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A Praga de Dan Brown, em cinco pontos da cidade

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setembro 25, 2025
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Black Angel’s Bar — Foto: Lenka Grabicova/New York Times

A porta que guarda as joias da coroa da Boêmia, na Catedral de São Vito, em Praga, tem sete fechaduras, e cada chave é guardada por uma pessoa: o presidente da República Tcheca, o arcebispo de Praga e outras cinco em posições de destaque.

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Foram detalhes como esse que inspiraram Dan Brown a ambientar seu último romance, “O segredo final”, lançado este mês.

— Gosto de usar o local como personagem dos meus romances — diz o autor de “O Código da Vinci”, que já escreveu seis livros com o protagonista Robert Langdon, professor de Simbologia de Harvard. — Praga é perfeita para ele por causa das vielas sinuosas, das igrejas, das criptas, das centenas de torres. E a tal da porta? Não tem nada que seja mais a cara de Langdon do que uma porta com sete fechaduras.

Brown, que se aventurou pela primeira vez em Praga em um mochilão no início dos anos 1980, quando a cidade ainda se encontrava atrás da Cortina de Ferro, visitou-a muitas vezes durante as pesquisas para o livro. Na verdade, ele pode ser lido quase como um guia, pois em suas quase 700 páginas, Langdon não só visita as principais atrações, como o Castelo de Praga e a Praça da Cidade Velha, mas sai da rota turística com referências a lugares como a espetacular “Casa Dançante” de Frank Gehry e a Igreja de Nossa Senhora Vitoriosa, onde um boneco de cera de quase 50 centímetros do Menino Jesus de Praga recebe roupas diferentes ao longo do ano, “como uma espécie de Barbie sagrada”, descreve.

Ele também usa a obra para mergulhar nos aspectos sobrenaturais da história tcheca, incluindo a lenda do Golem, figura de barro e argila do folclore judaico, e a corte do sacro imperador romano-germânico Rodolfo II, que levou alquimistas e astrólogos para a cidade há mais de quatro séculos.

— Praga é considerada a capital mística da Europa desde então — diz

Aqui estão cinco pontos da cidade que inspiram o escritor e aparecem em “O segredo final”. Se chegar a visitá-los, estará seguindo os passos de Langdon.

Escondido em uma adega de pedra gótica sob o Hotel U Prince, perto da Praça da Cidade Velha, o bar serve coquetéis como o Black Angel’s Medicine, versão boêmia do martíni que inclui vodca, Lillet Blanc, bitter de pêssego e Becherovka, licor tradicional de ervas e especiarias feito na cidade de Karlovy Vary. Durante uma reforma, em 2009, os proprietários descobriram vários diários e anotações que incluíam receitas de autoria de uma misteriosa figura do início do século XX chamada Alois Krcha e acabaram na lista de coquetéis exclusivos do bar.

Black Angel’s Bar — Foto: Lenka Grabicova/New York Times

— Você desce e parece que está em outro mundo. Está no subsolo, em um lugar que parece uma caverna, bebendo coquetéis exclusivos enquanto um cara toca piano — conta Brown, que, quando terminou o livro, foi lá comemorar com um Last Word, clássico que leva gim e Chartreuse. — Fui com um grupo de amigos, e prepararam uma rodada para nós.

Segundo Brown, o Jardim Wallenstein, à sombra do Castelo de Praga, “é espetacular por si só, com grandes esculturas e um aviário com corujas”, mas é uma peculiaridade na parte de trás do espaço que captura sua imaginação: o muro de pedra escura de dez metros e meio de altura. “Um paredão imenso de rocha derretida”, como descreve em “O segredo final”. Foi erguido nos idos de 1620 e reza a lenda que contém passagens secretas.

Muro do Jardim Wallenstein: paredão com lendas de passagens secretas — Foto: Lenka Grabicova/The New York Times
Muro do Jardim Wallenstein: paredão com lendas de passagens secretas — Foto: Lenka Grabicova/The New York Times

— Não é verdade, mas ainda assim é assustador. Se você ficar olhando fixo, começa a ver rostos. Alguns estão lá mesmo, mas outros são só pareidolia (a tendência psicológica de perceber padrões familiares, como rostos, em objetos) — relata o escritor.

Para mergulhar na história mais recente — mas não menos sinistra —, desça ao abrigo antiaéreo de Folimanka, no Parque Folimanka, fora das muralhas medievais da cidade, ao sul do centro histórico. O bunker nuclear da era da Guerra Fria, com capacidade para 1.300 pessoas, é um dos principais cenários do livro.

— A entrada, pequenina e esquisita, é no Parque Folimanka. Dá para imaginar as pessoas se arrastando até lá por causa da guerra nuclear que ameaça eclodir. Boa parte ainda está intacta. É bem doido — define Brown.

O interior do abrigo de Folimanka, construído para manter 1300 pessoas seguras — Foto: Lenka Grabicova/The New York Times
O interior do abrigo de Folimanka, construído para manter 1300 pessoas seguras — Foto: Lenka Grabicova/The New York Times

O abrigo abre um sábado por mês, das 9h às 15h (consulte o site para ver a programação). As visitas guiadas são em tcheco e gratuitas.

Em “O segredo final”, Langdon se vê em uma situação desesperadora na Biblioteca Barroca, no conjunto de edifícios históricos conhecido como Klementinum, mas mesmo assim não consegue deixar de se maravilhar com o interior ornamentado e dourado, os murais rococós no teto celebrando o mitológico Templo da Sabedoria e os mais de 20 mil tomos centenários, a maioria dedicada à astronomia e à ciência. “Mesmo angustiado como se encontrava, Langdon teve tempo de achar a sala absolutamente fascinante”, escreve Brown. Fundado no século XVI, o Klementinum serviu de sede para os jesuítas durante a Contrarreforma, recebeu Mozart, que fez várias apresentações, e Einstein, que lecionou ali.

Biblioteca Barroca: mesmo correndo perigo, Langdon admirou beleza — Foto: Lenka Grabicova/The New York Times
Biblioteca Barroca: mesmo correndo perigo, Langdon admirou beleza — Foto: Lenka Grabicova/The New York Times

— A Biblioteca Barroca é uma das salas mais bonitas do mundo e de quebra tem passagens secretas bem convenientes para o livro. Ah, e não perca a coleção de globos antigos — recomenda.

Construída em 1891 para a Exposição do Jubileu de Praga, a Torre Petrin foi inspirada na Eiffel, concluída apenas dois anos antes. Situada no verdejante Parque Petrin, a estrutura de quase 60 metros proporciona uma vista fantástica de Praga e seus arredores. A altura total, incluindo a colina em que se encontra, é a mesma que a estrutura de Paris.

Torre Petrin: construída em 1891 e inspirada na Eiffel, com 299 degraus — Foto: Lenka Grabicova/The New York Times
Torre Petrin: construída em 1891 e inspirada na Eiffel, com 299 degraus — Foto: Lenka Grabicova/The New York Times

Brown conta que, a princípio, evitou subir porque sabia que teria de encarar 299 degraus ou se espremer no elevador:

— Mas quando percebi que ia ambientar uma cena do livro lá, vi que não tinha outro jeito. Só que, como Langdon, sou claustrofóbico, e no dia em que fui, a escadaria estava fechada. Não tive opção a não ser pegar o elevador. É um lugar espetacular para se ter uma visão geral de Praga. Quis que o leitor o visse através dos olhos do personagem.

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