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Polícia britânica é cobrada após falhas em casos de chantagem contra homens gays no app Grindr

BRCOM by BRCOM
dezembro 4, 2025
in News
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Scott Gough — Foto: Reprodução/BBC

A polícia de Hertfordshire, no Reino Unido, está sob forte questionamento após um relatório do Escritório Independente de Conduta Policial (IOPC, na sigla em inglês) apontar falhas graves na investigação de uma série de chantagens contra homens gays, todas praticadas pelo mesmo grupo criminoso.

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Uma reportagem da emissora BBC revelou que ao menos quatro vítimas relataram ter sido extorquidas por uma gangue que agia na mesma região por meio do aplicativo de encontros Grindr, popular entre os gays. O IOPC determinou que a corporação precisa avaliar se possíveis “pressupostos homofóbicos” influenciaram a condução dos casos.

A sucessão de erros ficou evidente a partir da tentativa de chantagem sofrida por Scott Gough. Na noite do crime, seu parceiro, Cameron Tewson, estava em casa quando seis homens apareceram exigindo as chaves do carro novo de Gough. Tewson descreveu os suspeitos como “brancos e com cerca de 20 e poucos anos”. Eles fugiram após ele chamar a polícia, mas deixaram um bilhete destinado ao “proprietário do Range Rover branco”, com a placa e um número de telefone. O recado era direto: “Acho que é do seu interesse me ligar”.

Gough, ao retornar para casa, evitou explicar o ocorrido e disse que trataria do assunto com a polícia. Tewson suspeitava que o parceiro escondia o uso do Grindr.

— Eu sinto fortemente que ele sabia quem eles eram, e que escondeu isso de mim — afirmou à BBC.

No dia seguinte, Tewson encontrou um testamento escrito à mão por Gough. Enquanto falava com a polícia, descobriu o parceiro já sem vida.

Scott Gough — Foto: Reprodução/BBC

A morte foi registrada como asfixia, e o inquérito terminou sem conclusão. Em meio ao choque, Tewson relatou: “É tudo um borrão”. Ele afirma que, ao mencionar sua suspeita sobre o uso do Grindr, percebeu mudança imediata na postura dos agentes:

— Quando isso surgiu nas conversas, senti completa indiferença.

Documentos posteriores reforçaram a impressão de negligência. O número de telefone deixado no bilhete já era conhecido pelos policiais devido a um caso anterior de chantagem no Grindr, a placa do carro usado pela gangue foi rastreada. Mesmo assim, ninguém foi interrogado. Evidências físicas como DNA, digitais e itens descartados no local não foram coletadas. Nenhuma prisão ocorreu.

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  • Conclusões do órgão fiscalizador
      • Polícia britânica é cobrada após falhas em casos de chantagem contra homens gays no app Grindr

Conclusões do órgão fiscalizador

O IOPC declarou que a tentativa de chantagem e a possível ligação com a morte de Gough não foram “investigadas de maneira rigorosa”, e destacou “vários erros” cometidos após o óbito. O órgão também afirmou que a polícia “não investigou completamente a morte súbita”.

Dentro de dez dias após a morte, a força recebeu mais duas denúncias envolvendo o mesmo número telefônico. As vítimas relataram confrontos após encontros no Grindr. O grupo criminoso chegou a se apresentar como “caçadores de pedófilos”, sem qualquer prova que sustentasse a alegação. Os agentes, porém, trataram os suspeitos como “indivíduos que necessitavam de proteção”, e não como autores de crimes.

Outro caso que acentuou as críticas foi o de Liam McHale, de 24 anos. Ele também morreu após relatar chantagem no Grindr. Na noite anterior à morte, contou a amigos que um homem que conhecera no aplicativo estava o extorquindo ao fingir ser menor de idade. McHale telefonou para a polícia, mas os agentes pediram que esperasse até o dia seguinte, argumentando que ele havia consumido álcool.

Sua mãe, Julie Rice, conversou com o filho naquela noite, mas não voltou a falar com ele. Depois, recebeu a notícia da morte.

— Ele era meu porto seguro, e de repente tinha ido embora — disse.

Liam McHale — Foto: Reprodução/BBC
Liam McHale — Foto: Reprodução/BBC

O laudo apontou asfixia e intoxicação por múltiplas drogas. O legista não conseguiu determinar se houve intenção de tirar a própria vida. A polícia levou mais de 18 meses para acessar os aparelhos eletrônicos do jovem. Nenhuma prisão foi efetuada, embora a corporação afirme manter uma investigação sobre chantagem, e o IOPC decidiu que não era necessário abrir apuração por má conduta.

Organizações LGBTQIAPN+ afirmam que o atendimento policial a vítimas desse tipo de crime varia muito entre regiões e que é difícil medir a dimensão real das violações cometidas por meio de aplicativos de relacionamento. Diretora de serviços da Galop, uma organização beneficente de combate ao abuso contra a comunidade, Bridget Symonds diz que é uma “loteria”.

— Sabemos que existem bons policiais, mas é realmente uma loteria e depende de com quem você está lidando e de onde você está no país — explica.

Especialistas em crimes digitais ressaltam que investigações envolvendo extorsão e fraude nessas plataformas são complexas. Chefe da área de Defesa e Investigações de Crimes de Colarinho Branco do escritório de advocacia Withers, Natalie Sherborn afirma que os aplicativos de namoro falham na resposta aos crimes cometidos por meio das plataformas.

— Fraudes amorosas, assédio ou chantagem não são crimes fáceis de resolver. Existe uma pegada digital, mas nem sempre é fácil de decifrar. Pode ser bastante difícil analisar os dados para tentar identificar quem está por trás deles — diz Sherborn.

O Grindr declarou trabalhar para manter a segurança dos usuários, mas advertiu que a verificação de identidade pode colocar pessoas vulneráveis em risco.

Polícia britânica é cobrada após falhas em casos de chantagem contra homens gays no app Grindr

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