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Bares de SP vivem tensão antes do primeiro fim de semana após mortes com destilados

BRCOM by BRCOM
outubro 3, 2025
in News
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Ministrão, bar interditado em São Paulo — Foto: Hyndara

Nas ruas da cidade, o metanol está “na boca do povo”, e para os donos de bares e restaurantes, sobra a expectativa e tensão em relação ao movimento nos estabelecimentos no primeiro final de semana após os casos envolvendo bebidas destiladas. O número de casos investigados por suspeitas de intoxicação por metanol no estado de São Paulo já subiu para 41, além de seis mortes suspeitas e outros 11 casos confirmados.

  • Balcões vazios e troca de destilado por cerveja: intoxicações por metanol assustam consumidores e impactam bares de SP
  • Metanol: Deputados de SP propõem leis para obrigar bares a triturar garrafas e multar venda de bebida adulterada

Na hora do almoço desta quinta-feira (2), a reportagem circulou por ruas do Itaim Bibi e Vila Olímpia, e o tema era alvo de conversas entre colegas de trabalho, casais, comerciantes e familiares, que se questionavam da onde vem a contaminação e comentavam sobre o medo de beber.

Em outras regiões boêmias, como a Barra Funda, as notícias envolvendo a onda de intoxicação já preocupam quem frequenta a noite paulistana. Na maior parte dos casos, pessoas ouvidas pela reportagem preferem simplesmente não tomar destilados. Nesse caso, elas optam por bebidas prontas e enlatadas, conhecidas como RTD (Ready to Drink), ou cerveja.

Quem ainda compra os drinques tem descartado a compra com vendedores de rua e apostado no ramo de estabelecimentos consolidados. Mesmo assim, há uma “guerra fria” feita de piadas nervosas entre garçom e cliente. Alguns pedem para ver as garrafas, outros perguntam se o estabelecimento garante a procedência da bebida. No fim, tudo fica na confiança.

Um dos bares fechados pela Vigilância Sanitária foi o Beco do Espeto, no Itaim Bibi, que costuma ficar cheio até mesmo em dias de semana. Nos bares vizinhos, o temor de donos dos estabelecimentos é que o movimento mingue nos próximos dias — algo que já vem sendo sentido desde o início da semana.

Ministrão, bar interditado em São Paulo — Foto: Hyndara

Um deles, o Motirô, registrou um movimento cerca de 50% menor na quarta-feira (1), relatou o dono ao GLOBO, e os drinks, que eram mais comuns no local, deram espaço à cerveja e ao espumante. A poucos metros, o Bar do Juarez, que fica na Avenida Juscelino Kubitschek, segue com movimento porque também é forte na comida — serve pratos de dia e de noite, mas os funcionários já falam que os clientes têm preferido o chope e a cerveja no lugar das caipirinhas.

Um dos botecos mais populares da região do Itaim Bibi e redondezas é o Amarelinho. O receio da perda de clientes virou até comunicado na entrada: “O Amarelinho reforça seu compromisso com a qualidade e segurança de todas as bebidas que oferece”, diz o bilhete colado na unidade da Rua Iaiá.

O bar também tem outra unidade no mesmo bairro e uma terceira na vizinha Vila Olímpia. A preocupação com o movimento do fim de semana existe, diz um dos sócios, Jose Valderi, mas ele pondera que a bebida mais servida ali é a cerveja.

— Até fazemos caipirinhas, mas é um volume muito menor, é cerveja que mais sai. E a gente sempre compra de uma distribuidora homologada, sempre guardamos as notas fiscais, geralmente vão para a contabilidade, mas agora até seguramos aqui para qualquer problema — conta.

Apesar da crise em São Paulo, que levou a fechamentos de estabelecimentos, a Abrasel Nacional defende que a segurança nos bares e restaurantes não foi comprometida. A entidade afirmou que está monitorando de perto os desdobramentos, mas insiste na ausência de casos de contaminação com origem comprovada nos estabelecimentos.

— A expectativa para este primeiro fim de semana completo após a divulgação dos casos é de manutenção do movimento nos estabelecimentos, com funcionamento normal em todo o país. Pelo que a entidade vem acompanhando, não houve queda de faturamento relevante em nenhuma região do Brasil, exceto na região metropolitana de São Paulo, onde alguns bares foram fechados preventivamente. É importante destacar que nenhum desses casos foi associado ao consumo de bebidas com metanol em bares — disse Paulo Solmucci Júnior, Presidente Executivo da Abrasel.

No estado, o setor ainda não possui números fechados sobre o impacto da crise do metanol no movimento dos bares e restaurantes durante a semana. A Abrasel-SP já se prepara para realizar um levantamento detalhado de dados sobre o consumo e a frequência de público neste primeiro final de semana completo após a divulgação dos casos. Os resultados dessa pesquisa devem ajudar a entidade avaliar o nível de recuperação da confiança do consumidor, com a primeira análise dos dados prevista a partir da próxima segunda-feira.

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  • Bares vazios e pronunciamentos nas redes
  • Federação e associação de bares fazem apelo
      • Bares de SP vivem tensão antes do primeiro fim de semana após mortes com destilados

Bares vazios e pronunciamentos nas redes

No Bar Boca de Ouro, em Pinheiros, um dos balcões de drinks mais importantes de São Paulo, o impacto dos casos de adulteração de bebidas já foi sentido. Renato Martins, sócio do estabelecimento, relatou dias atípicos e com movimento notavelmente mais fraco, reflexo, na opinião dele, do temor generalizado dos consumidores.

Martins relatou que recebeu avisos das principais distribuidoras atestando a idoneidade das bebidas, e caso o movimento ruim se mantenha, ele planeja emitir um comunicado para tranquilizar os clientes. Essa mesma estratégia já foi adotada por grandes redes responsáveis por estabelecimentos de renome na cidade.

Metanol em SP: secretário diz que faz'busca ativa' em bares onde pessoas foram intoxicadas — Foto: Governo SP
Metanol em SP: secretário diz que faz ‘busca ativa’ em bares onde pessoas foram intoxicadas — Foto: Governo SP

Alguns bares e casas noturnas procurados pelo GLOBO preferiram não se manifestar publicamente sobre o assunto e, em alguns casos, proibiram menções ligadas à crise. Apesar disso, a discrição de algumas empresas contrasta com a reação pública de estabelecimentos que já se posicionaram publicamente, focados em segurança e comprovação de procedência para tranquilizar o público.

O tom geral dos comunicados, como os do Blue Note SP, Emiliano, Casa de Francisca e Holy Burger, é de reafirmar o compromisso com a segurança, qualidade e transparência de suas operações. Todos destacam que as bebidas comercializadas são adquiridas exclusivamente de fornecedores ou distribuidores homologados, oficiais e legalizados, sempre mediante nota fiscal, para garantir a procedência, autenticidade e originalidade dos rótulos.

O MOMA, por sua vez, além de garantir o trabalho com fornecedores oficiais, mencionou especificamente os boatos que circulavam por WhatsApp, classificando-os como enganosos e difamatórios, e afirmou não ter sido procurado por clientes alegando intoxicação. Mesmo assim, como medida de precaução, alguns estabelecimentos adotaram ações como a suspensão temporária da venda de destilados.

O Grupo Alife Nino (Rainha, Princesa, Boa Praça, Ninno) também reforçou publicamente seus protocolos de segurança. A nota do grupo afirma que “todas as nossas bebidas alcoólicas e insumos são adquiridos exclusivamente de fabricantes ou distribuidores oficiais homologados, sempre com nota fiscal, lacrados e com selo de autenticidade.” O objetivo, segundo o comunicado, é garantir a tranquilidade dos clientes com “produtos de procedência garantida”.

O Bar Tiquim, na Pompeia, Zona Oeste, lamentou os casos de bebidas adulteradas, se solidarizou com as vítimas e endereçou a preocupação dos clientes. “Nossos destilados são adquiridos há anos com os mesmos fornecedores, autorizado e homologados. Muitos possuem até número de lote, garantindo assim a procedência e autenticidade a cada garrafa, entretanto, estamos mais atentos do que nunca. Nosso cuidado vai além do sabor. podem brindar tranquilos!”, escreveu nas redes.

Bares grandes de SP se posicionam sobre intoxicação com metanol — Foto: Reprodução/Instagram
Bares grandes de SP se posicionam sobre intoxicação com metanol — Foto: Reprodução/Instagram

O Bar Benê e o Bico do Corvo Bar, ambos em Pinheiros, expressaram “grande preocupação” e “indignação e repúdio” com a situação, respectivamente, enfatizando que todas as bebidas e insumos são adquiridos exclusivamente de fabricantes ou distribuidores oficiais, sempre acompanhados de nota fiscal, selo de autenticidade e rigoroso controle de qualidade.

O OH LÀ LÀ, no Jardim Europa, e o The Door Bar, na Vila Madalena, também reforçaram postura de transparência e responsabilidade, garantindo que seus produtos são comprados apenas de fornecedores oficiais, com procedência garantida e lacres intactos. O OH LÀ LÀ, inclusive, foi além, afirmando que está disponibilizando em sua unidade as Notas Fiscais de compra e declarações de fornecedores para comprovar a originalidade de cada rótulo e assegurar aos clientes que a experiência oferecida é autêntica e confiável.

Federação e associação de bares fazem apelo

A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) reforçou o apelo às autoridades para que intensifiquem o combate à falsificação. A entidade já havia alertado o mercado em abril sobre um levantamento que apontava que 36% das bebidas comercializadas no Brasil eram forjadas, adulteradas ou contrabandeadas.

O diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, lamentou que o problema, que antes era majoritariamente de sonegação fiscal, agora “está colocando também vidas em risco”.

— A grande maioria dos negócios do ramo de bares e de restaurantes age de forma correta e também se torna vítima ao receber produtos adulterados de fornecedores. […] Se as autoridades não agirem firmemente, este esquema, que agora está colocando também vidas em risco, não chega ao fim nunca — afirmou.

Já a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de SP (Abrasel SP) advertiu para o aumento dos riscos relacionados à falsificação, que atinge principalmente produtos de alto valor agregado, como uísques e destilados premium. Gabriel Pinheiro, diretor da Abrasel SP, destacou que a situação é uma “questão de saúde pública e de preservação da imagem do setor”.

A Abrasel reforçou aos donos de bares a orientação que também vale para os consumidores: desconfie de ofertas com preços muito abaixo do mercado, que podem indicar adulteração. Além disso, a associação citou outros cuidados básicos para os empresários como emissão de nota fiscal, compra de distribuidores legalizados e inutilizar garrafas vazias para impedir que sejam reaproveitadas por falsificadores.

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