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pequena joia no sul da Itália superou pobreza para se tornar cenário de filmes e destino rico em história e gastronomia

BRCOM by BRCOM
outubro 23, 2025
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Os Sassi di Matera, região histórica da cidade italiana que foi restaurada e reocupada e hoje é um dos destinos mais promissores da Itália — Foto: Renata Izaal

Foi depois que Bond, James Bond abandonou Léa Seydoux em uma estação de trem e distribuiu sopapos pelas ruelas de Matera que turistas de todo o mundo descobriram essa pequena cidade na Basilicata, a região no Sul da Itália conhecida como o peito do pé da bota. Em “007 — Sem tempo para morrer” (2021), Daniel Craig, em seu último filme como o agente secreto britânico, teve seu Aston Martin metralhado em uma alucinante sequência de ação, o que, cá entre nós, não diz nada sobre o lugar. Em Matera, não se pode entrar de carro.

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Avessa a sopapos e perseguições, a cidade é um daqueles lugares onde, perdoem o clichê, o tempo parece passar mais devagar e se acumular em camadas de História. É o território habitado há mais tempo na Itália, com presença humana ininterrupta há nove mil anos. É também um belo conto de superação, de um lugar que já foi chamado de “vergonha” e é hoje uma das apostas da Condé Nast Traveller para a Europa. Tudo isso, é claro, acompanhado de comida, vinho, um bocado de igrejas e a buona gente do Sul. Uma dica? Se puder, hospede-se na parte antiga da cidade, conhecida como Sassi, onde toda essa história está a passos de distância.

Os Sassi di Matera, região histórica da cidade italiana que foi restaurada e reocupada e hoje é um dos destinos mais promissores da Itália — Foto: Renata Izaal

Mais ou menos como na ultraturística Capadócia, na Turquia, Matera tem cavernas esculpidas em suas colinas há milênios. Ao longo do tempo, essas escavações se tornaram casas, igrejas e toda uma estrutura urbana rudimentar. Até que, em 1945, o escritor Carlo Levi publicou “Cristo parou em Eboli”, sua memória dos dois anos de exílio (1935-1936) na Basilicata — pena imposta pelo fascismo de Benito Mussolini —, e revelou aos italianos que muitos de seus compatriotas ainda viviam nas cavernas, com famílias inteiras dividindo o mesmo espaço, até mesmo com animais, onde não havia luz natural, ventilação, água ou eletricidade.

Miserável, sem nenhuma condição sanitária e assolada por doenças como cólera e febre tifoide, Matera passou a ser chamada de “vergonha nacional”. Em 1952, uma lei ordenou a desocupação da cidade e transferiu todos os moradores, cerca de 15 mil pessoas, para um bairro recém-construído. A parte histórica, com cavernas e construções de calcário, ficou esquecida até que, em 1986, a Itália iniciou a recuperação da velha Matera. Com ajuda do governo, gerações que não tinham vivido os anos da vergonha transformaram cavernas em hotéis, restaurantes e bares. Em 1993, a Unesco declarou a cidade Patrimônio da Humanidade e, em 2019, ela foi eleita Capital Europeia da Cultura.

Matera antes da retirada nos moradores. Neste local da foto hoje existe um hotel — Foto: Divulgação/Sextantio della Grote di Civita
Matera antes da retirada nos moradores. Neste local da foto hoje existe um hotel — Foto: Divulgação/Sextantio della Grote di Civita

Matera recebe 600 mil turistas por ano, todos com os tênis em dia para perambular pelos Sassi (literalmente “pedras”). São inúmeras ruelas, becos e escadas formando um labirinto onde o bom é se perder para, sem querer, deparar-se com uma igreja com afrescos do século VIII, um restaurante bem recomendado, ou um conjunto de cavernas transformado em ateliês.

Visitar Matera é visitar os Sassi. Eles são dois: o Sasso Barisano e o Sasso Caveoso, lado a lado. Uma boa ideia é começar pela Casa Noha (@faicasanoha), onde uma exposição multimídia conta a história da cidade, unindo arquitetura, arqueologia, história da arte e cinema. De lá saem passeios para descobrir os Sassi, o Parque Murgia e a antiga rede de cisternas da cidade.

O Parco della Murgia Materana (@enteparcomurgia) fica de frente para os Sassi, e por isso tem uma bela vista para a Matera histórica. Basta cruzar a ponte sobre o Rio Gravina para fazer caminhadas pela natureza, ver pinturas rupestres em cavernas habitadas desde o paleolítico, como a Grotta dei pipistrelli, e igrejas do início da Idade Média. O centro de visitantes localizado no antigo Monastério de Santa Lucia tem opções de itinerário pelo parque.

Na Casa Grotta di vico Solitario (@storica_casa_grotta_matera), uma caverna-museu mobiliada com móveis e ferramentas do período anterior à recuperação da cidade, pode-se ver como os antigos habitantes de Matera viviam.

Como toda cidade italiana, Matera tem sua catedral. O nome oficial do Duomo é Basilica Pontificia Cattedrale di Maria Santissima della Bruna e Sant’Eustachio, em homenagem aos dois padroeiros da cidade. Construída no século XIII, em estilo românico apuliano, preserva afrescos da época, além de arte dos séculos XV e XVI.

Interior do Duomo de Matera, na Itália — Foto: Renata Izaal
Interior do Duomo de Matera, na Itália — Foto: Renata Izaal

São mais de cem igrejas na pequena Matera, construídas entre os séculos VIII e XIX, por isso vale a pena pesquisar quais visitar. Além do Duomo, boas dicas são a Igreja de São Pedro Caveoso, também chamada de Igreja de São Pedro e São Paulo, onde vale observar os afrescos na Capela do Santíssimo Sacramento e depositar uma moeda de um euro para acender a iluminação do teto da nave central; e a Igreja de Santa Maria De Idris, que está no Monterrone, um penhasco no meio do Sasso Caveoso, e é ligada por um túnel à cripta rochosa de San Giovanni in Monterrone onde há afrescos dos séculos XII a XVII.

É provável que, flanando pelos Sassi, você encontre um bar ou restaurante charmoso e decida parar ali para comer e fazer uma pausa no sobe e desce de Matera. Mas saiba que a cidade tem um único restaurante com estrela Michelin, o Vitantonio Lombardo Ristorante (@vitantoniolombardoristorante), do chef de mesmo nome, nascido em Lucânia, na Basilicata. Ou seja, um local. Há menu à la carte e menu-degustação com cinco, sete ou dez pratos, com preços entre 150 e 200 euros, sem vinhos. É preciso reservar on-line. Mais em conta e recomendadíssima, a Osteria Al Casale faz o que uma boa osteria deve fazer: serve comida e vinhos regionais em um ambiente simples e com preço justo.

O chef Vitantonio Lombardo, na cozinha do Vitantonio Lombardo Ristorante, casa com uma estrela Michelin em Matera — Foto: Divulgação/Vitantonio Lombardo Ristorante
O chef Vitantonio Lombardo, na cozinha do Vitantonio Lombardo Ristorante, casa com uma estrela Michelin em Matera — Foto: Divulgação/Vitantonio Lombardo Ristorante

Já que o assunto é vinho, procure pelas uvas aglianico, primitivo e malvasia. O Aglianico del Vulture e Aglianico del Vulture Superiore são os únicos vinhos da região a receber as certificações DOC e DOCG, respectivamente.

A sorveteria I vizi degli Angeli, ou melhor, “laboratório de gelateria artesanal”, já foi eleita a melhor da Itália pelo Gambero Rosso e tem filas na porta no verão. Vale a pena provar sabores como caqui com rum e nibs de chocolate, asteroide (caramelo e cookies) e amêndoa amarga. É provar e entender por que o nome é “vizinhos dos anjos”.

Dois ou três dias são suficientes para flanar por Matera com tranquilidade. O mais recomendado é combinar a visita à cidade com um passeio pela Puglia, já que Bari fica a cerca de uma hora de carro e é onde está o aeroporto mais próximo. Pode-se chegar a Matera de carro, mas se o hotel escolhido for dentro dos Sassi, o veículo terá que ficar na parte nova da cidade. Muitos hotéis têm acordos com estacionamentos e se encarregam de levar e buscar seus hóspedes. Outra opção é o trem. A partir de Bari, a viagem leva cerca de uma hora e meia.

"007: Sem tempo para morrer": O Aston Martin de James Bond no Sassi di Matera, Itália — Foto: Divulgação
“007: Sem tempo para morrer”: O Aston Martin de James Bond no Sassi di Matera, Itália — Foto: Divulgação

Para se preparar para Matera, vale ler “Cristo parou em Eboli” e ver o filme homônimo (1979) dirigido por Francesco Rosi. Antes de James Bond chegar à cidade, os irmãos Taviani a usaram como cenário em “Allonsanfán” (1974), Rosi filmou “Três irmãos” (1981) e Giuseppe Tornatore, “O homem das estrelas” (1995). Tiveram cenas rodadas por lá “A Paixão de Cristo” (2004), de Mel Gibson, e “Mulher Maravilha” (2017), de Patty Jenkins.

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