‘Aquilo que nos une é muito maior’

No Instagram, o padre Julio celebrou a agenda, dizendo que “foi uma visita muito agradável”. O sacerdote também afirmou que “aquilo que nos une é muito maior do que qualquer coisa que possa nos desunir”.

Frei Gilson ganhou projeção nos últimos meses com pregações transmitidas pelo YouTube que se tornaram alvo de militantes de esquerda por conteúdos considerados misóginos. Políticos bolsonaristas aproveitaram a ofensiva para sair em defesa do religioso.

O padre Julio Lancelotti, por sua vez, foi criticado em diferentes ocasiões por nomes da direita. Ele chegou a ser tema de pedidos de abertura de CPI na Câmara de Vereadores de São Paulo por conta da atuação junto a dependentes químicos na cracolândia. Ele também já teve encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outras figuras da esquerda.

Imagens do encontro entre os dois religiosos também foram publicadas no perfil oficial do Frei Gilson, que descreveu o momento como “muito especial” e “uma grande alegria”. De acordo com a publicação, os dois sacerdotes, que ainda não se conheciam pessoalmente, almoçaram e rezaram juntos.

Gilson da Silva Pupo Azevedo, de 38 anos, ganhou fama após criar um canal de lives de oração e reflexão no YouTube. As transmissões, que começam às 4 horas da manhã, chegaram a reunir mais de um milhão de espectadores durante o período da quaresma, que antecede a Páscoa.

Frei Gilson é membro da congregação Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo e lidera o grupo musical Som do Monte, que defende a evangelização através da música. Atualmente, ele reune mais de 17 milhões de seguidores nas redes sociais e mais de 2 milhões de ouvintes na plataforma de streaming de música Spotify, sendo a liderança católica brasileira com maior alcance no campo digital.

Já Lancellotti, pároco da igreja de São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, Zona Leste de São Paulo, é uma das principais vozes do país na defesa da população em situação de rua, sobretudo desde a pandemia da Covid-19. Essa atuação aproximou o religioso de entidades e lideranças progressistas.

Em dezembro de 2022, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou uma lei que proibia o uso de arquitetura hostil, que consiste em edificações que tenham o objetivo de afastar a população de rua. O veto ao projeto, que havia sido apelidado de “Lei Padre Julio Lancellotti”, acabou derrubado pelo Congresso Nacional.