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‘A plateia brasileira me fez esquecer da dor que eu estava sentindo’

BRCOM by BRCOM
outubro 17, 2025
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Capa do álbum “Deadbeat”, do grupo australiano Tame Impala — Foto: Reprodução

Um desses raros artistas com uma faixa que passou os dois bilhões de execuções no Spotify (“The less I know de better”, do álbum “Currents”, de 2015) e, enfim, um Grammy para chamar de seu (o de melhor gravação dance de 2025, por “Neverender”, com os franceses do Justice), o australiano Kevin Parker, 39, deixou seus milhões de fãs com a respiração presa, à espera de um novo álbum do seu projeto, o Tame Impala, em que ele grava (quase) tudo sozinho e depois reúne músicos para fazer ao vivo.

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Sucessor de “The slow rush” (2020, do hit “Borderline”, que se encaminha para o bilhão de plays no Spotify), “Deadbeat” baixa esta sexta-feira no streaming com muitas novidades. Por exemplo: na capa do álbum, o mago do rock psicodélico dançante dos anos 2000 aparece com sua filha, Peach (nascida em 2021).

Pai de duas crianças (Rose, o filho mais novo, veio ao mundo em maio), o cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor, que vive hoje entre Perth (na Austrália) e Los Angeles, conta ao GLOBO que a foto escolhida para embelezar “Deadbeat” não entrega tudo sobre a inspiração para o disco.

— Não digo que (a paternidade) foi algo que me influenciou no álbum… foi só uma maneira de me mostrar um pouco mais vulnerável — admite ele, via Teams. — Acho que, num mundo ideal, a vida familiar não afetaria o meu processo de trabalho, mas na realidade afeta. Então, tudo de que preciso é uma forma de encontrar um equilíbrio. Eu amo ser pai, só preciso achar um jeito de fazer a coisa funcionar.

Capa do álbum “Deadbeat”, do grupo australiano Tame Impala — Foto: Reprodução

Quem quiser entender mais sobre a gênese de “Deadbeat” (que já teve as faixas “Dracula”, “Loser” e “End of summer” antecipadas em singles) terá que conhecer The Wave House, propriedade em Yallingup, cidade a 250 quilômetros de Perth, onde ele não só se inspirou, mas também gravou o disco.

— É o lugar para onde eu vou a fim de ficar longe de tudo. Ele tem uma história muito interessante, pois costumava ser uma espécie de local de raves nos anos 1990 e 2000, o povo dava festas por dias a fio no anfiteatro, que é bem grande. Então, quando você entra ali, ainda dá para sentir a energia das raves que aconteceram. É um lugar meio que mágico para mim, é onde eu ia para me inspirar e fazer música — diz ele, que incorporou a pulsação techno das festas a faixas como “Ethereal connection”. — O techno é algo que eu sempre amei, mas nunca tinha tido a confiança para fazer.

Sem pressões, Kevin veio preparando “Deadbeat” desde 2023:

— Tudo o que tenho que fazer é permitir que a música aconteça, porque não gosto de forçar nada. Na verdade, eu não tenho um processo de composição. É uma bênção quando as músicas vêm naturalmente, mas às vezes não acontece naturalmente e aí você tem que usar as técnicas que aprendeu.

Uma marca do Tame Impala é o uso de equipamento analógico, dos anos 1970 e 1980, que Kevin Parker garimpa incessantemente e que atiça a curiosidade dos músicos a cada álbum lançado — e com “Deadbeat” não será diferente. Faixas como “No reply”, “Oblivion” (um quase reggaeton e quase baião eletrônico), “Obsolete” e “Piece of heaven” trazem sonoridades retrô muito peculiares e exóticas, que farão muitos se perguntarem com que instrumentos e pedais de efeito o músico atingiu aqueles resultados.

— Ah, sim já vi alguns vídeos sobre como se fazer para chegar aos sons de bateria do Tame Impala… mas eles estavam bem errados! — diverte-se o produtor. — Não sou assim religioso em relação a equipamentos analógicos, não sou um esnobe desse tipo de coisa. Mas para esse disco eu queria sons que fossem meio ásperos, meio brutos e meio crus também. E o mundo analógico se encaixa muito bem nisso. A maioria das baterias eletrônicas que usei em “Deadbeat” são analógicas, e há muita distorção analógica.

Um compulsivo caçador de raridades analógicas (“eu não fico o tempo todo atrás de equipamento… para ser sincero, é algo que tento fazer cada vez menos, porque isso pode tomar conta da sua vida!”, confessa), Kevin lançou há alguns meses o seu próprio sintetizador, o Orchid. Teria ele usado sua própria criação em “Deadbeat”?

— Hum… talvez. Bem, eu tinha dito a mim mesmo que não contaria a ninguém porque mão queria que o álbum parecesse uma grande propaganda do Orchid. Mas, como eu fiz esse órgão para mim mesmo, então seria bem estranho se eu não o usasse no disco — conta.

Os prêmios e números conquistados no mundo da música digital envaidecem o australiano (que já colaborou com astros do primeiro time do pop atual, como Dua Lipa, Lady Gaga e The Weeknd), mas, segundo ele, não chegam a afetar a maneira com que produz os seus álbuns.

— Eles são… legais. Mas, obviamente, eles não são tudo. E são passageiros. Para mim, é bom saber que as pessoas estão ouvindo minha música — diz ele, que se apresentou no Brasil pela última vez em 2023, na edição paulistana do festival Lollapalooza… de muletas, pois estava com quadril fraturado. — Foi divertido! De todos os shows até hoje, os que eu fiz na América do Sul são meus favoritos. E esse, no Brasil, acho que foi o maior show que já fizemos. Eu estava com um pouco de dor e não conseguia andar, mas queria tanto estar na América do Sul que não cancelei a turnê. A plateia brasileira realmente me fez esquecer da dor que eu estava sentindo.

Ainda sem datas confirmadas para o Brasil, a turnê de “Deadbeat” começa no próximo dia 31, pelos Estados Unidos. Mas o país não ficará de fora.

— Estamos prestes a começar nossa última rodada de ensaios, onde montamos todo o show e o testamos a todo vapor, em tamanho real — avisava Kevin, animado, na quarta-feira.

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