Criada em Vila de Porto Grande, no Pará, Zaynara passou a maior parte da vida às margens do Rio Tocantins, algo que definiu a maneira como enxerga a própria existência. É por isso que, aos 24 anos, a cantora convida os fãs a um mergulho nessas mesmas águas em “Amor perene”, o seu segundo e recém-lançado álbum de estúdio. “É uma correlação entre o amor e o rio”, diz, sobre as 10 faixas, das quais participou de todas as composições. “Falo do cuidado que precisamos ter com nós mesmos, independentemente das cheias e das secas.”
São músicas que passeiam por paixão, sofrência e volta por cima, embaladas pelo fino do pop que pulsa no Norte do Brasil. Filha de uma professora e de um músico (o pai toca como baterista na sua banda), Zaynara beberica em fontes como brega, reggae, cúmbia e rock e chacoalha tudo em sua coqueteleira musical. “Sou uma mistura do que ouvi a vida inteira”, resume, antes de destacar a referência máxima. “Sempre fui muito fã das divas vocalistas. Cresci batendo cabelo, assistindo ao DVD da Joelma.”
Apesar da carreira recente, a cantora já fez barulho suficiente para dividir palcos importantes com suas inspirações. No último The Town, em São Paulo, apresentou-se ao lado da própria Joelma, além de Gaby Amarantos e Dona Onete, configuração que repetiu, dias depois, no palco flutuante armado sobre o Rio Guamá, em Belém, para o show Amazônia Live. Também já leva na bagagem três troféus de artista revelação (WME Awards, Prêmio Multishow e Break Tudo Awards).
Quando o assunto é estrada, a próxima parada é na Serra do Rio, no Festival Rock The Mountain, em que se apresenta nos dois fins de semana, entre 31 de outubro e 9 de novembro. Sobre a escalação, o sócio-criador do evento, Ricardo Brautigam, afirma: “Ela se destaca na nova música brasileira e traz muita representatividade, valorizando as raízes do Norte em uma linguagem moderna e popular”.
Será o primeiro show da turnê do novo disco, e Zaynara sobe ao palco acompanhada por banda, balé e figurinos bafônicos. Promete também uma boa dose de sangue nos olhos. “Alcançamos um reconhecimento que, na real, já deveríamos ter recebido. O som do Pará é muito plural e potente”, comenta. “É uma honra estar em grandes palcos e fazer a nossa música girar. Mas não estou isolada. Sigo abrindo caminhos, assim como muitas já fizeram o mesmo por mim.”
Foguete, como se diz por aí, não tem ré.
