Está chegando a hora para os mais de 4,8 milhões de inscritos no Enem 2025. A primeira prova será no dia 9 de novembro e incluirá 90 questões objetivas nas áreas de linguagens e ciências humanas, além da redação.
Para aqueles que querem dar uma revisada nos conteúdos estudados ao longo do ano, ou precisam reforçar algum item específico, o GLOBO consultou professores para saber os assuntos que mais aparecem na prova de Linguagens, códigos e suas tecnologias.
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- Cultura geral: Filmes e séries são aliados na preparação final para as provas
Esse material é parte do Projeto Enem, canal digital que publica conteúdos gratuitos com dicas e orientações para os alunos. A iniciativa é realizada pelo GLOBO com patrocínio do Elite e da plataforma Amplia.
Entre os assuntos mais citados pelos professores como importantes para o Enem nessas diciplinas, destacam-se:
- Tipologias (objetivos textuais, marcadores do discurso) e gêneros textuais (características e funções sociais)
- Variação linguística
- Funções da linguagem
- Recursos estilísticos (semântica, figuras de linguagem)
- Noções de intertextualidade
- Análise de textos argumentativos (estratégias argumentativas)
- Análise de textos literários
- Escolas literárias, com destaque para o Modernismo
Para responder às questões de língua portuguesa, o candidato precisa ter conhecimento sobre o uso da língua, da linguagem e dos mecanismos linguísticos utilizados na construção dos textos. São frequentes, por exemplo, itens que pedem para identificar a função da linguagem predominante em um texto, observa Diego Teixeira, professor do Cubo Global School. Em outros casos, a prova já indica essa função e solicita que o participante explique o motivo de sua predominância.
– Para acertar esse tipo de questão, é essencial dominar os elementos da comunicação e compreender quais aspectos se destacam em cada função da linguagem – explica Diego.
Caroline Lucena, coordenadora de Língua Portuguesa, Literatura e Redação do pré-vestibular do Elite, lembra que as questões de análise de textos (tipologias, gêneros e estratégias argumentativas) e de variação linguística costumam ser bem diretas no Enem.
Ela cita como exemplo duas questões de provas anteriores. Na primeira, o item pede ao candidato que analise o uso de dados estatísticos (estratégias argumentativas) em um texto, o que também implica uma leitura técnica, com domínio teórico – para daí chegar à resposta (opção E).
No segundo exemplo, sobre variação linguística, cabe ao candidato compreender conceitos e dominar termos técnicos, para assim marcar a opção correta (letra E).
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Na visão de Caroline, questões como essas derrubam uma “fake news” de que só cai interpretação de texto no Enem.
– Há, sim, várias questões sobre interpretação em diferentes níveis de profundidade e dificuldade, mas há questões teóricas também. O candidato que não se dedicar a estudar minimamente os principais assuntos certamente encontrará alguns desafios na prova – alerta.
O exame também costuma cobrar o reconhecimento de um gênero textual ou de sua finalidade, ressalta Diego Teixeira.
– Nesse caso, o candidato precisa saber diferenciar textos que se assemelham na forma ou na função comunicativa. Exemplos clássicos dessa proximidade são notícia e reportagem, ou ainda resenha e sinopse, distinções sutis que podem ser decisivas para a pontuação na prova.
Já a prova de literatura aborda manifestações artísticas e literárias de forma verbal ou visual, com foco nas tendências contemporâneas. Os estudantes precisam ter domínio dos recursos expressivos, como as figuras de linguagem, e ficar atentos a tópicos como intertextualidade e interpretação de textos poéticos.
Com relação às escolas literárias, a professora Débora Pires Finamora, do Colégio São Vicente de Paulo, destaca o Modernismo, não só em suas três fases (de 1922 a 1956), mas também no que o movimento reverbera nas décadas seguintes.
– São vistas, com constância, poesia e letras de música contemporâneas, que podem ser lidas à luz dos pressupostos modernistas – salienta.
Os candidatos que escolheram o inglês para a prova de língua estrangeira devem se preocupar com três tópicos principais, segundo Marcele Alves, coordenadora de língua inglesa do Elite. São eles:
- Interpretação textual: “O candidato precisa ser um leitor atualizado e eficaz, apto a usar estratégias de leitura como skimming [para detectar a ideia central sem ler o texto inteiro], scanning [para buscar detalhes no texto] e inferência [para deduzir o significado de uma palavra a partir do contexto]. Precisa ser capaz de desenvolver uma leitura ativa entre o texto e o próprio leitor para conseguir perceber nuances de um texto verbal e não-verbal.”
- Gêneros textuais e tipos textuais: “O candidato necessita dominar as principais características linguísticas de cada gênero aplicado a tipos textuais diferentes, pois a prova costuma cobrar um tipo de texto para cada uma das cinco questões, como poemas, anúncios, músicas, charges e notícias, por exemplo.”
- Gramática contextual: “Os itens gramaticais cobrados geralmente giram em torno de pronomes, adjetivos e conectivos, pois auxiliam nas referências, caracterizações e na relação de coesão e coerência entre frases e parágrafos”.
- Vocabulário: “Possuir repertório lexical variado e extenso certamente é um diferencial pois os textos transitam entre assuntos diversos. Dominar sinonímia e antonímia é fundamental, pois as questões de interpretação se baseiam nesses subtópicos”.
Para aqueles que optaram pelo espanhol, Daniel Esteve, professor de Língua Estrangeira do Colégio Americano Bilíngue (RS), destaca os tipos de conteúdo que mais aparecem nas questões do Enem:
- Texto informativo: “Mesmo numa prova de espanhol, que em tese tende a ser mais fácil, esse modelo coloca o estudante à prova no quesito compreensão e vocabulário. É importante ter cuidado com a procedência do texto, que pode vir da Espanha, Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia ou Colômbia. Sugiro ler reportagens em sites como El País e Clarín.”
- Poesia ou conto: “As questões que saem deste modelo tendem a ser as mais difíceis, pois o nível de vocabulário é alto, principalmente com autores como Júlio Cortázar, Pablo Neruda, Gabriel García Márquez. Aconselho verificar as obras dos autores citados, pelo menos as principais.”
- Charge: “Quando aparece na prova de espanhol, a charge é marcada pela ironia e por um vocabulário mais dúbio, que confunde o candidato. Quanto mais conhecimento de idioma e de sinonímia, aumentam as chances de acerto. Uma boa dica é verificar as charges da Mafalda, do autor argentino Quino.”