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dubladores do Rio dão sotaque local a produções vindas da Coreia do Sul para telas brasileiras

BRCOM by BRCOM
outubro 19, 2025
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A vez do K-pop: Do alto para baixo, Cid Fernandes, Jeane Marie, Marcos Cavalcante e Filipe Gimenez: vozes da escola de dublagem Dublemix, na Tijuca — Foto: Leo Martins

As produções audiovisuais sul-coreanas tomaram conta das plataformas de streaming disponíveis no Brasil e, com elas, uma nova vitrine se abriu para a dublagem carioca. Nos estúdios do Rio de Janeiro, tradutores, diretores e dubladores se debruçam sobre roteiros vindos do outro lado do mundo para fazer palavras, expressões e melodias distantes soarem naturais aos ouvidos brasileiros.

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Referência nacional no setor, ao lado de São Paulo, o Rio se tornou um polo de adaptação de filmes, reality shows e séries da Coreia do Sul. Para que essa moda alcance o público com jeitinho brasileiro, no entanto, é necessário um processo longo, técnico e cheio de criatividade dos profissionais da dublagem.

Huntrix, a banda fictícia de cantoras com superpoderes do filme “Guerreiras do K-pop”, ganhou versão brasileira nas vozes das dubladoras Analu Pimenta, Taís Feijó e Vic Brow. A produção estourou no Brasil e no mundo, batendo recordes de visualização. Experiente, o trio explica os desafios de seu trabalho, além das diferenças entre realizações americanas e coreanas — as duas mais pedidas no mercado carioca hoje.

Elas observam que, diferentemente do que acontece com atores e atrizes, os dubladores não têm tempo de preparação: são chamados ao estúdio e descobrem o que irão gravar no momento em que entram na cabine.

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— É receber informações na hora, entender uma interpretação que respeita um personagem que já existe e nos adaptar — disse Analu Pimenta, a voz de Rumi em “Guerreiras do K-pop”.

Já Taís Feijó, a voz da Zoey, explica que, embora o lip sync — sincronização da fala com movimentos da boca — seja a marca do trabalho do dublador, quando se trata de uma produção sul-coreana o casamento da fala com o movimento da boca é algo menos complicado do que a procura pelo lugar mais contido e reservado apresentado pelos personagens:

— São mais minimalistas do que nós. Então, precisamos aprender a trabalhar nesse lugar, diferente da intensidade à qual estamos acostumados — afirma ela.

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A vez do K-pop: Do alto para baixo, Cid Fernandes, Jeane Marie, Marcos Cavalcante e Filipe Gimenez: vozes da escola de dublagem Dublemix, na Tijuca — Foto: Leo Martins

Vic Brow, a Mira — terceira estrela da banda Huntrix —, revela que, mesmo após a gravação, os dubladores acabam acompanhando a trama junto com o público, já que, no trabalho, só possuem permissão para assistir ao que gravam. Isso gera situações engraçadas no trato com os fãs.

— Uma fã me perguntou uma vez o que eu pensava de um personagem de um k-drama do qual participei. Mas eu não sabia quem era, porque ainda não tinha conseguido assistir e meu boneco (personagem) não tinha relação com ele — relembra Vic.

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Por terem tão pouca informação sobre a obra, é que se faz fundamental o papel dos diretores de dublagem, que acompanham todo o processo. Mas mesmo esses profissionais não têm a visão do todo: atravessam várias etapas, do pedido do cliente levado ao estúdio à tradução e à revisão do roteiro original, passando pela divisão da obra em “loops” — pequenos trechos com 20 segundos de fala. Só aí o diretor entra em cena.

Responsáveis pelo elenco de dubladores, os diretores de dublagem conduzem as gravações e passam todas as informações necessárias para a criação da voz de um personagem. Eles têm acesso ao material original cerca de um dia antes da gravação. Logo, em séries com episódios semanais, também descobrem a história quase junto com o público.

— O dublador é muito independente, mas precisa de um suporte nas tomadas de decisão do seu trabalho e entendimento de detalhes aos quais não tem acesso. Somos facilitadores — resume o diretor Rafael Schubert.

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Seu colega, Silvio Gonzales entra em detalhes:

— Passamos o máximo de informações possíveis sobre o personagem e a história, e ajudamos no lip sync — diz.

A dupla, que trabalha em conjunto há 10 anos, ainda explica que em produções coreanas é preciso atenção maior para encontrar adaptações de encaixe da voz com a abertura e o fechamento da boca. Esse, no fundo, é o segredo para conferir credibilidade às interpretações.

— A dublagem está bem feita quando você escuta com naturalidade uma personagem estrangeira falar português. Mas, para isso, há muito trabalho envolvido — destaca o também diretor de dublagem Eduardo Drummond.

— A dublagem não é uma tradução literal da obra original, é adaptação. No coreano, por exemplo, a construção de uma frase é diferente da nossa. Se diz “eu coreano falo”, mas em português seria “eu falo coreano”. É uma arte que começa na tradução — explica a tradutora Micaela Kim, conhecida como Mica.

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Filha de pais sul-coreanos, Mica foi alfabetizada nos dois idiomas. Ela conta que começou na área em 2020, por acaso, com a alta demanda na pandemia. Hoje, ela é uma das principais responsáveis por abrasileirar os roteiros coreanos.

O trabalho do tradutor de dublagem vai além de encontrar sinônimos. É preciso compreender ritmo, gestos, sons e cultura e, acima de tudo, ter criatividade para adaptar expressões que não têm equivalência direta, algo comum na adaptação do coreano para o português.

Quem assiste a um k-drama nem imagina que um “bom dia, tudo bem?” pode ser a saída para algo como a expressão coreana “annyeonghaseyo”. Embora o lip sync seja fundamental no trabalho do dublador, é o tradutor quem sugere o texto.

— Se fosse pela tradução literal, essa expressão seria um “oi”. Mas, para o lip sync, às vezes vira um “bom dia, tudo bem?” — exemplifica Mica.

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Para exercer a dublagem no Rio, é preciso ter certificado de ator ou atriz profissional. Depois, se especializar em uma escola para dubladores, em “um processo lento”, segundo o dublador Filipe Gimenez, que, mesmo consolidado no mercado, não abandona a sala de aula com os amigos Jeane Marie e Cid Fernandes, na escola Dublemix.

— Não é ter voz legal. É ter técnica, é na escola que você aprende e recicla isso — conta Cid, antes de Jeane completar: — Também é preciso se preparar para o mercado, o que não é simples.

Assim, entre loops e adaptações, lip sync e interpretações, a dublagem carioca reafirma seu papel como um dos principais polos da atividade no país — e agora em uma versão coreana perto de você.

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  • Lições básicas de coreano
      • dubladores do Rio dão sotaque local a produções vindas da Coreia do Sul para telas brasileiras

Lições básicas de coreano

  • Ôppá: palavra que é usada por uma menina ou mulher para se referir a um irmão mais velho ou a um amigo próximo.
  • Nuná: usado por um menino ou homem para se referir a uma irmã mais velha ou amiga próxima.
  • RRR: som que é como o de arranhar a própria garganta. Em coreano, é adotado para dar ênfase ou sugerir exagero.
  • Mió Guk: forma aportuguesada de “miyeok-guk”, que significa “sopa de algas marinhas”, adaptada para facilitar a leitura e a pronúncia por diretores e dubladores.
  • Fala alongada: um dos maiores desafios dos dubladores é adaptar a fala ao fechamento e à abertura de boca do elenco coreano, que, naturalmente, faz movimentos mais longos do que os exigidos por quem fala português.
  • Atuação minimalista: dubladores cariocas precisam aprender a controlar a intensidade, por conta das atuações e ações mais contidas dos sul-coreanos.
  • Nuances: os sul-coreanos possuem linguagens para cada grupo social, como família, amigos e ambiente de trabalho.

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