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Estrela da arquitetura, David Adjaye tem vários projetos sendo concluídos, mas não deve ser chamado para as inaugurações

BRCOM by BRCOM
outubro 7, 2025
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Projeto do Museu de Arte da Universidade de Princeton — Foto: Divulgação

David Adjaye, um dos arquitetos mais proeminentes do mundo e a estrela por trás do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, em Washington, está acostumado a ser celebrado nos eventos de inauguração dos edifícios que projetou. Mas essa admiração pública é improvável nesta temporada, quando três de seus principais projetos ficam prontos: o Museu de Arte da Universidade de Princeton; o Museu de Arte da África Ocidental em Benin City, Nigéria; e o Studio Museum no bairro do Harlem, em Nova York. Essas instituições parecem manter distância de Adjaye, mais de dois anos após ele ter sido acusado de má conduta sexual.

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Adjaye nega as acusações. Elas vieram à tona em 2023, quando o Financial Times noticiou que três mulheres, não identificadas, “o acusaram, e à sua empresa, de diferentes formas de exploração — desde suposta agressão e assédio sexual por parte dele até uma cultura de trabalho tóxica”.

Adjaye disse em um comunicado na época que seus relacionamentos com as mulheres “confundiram os limites entre minha vida profissional e pessoal”. Mas negou as alegações, que não chegaram a ser formalizadas em acusação criminal ou processo judicial.

Não está claro se Adjaye comparecerá a alguma das celebrações de inauguração dos museus. O museu de Princeton não convidou Adjaye para sua inauguração em 31 de outubro. O museu da África Ocidental convidou seu escritório de arquitetura, Adjaye Associates, mas não tinha certeza se o próprio Adjaye compareceria ao evento de 11 de novembro. E o Studio Museum no Harlem, que reabre em 15 de novembro, não informou se havia feito o convite.

Projeto do Museu de Arte da Universidade de Princeton — Foto: Divulgação

Essas instituições já haviam contratado o arquiteto britânico-ganês conhecido por edifícios que convidam à reflexão e ao assombro. Quando o Studio Museum anunciou, há uma década, que Adjaye projetaria um novo prédio de sete andares, sua diretora, Thelma Golden, elogiou sua sensibilidade para com os artistas e sua capacidade de capturar “a experiência do santuário”. Agora, o museu está minimizando seu envolvimento.

Um porta-voz disse em um e-mail que Adjaye “não estava envolvido no projeto desde julho de 2023” e que outros arquitetos do escritório de Nova York haviam concluído o edifício, parte de uma reforma de US$ 300 milhões. O porta-voz se recusou a responder a mais perguntas. Thelma Golden, amiga de Adjaye, que chamou seu design de “impressionante” em um comunicado à imprensa recente, também se recusou a dar entrevistas. Adjaye, de 59 anos, também recusou um pedido de entrevista.

Apenas uma instituição que recentemente contratou Adjaye falou publicamente sobre ele: o Centro Presidencial Thabo Mbeki, em Joanesburgo, cuja inauguração está prevista para 2028 e possui um design afrofuturista inspirado em celeiros tradicionais.

Max Boqwana, CEO da Fundação Thabo Mbeki, disse que, embora a fundação “desaprove” as acusações contra Adjaye, que afetaram a arrecadação de fundos para o projeto, ele se sentia na responsabilidade de “não condenar David ao esquecimento”.

A fundação, disse Boqwana, insistiu que arquitetas agora liderem partes do projeto, que inclui um museu e um hotel, e que Adjaye participe de uma discussão sobre as acusações contra ele assim que o edifício for inaugurado. “Ele é um dos filhos da África e temos muito orgulho dele”, disse Boqwana. “Seu talento é inquestionável.”

Desde o início dos anos 2000, Adjaye construiu uma reputação como um dos profissionais mais promissores da arquitetura. Além do Smithsonian, suas encomendas incluíram o Museu de Arte Contemporânea de Denver e um memorial do Holocausto planejado ao lado do Parlamento Britânico. O presidente Barack Obama certa vez descreveu o trabalho de Adjaye como “genial — pura e simplesmente”.

Projeto do Museu de Arte da África Ocidental, na Nigéria — Foto: Divulgação
Projeto do Museu de Arte da África Ocidental, na Nigéria — Foto: Divulgação

A carreira de Adjaye foi imediatamente afetada após o surgimento das acusações contra ele. Ele renunciou ao cargo de consultor de arquitetura do prefeito de Londres e concordou em parar de trabalhar pessoalmente no memorial do Holocausto. Também perdeu outros projetos, incluindo uma biblioteca em Portland, Oregon, e o Museu Internacional da Escravatura e o Museu Marítimo em Liverpool, Inglaterra.

Gemma-Maé Hartley, responsável por projetos da Plataforma para a Proteção de Denunciantes na África, que prestou assistência jurídica às mulheres que acusaram Adjaye de má conduta, afirmou em um comunicado que “o mundo da arquitetura jamais deve esquecer a imensa coragem das mulheres que se manifestaram contra David Adjaye”.

Ian Ritchie, um arquiteto britânico, disse que, por mais que gostasse de Adjaye e de seu trabalho, havia agora “uma mancha em seu comportamento ético” que os clientes teriam que considerar. Embora muitos dos clientes atuais da Adjaye Associates pareçam dispostos a trabalhar com o escritório se o próprio Adjaye não estiver diretamente envolvido nos projetos, Ritchie disse que era difícil acreditar que ele fique de fora. “O que ele está fazendo? Sentado em um canto do escritório lendo um livro?”.

David Adjaye, em setembro de 2016 — Foto: Justin T. Gellerson/The New York Times
David Adjaye, em setembro de 2016 — Foto: Justin T. Gellerson/The New York Times

Desde as alegações, Adjaye fez algumas tentativas hesitantes de retornar aos holofotes. Em maio de 2024, compareceu a um jantar no Royal Institute of British Architects para homenagear Lesley Lokko, curadora e escritora que estava recebendo a mais alta honraria do grupo. Um porta-voz de Lokko recusou uma entrevista “em respeito à sua amizade com David”.

Em fevereiro, Adjaye recebeu o prêmio Mario Pani, uma homenagem arquitetônica mexicana. (Gerardo Broissin, arquiteto mexicano que supervisiona o prêmio, não respondeu aos pedidos de entrevista.) E em março, ele concedeu uma entrevista à revista italiana Abitare, na qual afirmou que queria trabalhar em projetos “civis, culturais ou religiosos” na África, mas não discutiu as alegações de má conduta.

Não está claro exatamente como as alegações afetaram os negócios da Adjaye. Nesta primavera, a Adjaye Associates publicou seu relatório financeiro de 2023, mostrando que a receita anual da empresa havia caído cerca de 16%. No relatório, a empresa atribuiu a queda a “um ano comercialmente desafiador para o setor da construção em geral”; um porta-voz disse à revista Building Design que a empresa “passou por uma tempestade e nós a superamos”.

Apesar dos contratempos, a Adjaye Associates continua avançando em seu trabalho em todo o mundo. Entre os projetos atuais listados em seu site estão um centro de pesquisa sobre câncer em Gana; um memorial à escravidão em Barbados; e o Museu de Arte Kiran Nadar em Déli, que deverá se tornar um dos maiores museus de arte da Índia.

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