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Ainda escuto o grito: é gol de Pelé

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outubro 23, 2025
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Pelé com réplica da Taça Jules Rimet em 1958 — Foto: Arquivo/Agência O GLOBO

Pelé e o Santos conquistaram o mundo inteiro juntos. Duas vezes. Desde que se encontraram, Pelé é Santos, e Santos é Pelé. É quase impossível medir o que ele representou — e ainda mais difícil saber até onde o Rei pôde ir. Como santista, sinto como se falasse de um pai que ensinou o certo e o errado, de um filho que nos encheu de orgulho e de um irmão que nos fez torcer como se fôssemos um só.

Desde menino, vi Pelé como algo maior que um jogador: um símbolo. A imagem dele driblando, arrancando e marcando gols sempre esteve comigo. Quando soube que, aos 15 anos, estreou já balançando as redes em uma goleada, pensei: “Ele deve ter percebido, mesmo em silêncio, que não era um talento comum”.

É impossível imaginar o Santos sem Pelé — e Pelé sem o Santos. Desde 7 de setembro de 1956, pouco antes de eu nascer, Pelé escrevia o início de uma história eterna.

Pelé com réplica da Taça Jules Rimet em 1958 — Foto: Arquivo/Agência O GLOBO

Presenciávamos a chegada de um novo Rei no mesmo dia da independência do Brasil.

Porém, de nada valeriam os títulos se não houvesse legado. Juntos, rodamos o mundo, paramos guerras e reunimos multidões, afinal todos queriam ver o “Time do Pelé”.

Em Portugal, diante de 70 mil pessoas, chegávamos ao topo do mundo. Gilmar, Olavo, Mauro, Calvet e Dalmo; Zito e Lima; Dorval, Coutinho, Pepe e o Rei. Não era a primeira vez — afinal, vestidos de azul e branco, já tínhamos passado por lá quatro anos antes — e voltaríamos por mais duas vezes, alguns anos depois, de verde e amarelo. Mas, de branco e preto parecia inimaginável, ao menos para o Benfica. Era a primeira vez que hasteávamos a bandeira do Santos a uma altura que todos podiam ver. No ano seguinte, repetimos o feito, liderados mais uma vez por um jogador de 22 anos que já transformava a cultura de um país com a leveza de quem apenas realizava o sonho de jogar futebol.

Hoje, com seus 85 anos, imagino o Rei celebrando conosco. Fecho os olhos e o vejo jovem, conquistando tudo outra vez e levando o futebol-arte brasileiro além dos oceanos. Lembro quando inauguramos o Memorial de Conquistas — ele me disse: “Não é para o Pelé. É para todos que batalharam comigo pelo futebol”. Essa humildade me inspira. Ele sabia que a glória é coletiva, mas que o símbolo precisa ser preservado.

Não existiu — e talvez nunca exista — atleta com as qualidades que Pelé reunia em um só jogador. Não à toa foi nomeado o Atleta do Século em 1981 pelo jornal francês L’Équipe, após uma pesquisa com jornais de todo o mundo, sem nunca ter jogado em um time europeu. Pelé faz torcer, amar e querer pertencer. Assim foi comigo e com tantos outros santistas espalhados pelo mundo, unidos por um sentimento que atravessa gerações.

Sinto, a cada passo na Vila Belmiro, como se a presença de Edson Arantes do Nascimento ainda caminhasse conosco. Pelé nunca deixou de amar o Santos, e seria injusto limitar essa ligação apenas aos alvinegros da Baixada. Ele se transformou no futebol e transformou o futebol. Nos fez referência e se tornou referência.

Dico, Edson, Pelé, Rei. Foram 1.116 jogos, 1.091 gols e 49 títulos juntos. Obrigado por me lembrar — como presidente, mas antes de tudo como santista — que existimos para perpetuar sua história. Que cada vez que ecoar “Rei” nas arquibancadas, seja mais do que saudade: seja celebração, compromisso e o manifesto de que nosso amor por esse clube continua vivo.

De todo santista, todo brasileiro e todo amante do futebol: Pelé é eterno!

*Marcelo Teixeira é o atual presidente do Santos, cargo que voltou a ocupar em 2024 após ser eleito com ampla maioria dos votos. Teixeira foi o presidente mais jovem da história do Alvinegro Praiano, de 1991 a 1993, e também assumiu o clube entre 2000 e 2009, período em que o Santos conquistou títulos importantes, como o Campeonato Brasileiro de 2002 e 2004. Com forte ligação histórica com o clube, o seu pai, Milton Teixeira, também presidiu o Santos.

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