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Após morte de Charlie Kirk, demissões por comentários sobre o ativista são cada vez mais numerosas

BRCOM by BRCOM
setembro 27, 2025
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Morte de Charlie Kirk acende preocupação com violência política nos EUA

Tara Marcelle não lembra exatamente o que disse perto da área das enfermeiras no dia em que o ativista conservador Charlie Kirk foi baleado. Ela se recorda de algumas piadas infames feitas com seus colegas e de rir. Mas de uma coisa ela tem certeza: isso lhe custou o emprego. Dois dias após o incidente, Marcelle recebeu uma carta de demissão do hospital em Phoenix onde trabalhou por quatro anos.

“Seu comportamento foi descrito como vergonhoso, moralmente inaceitável e abominável, pois você expressou publicamente alegria e risos em relação ao assassinato de uma figura pública”, dizia sua carta de demissão.

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Marcelle, uma veterana da Força Aérea de 43 anos, nunca disse que Kirk mereceu ser morto, mas agora engrossa uma crescente lista de pessoas nos EUA que foram demitidas, suspensas, realocadas ou pressionadas a deixar seus empregos por coisas que disseram sobre o ativista ou seu assassinato.

Embora não haja uma forma de descobrir quantas pessoas sofreram consequências em seus locais de trabalho, o New York Times identificou mais de 145 casos em matérias, declarações públicas e entrevistas com alguns dos afetados. Entre os punidos estão professores, profissionais da saúde, advogados, jornalistas, trabalhadores de restaurantes e empresas aéreas.

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Um deles é um policial da Carolina do Norte suspenso por dizer que Kirk era racista, pouco depois de declarar o assassinato como “horrível”. Outros casos são o do gerente de uma hamburgueria em Illinois que comentou “mais um que cai morto”, e o de um funcionário de um restaurante na Califórnia que disse que Kirk poderia “queimar no inferno”. Um número considerável de profissionais estão sob investigação por declarações similares.

Demissões após declarações controversas não são uma novidade, mas elas se tornaram mais frequentes nos últimos anos, uma vez que exércitos digitais passaram a perseguir pessoas que dizem coisas consideradas inapropriadas. Após a morte de Kirk, o vice-presidente, JD Vance, pediu às pessoas que ligassem para os chefes daqueles que celebraram o assassinato.

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Na maior parte dos casos, empregados do setor privado precisam seguir regras para o uso de rede sociais e podem ser demitidos pelas empresas por praticamente qualquer motivo, desde que isso não viole estatutos de proteção dos trabalhadores, como os ligados a discriminação por raça ou gênero. Mas as recentes demissões trazem questões que vão além da lei, sobre até que ponto os funcionários são livres para expressarem suas opiniões, e até que ponto os empregadores têm que responder por essas opiniões.

O cenário chama a atenção também pela ênfase dada por Kirk ao debate aberto. Ele foi morto no dia 10 de setembro em Utah, durante um dos muitos eventos em que convidava estudantes para desafiá-lo, assim como suas crenças.

Marcelle não escondia de seus colegas sua orientação política de esquerda, e se descreve como uma “mãe progressista típica”, com tatuagens que fez durante seu tempo de militar no Iraque, antes de se tornar enfermeira. Ela disse que era clara sobre suas opiniões a respeito do mundo, e que sempre foi vista de maneira positiva por seus chefes no setor de emergência. Em maio, havia sido promovida a um posto de treinamento, no qual orientava outras enfermeiras.

Morte de Charlie Kirk acende preocupação com violência política nos EUA

À reportagem, afirmou que teria pedido desculpas a quem se sentiu ofendido. Além da demissão, seus empregadores querem que devolva US$ 5,2 mil em reembolsos ligados a treinamento e educação — em comunicado, a empresa disse que não comenta assuntos sobre seus funcionários, mas diz esperar que eles “sigam os mais elevados padrões de conduta no trabalho”.

Em outro caso, Hannah Molitor acreditava estar em seu “emprego dos sonhos” quando começou a trabalhar em um programa de alfabetização de crianças em uma ONG em Milwaukee, no ano passado. Mas foi demitida por uma publicação no Facebook um dia após a morte de Kirk.

“O que aconteceu com Charlie Kirk é horrível e ninguém deveria perder a vida por causa da violência armada”, começava a publicação. “No entanto, percebam que um lado está lutando ativamente para acabar com as mortes desnecessárias por violência armada, e não era o lado em que Charlie estava. Sim, estou tornando a morte dele política, não, eu não me importo. Se tudo o que você faz é espalhar ódio, certamente receberá algo em troca.”

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Ela diz que consegue entender se algumas pessoas interpretaram sua publicação como “Kirk teve o que mereceu”, mas sua intenção, afirma, era apontar para suas crenças e ressaltar os impactos da violência armada. Poucas horas depois da postagem, a presidente da ONG disse para que não voltasse ao trabalho, e no dia seguinte foi demitida — em declaração, ela afirmou que “aquelas visões não refletem os valores ou a missão de nossa organização”.

Molitor se disse arrasada por perder o emprego, mas manteve suas palavras, apesar de desejar que elas não tivessem sido compartilhadas publicamente.

No Kentucky, Amber Thibodeaux afirmou que a demissão não poderia ter vindo em pior momento. Ela se mudou com a família para a capital do estado, Frankfort, há cinco meses, onde passou a trabalhar em um hospital, gerenciando respiradores e outros sistemas de suporte à vida. Então, na semana passada, soube que alguém tinha enviado uma de suas publicações no Facebook a um serviço de ética interno mantido pelo empregador.

Thibodeaux frequentemente escreve sobre política nas redes sociais, e suas postagens após a morte de Kirk foram ácidas, afirmando que “não perderia um segundo de sono” por causa do ativista, e que os memoriais eram como “pedidos para que as pessoas velassem Hitler”. Ela disse que sua página é restrita a seus amigos, e que não faz referência ao seu empregador; o perfil mostra que rem 70 amigos. A publicação que levou à sua demissão trazia a notícia sobre a morte de Kirk e o comentário “Não tem como, risos… isso não pode ser verdade”, com um emoji de risada.

Desempregada, teme não ter dinheiro suficiente para o aluguel, para o seguro saúde e para colocar comida à mesa para ela e seu filho.

Amber Thibodeaux, terapeuta hospitalar que perdeu o emprego após postagem crítica ao ativista conservador Charlie Kirk — Foto: Madeleine Hordinski/The New York Times
Amber Thibodeaux, terapeuta hospitalar que perdeu o emprego após postagem crítica ao ativista conservador Charlie Kirk — Foto: Madeleine Hordinski/The New York Times

Muitos dos entrevistados consideram entrar com processos, mas os casos podem ser complicados. Mesmo funcionários públicos, que têm o direito de falar sobre questões mais sérias, podem ser demitidos se suas palavras abalarem o ambiente de trabalho.

Risa Lieberwitz, professora de lei trabalhista na Universidade Cornell, disse que um aspecto novo sobre as demissões é que muitas empresas temem sofrer represálias do governo de Donald Trump ou de outros políticos. E há casos em que os empregadores agiram sob pressão de parlamentares ou membros do governo.

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Phillip Michael Hook, professor de arte da Universidade da Dakota do Sul, entrou com um processo contra a instituição depois de ter sido demitido por causa de uma publicação no Facebook na qual dizia “não ter preces e pensamentos para um nazista que espalhava o ódio”. A publicação foi apagada três horas depois e substituída por um pedido de desculpas, mas o incidente causou certo furor, com críticas vindas do presidente da Assembleia Legislativa local e do governador do estado. Na quarta-feira, a demissão foi suspensa temporariamente enquanto o caso é analisado.

Cynthia Rehberg, vice-diretora em uma escola no Wisconsin, disse que a instituição foi inundada por telefonemas na semana passada depois que um comunicador conservador a acusou de ter dito que Kirk “teve o que mereceu”. Mas a publicação não foi feita por ela, que diz não ter ideia de quem o ativista era até seu assassinato.

Cynthia Rehberg, vice-diretora de uma escola no estado do Wisconsin — Foto: Narayan Mahon/The New York Times
Cynthia Rehberg, vice-diretora de uma escola no estado do Wisconsin — Foto: Narayan Mahon/The New York Times

Algumas das pessoas que ligaram para a escola queriam arrancar seu coração ou arrastar seu corpo atrás de um caminhão. Outra disse a ela “corra”, antes de compartilhar seu endereço. Ela ficou com os pais por um fim de semana, e tem pedido as compras em casa desde então.

Segundo o superintendente das escolas da região, Jason Tadlock, o distrito recebeu mais de mil telefonemas raivosos. Ele pediu a ajuda de um senador estadual, e emitiu um comunicado aos pais explicando o caso. O influenciador se corrigiu posteriormente e Rehberg voltou ao trabalho, mas com proteção policial reforçada. Ela disse que a Primeira Emenda Constitucional, que trata da liberdade de expressão, era algo que a fazia sentir orgulho de ser americana. Mas a forma como essa liberdade foi usada para atacá-la a deixou abalada.

— Só ofereço minhas sinceras condolências a Charlie Kirk e sua família, e que tragédia — afirmou. — Simplesmente não aprecio, suponho, a maneira como as pessoas se comunicam no mundo hoje em dia.

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