Os primeiros indícios da dinâmica do assassinato do policial civil João Pedro Marquini, de 38 anos, na noite deste domingo, são de que ele teria avisado à esposa, a juíza Tula Correa de Mello, do 3º Tribunal do Júri da capital, que dirigia outro veículo, e pedido para que ela retornasse. O casal passava pela Serra da Grota Funda, na Zona Oeste do Rio, quando foi rendido por bandidos que haviam atravessado um Tiggo na pista.
- Na comunidade Casar Maia: Carro usado por bandidos que mataram agente da Core no RJ é encontrado pela polícia
- Maior chacina do estado do Rio completa 20 anos: ‘Foi assassinado sem nem saber o que estava acontecendo’, diz mãe de vítima
Os criminosos chegaram próximo ao veículo de João e viram que havia uma arma no banco do carona e um celular em chamada. Ao perceberem que se tratava de um policial, deram ordem para fuga.
Sozinho, João Pedro, que era agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), ligou para um amigo policial e, enquanto o mantinha na linha, desceu do Sandero prata que dirigia. A polícia não sabe ainda o que aconteceu até os criminosos atirarem contra ele, que morreu, a princípio, sem reagir à abordagem.
Local onde o policial civil João Pedro Marquini foi baleado e morto no RJ
O carro usado pelos criminosos foi encontrado abandonado na comunidade César Maia, na Zona Oeste, e levado para perícia na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). João foi atingido com ao menos quatro tiros.
Tula e Pedro estavam casados desde fevereiro de 2024. Desde então, ela postava fotos do casal em viagens por diferentes países, em momentos românticos e também de aventura.
No dia 20 de novembro do ano passado, Tula usou seu perfil no Instagram para compartilhar um texto em que desejava feliz aniversário a Pedro. Emocionada, ela lembrou os momentos passados juntos e não economizou ao falar do amor dos dois.
“(…) todos os dias são assim contigo. Independentemente da força da tempestade que passa (tudo passa), a gente fica. Fica junto, fica feliz, fica firme. Fica apaixonado (eu por você, você por mim). Fica em paz por estar lado a lado…”, diz um trecho da mensagem.
Em outro momento, a magistrada fala da família dos dois: “Amo nossa família, nossos filhos e filhas, nossos sonhos, nossos defeitos, nossos projetos, nossa vocação, nossos momentos. Amo a gente”.
Ao encerrar a mensagem, Tula lembrou uma canção imortalizada por Paulinho da Viola: “‘Foi um rio que passou em minha vida. E meu coração se deixou levar”… por você. Ontem, hoje. Sempre, para sempre. Te amo”.