A Receita Federal apreendeu 389 canetas do medicamento Mounjaro, utilizado para tratar diabetes e perder peso, no Aeroporto Internacional do Recife, em Pernambuco. A carga avaliada em cerca de R$ 1 milhão foi retida na madrugada do último sábado, e estava sendo transportada por um homem que vinha do Reino Unido. Ele foi liberado após a apreensão, mas poderá perder o material e responder criminalmente por trazê-lo ao país de forma irregular, sem receita médica ou autorização da Anvisa.
- ‘Racha’ de charrete: Polícia prende segundo suspeito de participar de racha que deixou uma mulher morta em Itanhaém
- Dia de São Jorge: 23 de abril é feriado ou ponto facultativo?
A fiscalização foi realizada no momento da chegada do suspeito em uma ação de análise de risco e monitoramento de passageiros realizada pela Receita. Em nota enviada ao GLOBO, a instituição afirmou que a retenção faz parte das atividades voltadas ao “combate aos crimes de contrabando e descaminho”, e reforçou que a importação de medicamentos “deve seguir rigorosamente a legislação vigente”, com a apresentação de prescrição médica e autorização dos órgãos competentes.
Conforme reportagem veiculada nesse domingo pelo Fantástico, da TV Globo, só nos dois primeiros meses deste ano foram apreendidas 470 canetas — mais do que todas as apreensões feitas no ano passado, 292. Por causa do aumento, a Receita Federal começou a fazer um trabalho de inteligência específico para identificar a origem dos voos e o perfil dos passageiros que trazem esses medicamentos ao país.
O que é permitido é a importação por pessoa física. Então, por exemplo, um passageiro ou um paciente pode trazer a mercadoria como bagagem, se ele tiver a receita médica”, explicou a delegada Patrícia Miranda, da Alfândega do Aeroporto do Galeão, em entrevista ao programa.
Concorrente do Ozempic (semaglutida), a caneta Mounjaro (tirzepatida), da farmacêutica Eli Lilly, foi aprovada pela Anvisa em 2023, mas será vendida nas drogarias do país apenas a partir do dia 7 de junho. Na Europa, uma caneta do medicamento com a dose mínima custa cerca de R$ 1.200; aqui, no mercado ilegal, pode ser comercializada por um valor quatro vezes maior. Nas farmácias, o preço máximo pelo qual poderá ser vendido quando chegar ao país já foi determinado: R$ 3.952.37.
A caneta é uma opção para tratar diabetes tipo 2, e leva vantagem em relação ao Ozempic por conta do efeito do tirzepatida ser maior ao da semaglutida no controle da glicemia. Um estudo apontou que o Mounjaro é 47% mais eficaz que o Ozempic e o Wegovy, outro medicamento similar. Além disso, no que diz respeito à perda de peso, utilizado de forma off-label (finalidade diferente da bula), o efeito também foi superior, com um emagrecimento ainda maior que o do concorrente.
