Inaugurado há seis dias, o Hospital Municipal Veterinário São Francisco de Assis, em Irajá, enfrenta reclamações de donos de animais de estimação. Senhas que acabam rapidamente, baixa capacidade de atendimento e animais com problemas graves sem assistência estão entre as queixas. A Secretaria de Defesa e Proteção dos Animais rebate as críticas, afirmando que o local está prestando bom atendimento e que os profissionais têm trabalhado até depois do horário.
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O São Francisco de Assis foi inaugurado no último dia 11, com a presença do prefeito Eduardo Paes e diversas outras autoridades. Segundo relatos nas redes sociais, no dia seguinte à inauguração, por volta do meio-dia, já era difícil conseguir atendimento, pois as 60 senhas distribuídas diariamente se esgotaram logo no início da manhã. Outras queixas apontam para o número reduzido de senhas, a necessidade de madrugar para conseguir atendimento e a falta de prioridade em casos graves.
Uma tutora afirmou num post no Instagram que levou o gato três dias seguidos ao hospital, mas o animal não recebeu tratamento, mesmo com uma ultrassonografia comprovando a presença de uma linha chilena no seu estômago.
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Outra relatou que levou sua cadela estava evacuando sangue, mas não conseguiu atendimento emergencial porque precisaria passar por uma triagem que só é feita mediante a distribuição de senhas, iniciada às 5h.
Em um vídeo que circula nas redes, um cachorro com cinomose aparece amarrado do lado de fora da unidade, deitado, e a tutora afirma que ele teve atendimento recusado porque o número máximo de senhas do dia havia sido atingido. Nas imagens, outros donos de animais também aparecem no local, aguardando atendimento.
Secretário de Defesa e Proteção dos Animais, Luiz Ramos diz que o atendimento está indo “superbem” e que o hospital tem ficado cheio porque muitos tutores acorreram de uma só vez ao local.
— Como é novo, todo mundo quer ir ver, é como se fosse um shopping. Às vezes vão até sem muita necessidade. O hospital está atendendo superbem, com uma demanda muito grande e os funcionários saindo, muitas vezes, depois do horário — afirmou.
Sobre os casos mencionados, o secretário afirma que o cão com cinomose foi atendido no domingo, mas morreu porque a doença já estava avançada.
Cândida Pimentel, diretora do hospital veterinário, diz que, no caso do gato que teria engolido um corpo estranho, no primeiro dia a equipe o tratou com remédio. A tutora voltou com o animal no dia seguinte e foi feita uma ultrassonografia, que teve resultado inconclusivo e não indicou a presença de linha chilena. De acordo com Cândida, o laudo indicou a necessidade de uma nova ultra, para determinar se de fato haveria um corpo estranho no organismo do felino, mas a tutora não voltou ao hospital no terceiro dia com o animal para refazer o exame.
Em relação a situações de emergência, ela diz que o atendimento é imediato quando um veterinário detecta que há risco de vida para o animal, antes mesmo da triagem. Se o problema apresentado pelo pet já vem ocorrendo há dias, é necessário que ele passe pela triagem para depois ser encaminhado à emergência ou à clínica.
Cândida diz ainda que as senhas são distribuídas a partir das 7h30 e a fila é por ordem de chegada. Antes mesmo da abertura do hospital, porém, diz, o vigia distribui papéis, que não são senhas, servem apenas para marcar os lugares na fila.
Este é o terceiro hospital veterinário do município. Há outros na Mangueira e em Santa Cruz, este também recém-inaugurado. De acordo com a prefeitura, o São Francisco de Assis vai funcionar todos os dias da semana, das 8h às 20h, oferecendo cirurgias gerais e ortopédicas, clínica geral e consultas de diferentes especialidades, além de exames laboratoriais e de imagem. Todos os animais que passarem pela unidade, afirma, serão microchipados.
Microchipagem, vacinação e castração são serviços gratuitos para todos. Sobre os demais serviços é cobrada uma taxa, menos para os tutores inscritos no CadÚnico.