Depois de ser preso em 1957 pelo assassinato de uma dona de loja de ferragens, Ed Gein confessou outros crimes, incluindo a confecção de objetos com restos mortais. Esses itens foram encontrados em sua casa, mas não há comprovação de que ele tenha praticado necrofilia, como mostra a terceira temporada da série da Netflix, “Monstro: a história de Ed Gein”, criada por Ryan Murphy e Ian Brennan. Assim como este, outros detalhes importantes sobre o assassino, interpretado por Charlie Hunnam, não são confirmados ou nunca existiram.
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Conhecido como “o açougueiro de Plainfield”, Ed Gein foi um serial killer e ladrão de cadáveres. Ele foi condenado pela morte de duas pessoas nos anos 1950, mas há uma forte suspeita de que ele tenha matado outras seis, totalizando oito vítimas.
Confira a seguir o que não é tem total embasamento na realidade.
Logo depois da prisão, foram encontrados na casa de Gein itens confeccionados com restos de pessoas mortas, incluindo roupas e órgãos sexuais. Isso de fato gerou especulação sobre necrofilia, mas ele negou qualquer participação em canibalismo ou necrofilia, como mostra a série em algumas cenas.
Gein e a sua segunda vítima, Bernice Worden, uma comerciante local, não tiveram um relacionamento como sugere a série. A motivação para o crime, na série, é que ele teria a assassinado por paixão. Entretanto, na realidade, não existe qualquer evidência de que eles tivessem alguma relação. O assassino confessou o crime, mas disse que nunca teve experiência sexual devido à educação rígida em lar religioso.
Cartas com serial killers?
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A produção da Netflix mostra que Richard Speck — um assassino em série e estuprador dos Estados Unidos — escrevia cartas a Gein, chamando-o de ídolo, inclusive. Mas não há comprovação que havia um contato entre os dois. Aliás, é dito que Speck buscava se distanciar de outros criminosos.
A série mostra ainda que Gein ajudou a polícia a capturar Ted Bundy — outro assassino em série, tendo confessado 30 homicídios. Na realidade, porém, ele não auxiliou em nada. Ex-funcionários do FBI já relataram que era psicótico demais para contribuir significativamente com as entrevistas.
Morte do próprio irmão?
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Na produção, Gein é retratado como responsável pela morte do irmão, Henry, e pelo sequestro de Evelyn Hartley. Fora da ficção, porém, não há provas que sustentem essas versões. A morte de Henry foi tratada oficialmente como um acidente, e, no caso de Evelyn — que desapareceu a cerca de duas horas da cidade onde Gein morava —, nenhuma conexão entre os dois foi comprovada.