Definitivamente, “temos um Brasileirão” em 2025. Em um dos confrontos mais acirrados entre Flamengo e Palmeiras nesta década de protagonismo das equipes, o rubro-negro liquidou o adversário em um primeiro tempo que fez jus à expectativa dos últimos dias em torno de uma “final antecipada”. Arrascaeta, Jorginho e Pedro construíram a vitória por 3 a 2 — Vitor Roque e Gustavo Gómez descontaram — e fizeram sua equipe igualar os 61 pontos do alviverde, ainda líder por ter uma vitória a mais (19 a 18). No confronto direto, porém, não houve disputa nesta edição.
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O Flamengo “gabaritou” o Palmeiras ao prevalecer em São Paulo — 2 a 0 no primeiro turno — e no Rio, e fincou pé de vez na disputa pelo título. O recado deixado pelo 3 a 0 sobre o Botafogo na quarta-feira ficou mais claro: Pedro e Arrascaeta podem ser a solução que Filipe Luís busca para o ataque. Nesta volta de data Fifa, a equipe resolveu o problema de letalidade ofensiva e conta com a melhor forma da dupla de “10 e 9” para vencer os jogos grandes.
Porém, ontem, o fator individual foi apenas a cereja do bolo de uma atuação coletiva em que a “peteca não caiu” em praticamente nenhum instante. Os mais de 71 mil presentes na arquibancada faziam frisson a cada lance, e tiveram a resposta do time acompanhando a mesma rotação, mas sem perder a cabeça. A rivalidade dentro e fora de campo fizeram o confronto ser recheado de chegadas fortes e reclamações, especialmente no início, quando o Palmeiras tomou a iniciativa.
Mas, se o Flamengo não conseguia se impor, contou com seus regentes em grande tarde. O placar nasceu em uma associação orquestrada de Pedro e Arrascaeta, quando Rossi fez lançamento para o centroavante, que fez o pivô e passou para o meia se projetar e sair de frente para Carlos Miguel. Em sua estreia, o goleiro ex-Corinthians buscou a bola na rede pela primeira vez.
O terceiro gol nasceu de uma roubada do atacante em cima de Aníbal Moreno. Arrascaeta tocou rapidamente na frente e Pedro levou o Maracanã ao êxtase no final da primeira etapa. Além do gol e assistência, já tinha sofrido pênalti de Bruno Fuchs, convertido por um Jorginho cada vez mais confortável no posto de batedor oficial e liderança do grupo.
No entanto, nem tudo foi flores em uma tarde em que até sol e a chuva se alternaram no céu carioca. Apesar de ter sido punido pelos erros individuais, o Palmeiras incomodava mais, e Vitor Roque chegou a igualar a partida em um lance confuso. Léo Ortiz machucou o tornozelo direito e houve indecisão para a entrada de Danilo. Com o alviverde em vantagem numérica, Khellven cruzou e o atacante marcou. Filipe Luís admitiu que foi um erro de comunicação da comissão técnica.
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Só que o restante do primeiro tempo mostrou que o Flamengo esteve mais à altura do jogo, principalmente em questão de postura. Na etapa final, a qualidade caiu dos dois lados e o rubro-negro pôde focar em repor fôlego e buscar contra-ataque. O Palmeiras bateu no muro, mas ainda encontrou um gol em uma subida surpresa de Gómez no apagar das luzes, que causou breve caos — não havia mais tempo.
— Agora, nos restam mais dez finais. Cada jogo é muito importante e é assim que temos que pensar — disse Arrascaeta.
Vale nota para Andreas Pereira, que também foi protagonista do jogo ao reencontrar o Flamengo pela primeira vez desde o retorno ao futebol brasileiro. O vilão na final da Libertadores de 2021, que terminou em título alviverde e vice rubro-negro, foi vaiado em cada toque na bola e, por ironia do destino, ainda escorregou em uma cobrança de falta.
Na próxima rodada, o Fla visita o Fortaleza, enquanto o Palmeiras tem confronto contra o terceiro colocado Cruzeiro. No meio de semana, ambos abrem o confronto da semifinal da Libertadores: o rubro-negro recebe o Racing, e o alviverde visita a LDU.

