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Praia do Flamengo supera má fama e tem recorde de dias próprios para banho

BRCOM by BRCOM
outubro 5, 2025
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Aula de natação na praia do Flamengo — Foto: Gabriel de Paiva

Quem apostou que seria sonho de apenas um verão ficou a ver navios. A tendência é que a Praia do Flamengo emplaque mais um tempo de estio com areias lotadas e, sobretudo, águas limpas e cheias de banhistas. A primavera ainda está no início, mas os dias mais quentes dão uma mostra do que vem por aí. A charmosa orla cuja espinha dorsal é a praia de pouco mais de um quilômetro e meio de extensão se tornou um cenário ainda mais vibrante desde que o banho de mar deixou de ser uma preocupação para os frequentadores. Quem chega na beira do mar nota com facilidade que o aspecto da água é bom. Mas isso só não bastaria. Dados divulgados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) mostram que a recuperação é comprovada e tem se mantido constante.

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Chega a ser covardia: areia branca, aquela vista de cair o queixo que inclui os contornos do relevo de Niterói ao longe e, bem mais pertinho, simplesmente o Pão de Açúcar, águas tranquilas — agora limpas, sempre bom lembrar — e um bônus para lá de especial: a grama do aterro sob o sol, disponível para as mais variadas atividades. Lazer completo. Famílias, grupos de amigos, casais e esportistas de diversas modalidades praianas se encarregam de dar vida ao local. Tem até gente fazendo ioga dentro d’água, em cima de uma prancha.

No Rio desde 2019, a gaúcha Raissa Schuck, que já fazia treinamento funcional na praia, aproveitou a boa qualidade da água para começar a nadar e resolveu apostar em algo ainda pouco comum por essas bandas. Instrutora de ioga, passou a oferecer aulas ao suave balanço do mar.

— Começamos em fevereiro, e deu certo. É diferente, porque o único som que se escuta é o da água; você esquece que está a poucos metros de uma cidade grande. É uma prática que leva à contemplação, melhora a saúde e ajuda a começar bem os compromissos do dia — explica.

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As aulas acontecem sempre aos sábados. Alunos e professora põem à prova equilíbrio e concentração para realizar movimentos e posturas “a bordo” de uma prancha. Cá entre nós, difícil pensar em lugar melhor para saudar o sol.

Os primeiros sinais de que algo estava mudando para melhor nas águas da Praia do Flamengo começaram a ser captados no segundo semestre de 2023. Naquele ano, os boletins de balneabilidade divulgados pelo Inea mostraram que, entre julho e dezembro, a praia esteve própria para o banho de mar em 63% das vezes. No ano anterior, no mesmo período foram apenas 36%. A tendência se confirmou no ano passado, quando os resultados foram bons em 85% dos testes realizados pelo órgão ambiental ligado à Secretaria estadual do Ambiente e Sustentabilidade (Seas). Este ano, de janeiro até anteontem, das 49 amostras analisadas 44 indicaram que a praia estava liberada, o equivalente a quase 90% do total.

— Além do meio ambiente, estamos falando de turismo, saúde, geração de empregos. É uma região emblemática do Rio, nosso cartão-postal, no coração da cidade e não era própria… ficava pela metade. É um trabalho feito em conjunto que abrange fiscalização, investimentos feitos a partir das concessões públicas e de recursos do Fecam (Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano ) e conscientização ambiental. Não adianta fazer as obras se as pessoas continuam jogando lixo — observou o secretário Bernardo Rossi, da Seas.

Aula de natação na praia do Flamengo — Foto: Gabriel de Paiva

Segundo Sinval Andrade, diretor institucional da Águas do Rio, concessionária responsável pelo saneamento na região, existe uma explicação técnica para a melhora da água. A empresa começou a cuidar do esgoto que antes ia direto para a Baía de Guanabara. Com isso, cerca de 114 milhões de litros de dejetos, o suficiente para encher 50 piscinas olímpicas, deixaram de cair diariamente no local.

Uma das etapas do projeto foi a limpeza do Interceptor Oceânico, um túnel com nove quilômetrosde extensão e 5,5 metros de diâmetro, que capta o esgoto de 13 bairros e o leva até o emissário submarino de Ipanema. No total, foram tiradas três mil toneladas de lixo de lá.

— O interceptor é o grande caminho que recebe todo o esgoto do Centro e da Zona Sul, e, através de elevatórias, leva esse esgoto até o emissário submarino. Esse túnel não era limpo há 50 anos. Então, entupia com frequência, e por isso a limpeza integral dele foi um fator determinante para melhorar a qualidade da água na Praia do Flamengo. Agora, esse túnel suporta a demanda — disse Andrade.

Além disso, a concessionária informa que foi iniciado um trabalho de fiscalização de ligações clandestinas que jogam esgoto em rios e canais. O fato é que, este ano, a Praia do Flamengo teve mais dias próprios para banho do que as badaladas Copacabana e Leblon, por exemplo.

A transformação elevou o orgulho de quem já enxergava grande potencial por ali.

— Como morador, trabalhador e frequentador da região, é muito legal ver a praia limpa novamente. É um tesouro que estava abandonado, mas ver a melhoria e o pessoal descobrir o espaço é demais — afirmou Cláudio Pinheiro, o Cacau GP, oito vezes campeão brasileiro de frescobol e pioneiro no ensino da modalidade — e também do beach tennis — na Praia do Flamengo.

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A badalação do point tem atraído gente de longe. Pedro Covas, que gosta de velejar nas horas vagas, mora no Recreio dos Bandeirantes, na nova Zona Sudoeste da cidade, mas ultimamente tem optado pela Praia do Flamengo. Mesmo com uma praia dando sopa do lado de casa, ele e a namorada Giovana Siloteo concluíram que o “caribrejo” — antiga e jocosa alcunha usada para se referir ao pedaço — vale o deslocamento.

— Eu velejo aqui na Baía de Guanabara e faz pouco tempo que notei uma melhora enorme na água. Propus curtirmos a praia um dia e desde então não paramos de frequentar — explicou Covas. — Além da água limpa e mais quentinha, ela é quase sempre calminha. Uma perfeição para o banhista.

Banhistas aproveitam a praia do Flamengo — Foto: Gabriel de Paiva
Banhistas aproveitam a praia do Flamengo — Foto: Gabriel de Paiva

O Recreio é longe, mas Manaus é mais. Foi da capital do Amazonas que Gabriel Fonseca, de 28 anos, e Gleyci Souza, de 31, saíram para aportar, num fim de tarde de quinta-feira já meio nublado, na nova sensação da orla carioca.

— Gostei bastante. A água estava boa, o ambiente é bem familiar e ainda tem essa vista para o Pão de Açúcar que faz diferença.

O casal saiu da Tijuca, onde mora a irmã de Gleyci, para curtir o Flamengo.

— Ela (a irmã) falou para a gente vir aqui, deu a dica, disse que estava boa. Ela tem vindo sempre e indicou. É a terceira vez que venho ao Rio, mas a primeira vez aqui na Praia do Flamengo. Gostei — resume a amazonense.

Morador do bairro, Abraham Dantas, de 32 anos, contou que raramente frequenta a praia, apesar de morar bem próximo. Culpa da antiga má fama do lugar quanto à qualidade da água.

— Ouvi esta semana que a água aqui estava até melhor do que em alguns pontos de Leblon e Ipanema, que são as praias aonde costumo ir. Isso me animou a vir, já que é do lado de casa. Tomara que continue assim. Seria ótimo, já que é praticamente no quintal de casa — disse.

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Para Isabel Franklin, presidente da Associação de moradores e amigos do Flamengo, Parque do Flamengo e Adjacências (Amafla), a recuperação da praia que leva o nome do bairro merece ser celebrada, mas também traz algumas preocupações extras.

— As pessoas estão muito satisfeitas com a melhora do nível de balneabilidade da praia. A única preocupação realmente é que nos fins de semana tem ficado bastante cheio. Seria muito importante que a gente tivesse a atenção dos órgãos públicos quanto à fiscalização e à segurança. A gente vira uma ponta mais desassistida, porque a prioridade do efetivo acaba sendo Copacabana, Ipanema, Leblon — analisa.

A Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop) informou em nota que “a Praia do Flamengo, assim como toda a orla das zonas Sul e Sudoeste, já faz parte da Operação Verão, iniciada em 5 de setembro com ações de fiscalização de ordenamento urbano, patrulhamento preventivo e controle de trânsito” e que nos últimos 30 dias realizou 147 vistorias e aplicou 32 multas “por inconformidades dos barraqueiros”, como a “utilização de garrafas de vidro e tabelas de preço não fixadas em locais de fácil visualização para os consumidores”.

A Polícia Militar informou que atua na Operação Verão com reforço no policiamento em toda a orla da cidade e que o 2º BPM (Botafogo) também tem reforçado sua atuação, com apoio de unidades especializadas nas áreas de Flamengo, Botafogo e Urca.

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