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Diretor português lança filme inspirado em canção de Tom Zé sobre ‘necessidade de viver com uma certa inquietação’

BRCOM by BRCOM
outubro 8, 2025
in News
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Jonathan Guilherme e Cleo Diára em cena de "O riso e a faca" — Foto: Divulgação

“Eu só descanso na tempestade, só adormeço no furacão”, destaca a letra da canção “O riso e a faca”, de Tom Zé. O título da música e o sentimento de busca pelo caos por trás dos versos acabaram por servir de inspiração para o diretor e roteirista português Pedro Pinho para seu novo projeto nos cinemas: um drama épico com 3h31 de duração, filmado na Guiné-Bissau e no deserto da Mauritânia, com elenco internacional e falado em vários idiomas.

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— A música fala desse tumulto interior, dessa necessidade de viver com uma certa inquietação. Era uma camada que queria trazer para o filme não apenas nas discussões sobre geopolíticas e neocolonialismo, mas também na forma como isso reflete na intimidade, nas relações íntimas de desejo e sexualidade — diz Pinho, de 48 anos, em entrevista via Zoom antes de desembarcar no Rio para a première de seu filme no Festival do Rio amanhã, às 20h45, no Estação Net Botafogo 1. — Sou um grande fã de Tom Zé e da música brasileira. A escrita do roteiro foi muito musical, nos inspiramos muito em canções e videoclipes. Também ouvi muito Karol Conká e Rico Dalasam.

Exibido na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes, em maio, de onde saiu com o prêmio de melhor atuação para a atriz cabo-verdiana Cleo Diára, “O riso e a faca” acompanha Sérgio (Sérgio Coragem), engenheiro ambiental português que viaja à África Ocidental para prestar serviços para uma ONG. Ele precisa emitir um relatório para a aprovação da construção de uma estrada entre o deserto e a selva local, e entender o impacto da obra. Na medida em que vai lidando com o clima hostil e as pressões empresariais para emitir sua decisão, ele se envolve em uma relação íntima com dois moradores da cidade, Diára (personagem de Cleo Diára) e Gui (vivido pelo brasileiro Jonathan Guilherme).

Jonathan Guilherme e Cleo Diára em cena de “O riso e a faca” — Foto: Divulgação

— O que me interessou em “O riso e a faca”, a princípio, foi a possibilidade de voar além do que meus olhos pudessem imaginar — afirma Guilherme, ex-atleta de vôlei radicado em Barcelona. — Quando recebi o casting, sempre duvidei que pudesse ser verdade. Sou de Araçatuba, interior de São Paulo, e não fomos criados para sonhar tão alto. Quando li que seria gravado na África, na Guiné-Bissau, tudo isso aguçou minha perspectiva de ser e viver.

Coprodução entre Portugal, França, Romênia e Brasil, através da produtora Tatiana Leite, “O riso e a faca” tem o DNA verde-amarelo em vários elementos de sua realização. Ao todo, são 31 brasileiros na equipe, como o antropólogo Renato Sztutman, que faz uma participação no elenco interpretando a si mesmo, o diretor de fotografia Ivo Lopes Araújo, a montadora Karen Akerman e o produtor associado Rodrigo Letier. Pinho conta que o grande número de parceiros internacionais se deu em razão da ambição do projeto. Para mergulhar na “loucura” de realizar um épico com mais de 3h filmado no deserto, era necessário um bom número de “cúmplices”.

Liderando um time de roteiristas que contou com outros nove profissionais, incluindo o português nacionalizado brasileiro Miguel Seabra Lopes, Pinho se inspirou em experiências pessoas para desenvolver a história.

— O projeto começou a nascer em 2007, quando rodei na região da Mauritânia meu primeiro filme (o documentário “Bab Sebta”). Estabeleci uma relação de amor pelo território, pela paisagem, pela cultura. Passei a frequentar muito a região, fiz bons amigos por lá — diz o diretor. — Fui percebendo a presença dessa comunidade de “expatriados”, pessoas do mundo todo que trabalham nessa indústria da cooperação e em ONGs. Isso acabou constituindo uma espécie de nova elite branca na região e comecei a querer problematizar isso.

Natural de Lisboa, o cineasta conta que foram seis meses de filmagens na África Ocidental, com a equipe trabalhando como uma “trupe de circo”, indo de cenário em cenário. Ele lembra que pediu que Cleo e Jonathan chegassem antes na Guiné-Bissau, para se adaptarem ao local. Já Sérgio chegou às vésperas das filmagens, para que vivesse experiência próxima à de seu personagem, descobrindo pouco a pouco os cenários e os costumes da região.

— Ao fim desses seis meses, tivemos uma série de relações humanas que se produziram com uma força brutal, como no filme. As pessoas saíram dali muito conectadas e mantendo até hoje vínculos de amizade e relacionamentos amorosos. Foi algo muito forte — diz.

Apaixonado pelo cinema brasileiro, Pinho também possui uma relação íntima e pessoal com o país. Ele tem um filho que mora em Belo Horizonte, razão pela qual visita o Brasil frequentemente.

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