Flamengo e Palmeiras completam dez temporadas de disputas diretas em Brasileirão que pode exigir perfeição

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Passadas 28 rodadas (27 jogos para casa), as equipes de Filipe Luís e Abel Ferreira fizeram 27 jogos e já somam 119 pontos. O aproveitamento conjunto de 73,5% até esta altura é maior que a média de todos os campeões e vice da era de pontos corridos com 20 clubes, incluindo o ano do Flamengo de 2019, que alcançou 71,9%: o rubro-negro terminou o ano com 90 pontos e o Santos, segundo colocado, 74.

Se mantiverem o ritmo nesta temporada, podem pensar em se aproximar da marca do time de Jorge Jesus e reproduzir no Brasil o que vem acontecendo na elite do futebol europeu: na Espanha, com as disputas entre Real Madrid e Barcelona; ou Inglaterra, graças às corridas entre Manchester City, Liverpool e Arsenal.

O Flamengo ainda ostenta o melhor ataque, com 55 gols feitos, e a melhor defesa, com 13 sofridos — o saldo de 40 pode superar o recorde do clube em 2019 (49). O Palmeiras vem logo depois, como segundo melhor setor ofensivo (53) e o terceiro melhor defensivo (23). Os dados e desempenhos antecipam que qualquer um poderia ter sido campeão com sobras em outros anos — mas apenas um levará esta taça.

Cariocas e paulistas viviam um período conturbado no início da década de 2010 quando adotaram uma política de reestruturação geral. Então, no Brasileirão de 2016, ensaiaram a primeira disputa pelo título, conquistado pelo alviverde. De lá para cá, o Palmeiras também venceu em 2018, viu o Flamengo faturar as edições de 2019 e 2020, e retomou o trono em 2022 e 2023. Apenas Corinthians (2017), Atlético-MG (2021) e Botafogo (2024) furaram a bolha — o Cruzeiro tenta este ano, mas está com 53 pontos em 28 jogos e se afastou da disputa.

Os últimos dois títulos do Palmeiras foram conquistados sob a batuta de Abel Ferreira, prestes a completar cinco anos como técnico, tempo completamente fora da curva para os padrões do futebol brasileiro. Neste período, Filipe Luís se aposentou dos gramados e chegou ao comando do Flamengo, posto no qual já completou um ano — considerando o século do clube, também um feito para poucos.

Esta continuidade é mais um dos fatores que explicam porque os rivais estão nadando de braçadas neste Brasileirão e ampliando uma hegemonia que também se reflete para o nível continental. Mesmo eliminados precocemente da Copa do Brasil, ambos estão nas semifinais da Libertadores, que se iniciam no meio da semana. Se eliminarem LDU e Racing, terão um confronto marcado em Lima no dia 29 de novembro — essa seria uma final literal, com gosto de repeteco de 2021, quando o Palmeiras conquistou a “Glória Eterna” em Montevidéu.

Já o jogo de hoje é considerado uma decisão porque uma vitória do Palmeiras pode arrebatar as chances do rival, mesmo que ainda vão faltar dez jogos para cada time. A equipe perdeu apenas um dos últimos 16 jogos e tem mostrado pouca brecha para tropeços. A equipe perdeu só um dos últimos 16 jogos e tem tropeçado pouco. Como tem dois triunfos a mais (19 a 17), um resultado positivo para o Flamengo não faria o rubro-negro virar líder, mas igualar a pontuação.

O protagonismo em campo há tantos anos se transferiu para a briga nos bastidores fora dele. As mais recentes envolvem protestos contra a arbitragem e até reclamações do rubro-negro sobre um teste antidopagem surpresa realizado na sexta-feira. Mas, principalmente, diz respeito à confusão entre Flamengo e Libra sobre os critérios de audiência no valor dos direitos de TV que o grupo recebe.

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No final de setembro, o clube conseguiu uma liminar na Justiça para bloquear um repasse de R$ 77 milhões, deixando os outros clubes insatisfeitos. Inclusive, por conta da animosidade promovida pelo presidente rubro-negro, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, a mandatária alviverde, Leila Pereira, não irá ao Maracanã neste domingo.

Ontem, houve novos desdobramentos na história. Segundo o blog do Diogo Dantas, a desembargadora Lúcia Helena do Passo, da Justiça do Rio, alterou o teor da decisão a favor do Flamengo. Agora, a juíza questiona se deveria limitar a retenção do recurso à diferença que o rubro-negro diz não ter recebido (R$ 1,6 milhão por parcela). O clube carioca tem cinco dias úteis para recorrer da decisão e explicar o motivo de querer bloquear todo o valor. Até isso ser esclarecido, porém, os R$ 77 milhões depositados seguem bloqueados.

A grande dúvida para Filipe Luís no jogo de hoje é a presença de Saúl, desfalque desde o início do mês por conta de dores no tornozelo e calcanhar esquerdos. Porém, o espanhol treinou com o grupo nos últimos dois dias e pode voltar a ser relacionado. Fora isso, o Flamengo terá quatro retornos: De la Cruz e Allan, vetados da vitória por 3 a 0 sobre o Botafogo por conta do gramado sintético, e Danilo e Wallace Yan, que cumpriram suspensão. Everton Cebolinha é desfalque, por conta de lesão muscular no quadril.

Por sua vez, Abel Ferreira tem a principal baixa no gol: Weverton está fora, com uma fissura em um osso da mão direita. Com isso, ele precisará escolher entre utilizar Marcelo Lomba ou promover a estreia de Carlos Miguel. Flaco López, Gustavo Gómez e Aníbal Moreno voltam ao time titular, algo que não foi possível na goleada por 5 a 1 contra o Bragantino, porque estavam de compromissos na data Fifa.