Constituição permite que os cidadãos permaneçam em silêncio e impõe limites sobre quem os policiais podem interrogar, prender e deter.

À medida que vídeos desses encontros se espalharam pela internet, muitos homens e mulheres latinos que são cidadãos começaram a carregar seus passaportes em suas atividades diárias, com medo de também serem parados e interrogados pelos agentes.

Um relatório do Instituto Cato descobriu que um número significativo de ações do ICE teve como alvo locais de trabalho e bairros com grande concentração de latinos. Uma em cada cinco prisões realizadas pela agência foi de um residente latino sem antecedentes criminais ou ordem de deportação, de acordo com o Cato, um proeminente think tank libertário, que analisou os registros de prisões da agência obtidos através do Projeto de Dados de Deportação.

Ao manter uma decisão de primeira instância contra o governo, o 9º Tribunal de Apelações dos Estados Unidos citou a experiência de Jason Brian Gavidia, 29, nascido na Califórnia, filho de imigrantes salvadorenhos e colombianos. Gavidia, que restaura carros antigos, foi criado no leste de Los Angeles, onde os latinos constituem a grande maioria da população.

  • Entenda: Suprema Corte suspende restrições impostas por tribunal e permite operações contra imigrantes com base em etnia e sotaque em Los Angeles

De acordo com vídeos do encontro, entrevistas e registros judiciais, os policiais não se identificaram ao entrar em sua oficina mecânica em Montebello, Califórnia, em junho, mascarados e com armas em punho. Eles derrubaram outro proprietário, Javier Ramirez, 32, no chão, mantendo-o sob a mira de uma arma, e empurraram Gavidia contra uma cerca.

“Os agentes perguntaram repetidamente a Gavidia se ele era americano — e ignoraram repetidamente sua resposta: ‘Eu sou americano’”, afirmou a decisão.

Os policiais, que eram da Alfândega e Proteção de Fronteiras, uma agência do Departamento de Segurança Interna, levaram Ramirez em uma van, dirigindo por horas antes de levá-lo a um centro de detenção federal no centro da cidade, de acordo com uma declaração que ele apresentou ao tribunal. Ramirez não falou com um advogado ou qualquer membro da família por três dias, disse ele em uma entrevista.

Questionado sobre os casos dos homens, o DHS afirmou que Gavidia interferiu em suas operações de fiscalização e que Ramirez agrediu os policiais. Mas Gavidia nunca foi acusado, e a acusação contra Ramirez foi retirada. Os vídeos de segurança do incidente analisados pelo Times não mostram ele agredindo os policiais.

Em vários dos casos, funcionários do DHS disseram ao Times que os cidadãos agrediram os policiais; os promotores não deram continuidade às acusações em nenhum desses incidentes.

Enquanto Trump fazia campanha para a reeleição, prometendo realizar a maior operação de deportação da história do país, ele frequentemente citava como modelo uma iniciativa da década de 1950 batizada com um termo racista, “Operação Wetback”. Nas décadas seguintes, os tribunais federais decidiram que os agentes de imigração não podem deter pessoas sem ter uma base factual específica para acreditar que uma pessoa está no país ilegalmente.

A decisão de emergência da Suprema Corte no início deste mês permite efetivamente que os agentes parem qualquer pessoa suspeita de ser um imigrante vivendo ilegalmente nos Estados Unidos.

Alvo de críticas até entre apoiadores

As táticas e os resultados levantaram questões mesmo entre alguns que apoiam a abordagem geral do governo em relação à imigração.

— Se você vai ser agressivo nas deportações no interior, não pode cometer erros — disse Daniel Garza, um ex-policial que apoiou Trump e lidera a Libre Initiative, um grupo conservador focado na aproximação com os eleitores latinos. — Se as pessoas estão sendo paradas apenas por causa de sua aparência, isso é um problema.

Leonardo Garcia Venegas, que nasceu na Flórida, disse que em maio tentou continuar seu trabalho em um canteiro de obras em Foley, Alabama, quando viu agentes de imigração empurrarem seu irmão, ilegal no país, para o chão.

Ele pegou seu celular para gravar e foi rapidamente derrubado por outros policiais, segundo Venegas. Eles o mantiveram algemado por horas, alegando que sua documentação de identidade era falsa, disse ele. Um porta-voz do DHS disse que Venegas tentou obstruir fisicamente os agentes de imigração; nenhuma acusação foi feita e ele disse que ficou filmando a vários metros de distância.

Mais de um mês depois, em outro canteiro de obras em Fairhope, ele foi confrontado novamente, informou Venegas. Desta vez, os agentes não o algemaram, mas novamente questionaram sua cidadania, o escoltaram para fora e o mantiveram detido por pelo menos meia hora.

— Não consigo mais trabalhar em paz — disse em uma entrevista. — Estou sempre nervoso.

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