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Sanções de Trump mudam o cenário da ‘guerra energética’ entre Rússia e Ucrânia

BRCOM by BRCOM
outubro 27, 2025
in News
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Policiais ucranianos isolam área de jardim de infância em Kharkiv, atingido por drone russo — Foto: Serviços de Emergência da Ucrânia via AFP
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Isso ficou evidente nos últimos dias, quando Estados Unidos e Europa anunciaram novas sanções contra a indústria petrolífera russa, pilar da máquina de guerra do Kremlin. A Ucrânia trabalha para intensificar a pressão internacional sobre a economia energética russa, ao mesmo tempo em que aplica suas “sanções de longo alcance”: ataques de drones que danificaram várias refinarias russas.

O alvo de Moscou é a infraestrutura de eletricidade e gás da Ucrânia, atacada de forma recorrente antes da chegada do inverno. O objetivo, dizem especialistas, é tornar o Estado ucraniano menos capaz de funcionar, e abalar o espírito da população.

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Não está claro se um dos lados vai ceder diante da pressão. Mas os dois veem os ataques contra o setor de energia como uma ferramenta estratégica para romper o impasse em um conflito que se arrasta por quase quatro anos, e que segue imune aos esforços de paz do presidente dos EUA, Donald Trump.

Quando a ofensiva diplomática pareceu ganhar corpo, a realidade da guerra se impôs. Com suas forças ganhando terreno, apesar de um custo elevado, Moscou quer um acordo que obrigue Kiev a ceder todas as terras que perdeu, e outras que ainda ocupa. A Ucrânia rejeita a ideia, e insiste em um cessar-fogo que congele as atuais linhas de frente, uma oferta rejeitada pelo Kremlin.

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A expectativa é de que a Rússia siga avançando no campo de batalha. Mas conforme o inverno reduz a velocidade dos combates por terra, com pouca vegetação para mascarar as tropas, e com o frio glacial atrapalhando a logística, a “batalha da energia” seguirá como a mais ativa nos próximos meses.

Balazs Jarabik, ex-diplomata da União Europeia (UE) em Kiev que agora trabalha para o R.Politik, uma empresa de análise política, disse que as sanções dos EUA contra as duas maiores petrolíferas russas, Lukoil e Rosneft, é uma possível resposta aos ataques contra a rede de transmissão de energia ucraniana.

Ele chamou as medidas — as primeiras de Trump contra a Rússia — de um caminho para pressionar o Kremlin a interromper os ataques e concordar com um cessar-fogo limitado, poupando alvos do setor de energia.

Especialistas dizem que a Rússia pode escolher absorver as sanções sem mudar seus objetivos de guerra. Moscou já mostrou ser capaz de evitar as punições ocidentais ao buscar outros parceiros comerciais, como China e Índia, e ao explorar brechas e canais para evitar as restrições.

Mesmo assim, a decisão de Trump de aplicar as sanções vai além de outras medidas internacionais ao atingir o coração da riqueza russa, a sua indústria petrolífera que gera centenas de milhões de dólares diários. A medida isola as duas companhias do sistema financeiro internacional, e traz a ameaça de punições aos que seguem comprando petróleo russo.

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Segundo estimativas, a Rosneft e a Lukoil correspondem a quase metade da produção russa, e sua exclusão do mercado formal pode levar compradores importantes, como a Índia, a reduzirem suas compras. Sem esse dinheiro, pode ficar mais difícil para a Rússia substituir equipamentos de combate e continuar pagando os soldos de seus recrutas.

“Em termos de equipamento e tropas, o ponto central para manter a capacidade de reconstrução de força de combate russa é o dinheiro, prioritariamente gerado pelo setor de gás e petróleo”, disse Jack Watling, pesquisador no Royal United Services Institute de Londres, em uma análise demarcando os fatores que podem levar Moscou às negociações.

Policiais ucranianos isolam área de jardim de infância em Kharkiv, atingido por drone russo — Foto: Serviços de Emergência da Ucrânia via AFP

Já sinalizando os problemas à frente, a projeção é de queda nos gastos militares russos no ano que vem, pela primeira vez desde o início da invasão. Watling afirma que os problemas para manter os esforços de guerra devem ser sentidos já no começo do ano que vem.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu na quinta-feira que as sanções podem prejudicar a economia, mas insistiu que elas não mudarão o cálculo do Kremlin para a guerra. Em resposta, Trump sugeriu que Putin mudaria de opinião em seis meses, quando as punições começarem a ser sentidas.

— Vamos ver como tudo acontece — disse a repórteres.

Além das medidas econômicas, os ataques ucranianos contra refinarias destruíram ou afetaram cerca de 20% da capacidade de refino da Rússia. Isso provocou desabastecimento em várias regiões, no momento em que a Ucrânia tenta levar as dores da guerra aos russos comuns.

Kiev ainda atingiu em cheio o complexo militar-industrial, de forma a afetar a capacidade de ataque russa. Na terça, os militares ucranianos disseram ter usado o míssil de fabricação ocidental Storm Shadow para atacar uma fábrica de explosivos e combustível de foguetes. Os mísseis dependem de informação de satélites americanos, sugerindo que os EUA autorizaram seu uso na Rússia.

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Kiev quer ainda os mísseis de cruzeiro Tomahawk, que ampliariam sua capacidade de ação na Rússia, Trump ainda não aprovou o pedido, e Putin tem alertado para que ele não o faça.

Ao mesmo tempo, a Rússia conduz uma campanha própria com mísseis de longo alcance contra a infraestrutura energética ucraniana. Para especialistas, o objetivo é afetar o fornecimento de luz e aquecimento para os civis, afetando o moral da população e a atividade econômica.

Desde a semana passada, a Ucrânia começou a ordenar cortes emergenciais de energia para lidar com os impactos dos ataques a usinas e subestações. Chernihiv, uma cidade de 270 mil pessoas, enfrentou longos blecautes que paralisaram o sistema de transportes e o fornecimento de água.

Ataques do tipo acontecem desde o primeiro ano da guerra, por vezes concentrados nos meses que antecedem o inverno, quando a demanda aumenta. Ao longo do tempo, os ucranianos aprenderam a se adaptar, usando geradores e baterias. Mas este ano, os russos passaram a atingir a infraestrutura de gás, responsável por boa parte do sistema de aquecimento do país, depois que Kiev impediu a passagem de gás russo por seu território, a caminho da Europa.

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Ataques recentes afetaram até 60% da capacidade de produção de gás ucraniana e boa parte das estações de compressão, necessárias para bombear o gás que já estava armazenado, de acordo com um membro de um governo europeu que não quer se identificar.

Várias cidades começaram a atrasar a ativação dos sistemas de aquecimento central em prédios residenciais para lidar com a falta de gás. Existe o temor que muitas casas não sejam propriamente aquecidas no inverno, em um país onde as temperaturas permanecem abaixo de zero por semanas.

A Ucrânia tenta importar a maior quantidade possível de gás antes da chegada do frio. O governo teria planos para importar até 4 bilhões de m³, a um custo de US$ 2 bilhões. Kiev não tem esse dinheiro, e não está claro se os aliados europeus, que têm seus próprios problemas, irão ajudar.

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