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Com duas brasileiras no grid, F1 Academy abre espaço para retorno de mulheres à Fórmula 1 a médio prazo

BRCOM by BRCOM
outubro 3, 2025
in News
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Projeto FIA Girls on Track leva meninas para visitar boxes da Fórmula E — Foto: Divulgação/FIA Girls on Track

O ronco dos motores ecoa a partir de hoje no circuito de Marina Bay, em Cingapura, para a 18ª etapa da F1. Mas a atenção do público não será exclusiva para Oscar Piastri, Lando Norris, Max Verstappen e cia. Carros guiados por jovens pilotos mulheres também ocuparão as pistas na penúltima etapa da F1 Academy, categoria exclusivamente feminina que está em sua terceira temporada e que pode coroar sua campeã de forma antecipada neste fim de semana. Hoje, elas definem a classificação para as corridas de amanhã e domingo.

A francesa Doriane Pin, da Prema Racing e apoiada pela Mercedes, lidera com 127 pontos, 20 a mais que a holandesa Maya Weug (Ferrari) e 34 a mais que a americana Chloe Chambers, as outras duas pilotos ainda com chances na temporada. A última etapa será em Las Vegas, no fim de novembro.

O título é apenas um passo para o grande sonho das jovens e da diretora da categoria, Susie Wolff: voltar a ter uma mulher no cockpit da Fórmula 1. Giovanna Amati, em 1992, foi a última a tentar disputar GPs oficiais pela Brabham, mas não conseguiu se classificar nas três tentativas (África do Sul, México e Brasil).

Em mais de 30 anos, algumas até guiaram um F1 em treinos livres e testes de desenvolvimento de grandes equipes, como a própria Susie, pela Williams, em 2014 e 2015. A britânica ajudou a criar a categoria, substituindo a W Series, justamente para dar ferramentas a jovens pilotos mulheres que sonham em correr de fórmula. Além da ampla visibilidade dada pela chancela da principal entidade do automobilismo, a Academy fornece pontos importantes para obter a Superlicença da FIA para guiar na F1 e funciona como categoria de base para outras competições formadoras, como a F3 e a F2.

Até uma série nos moldes de “Dirigir para viver” foi lançada no meio do ano pela Netflix, que mostra os bastidores da última temporada. A disputa é ferrenha, pois elas só podem ficar na categoria por duas temporadas e precisam apresentar resultados em busca de vagas em outras competições

A brasileira Rafaela Ferreira, de 20 anos, é uma delas. Estreante na F1 Academy, ela está em 11º lugar, com 13 pontos — o Brasil ainda conta com Aurelia Nobels, de 18 anos, no grid, em seu segundo ano.

— Meu maior sonho é vencer uma corrida, levantar a bandeira do Brasil e poder viver do automobilismo — diz a jovem, que começou no kart influenciada pelo pai.

Rafaela sabe que o caminho não é dos mais fáceis. A presença feminina no automobilismo, seja nacional ou internacional, ainda é pequena, mas está em evolução. Ela, por exemplo, foi a primeira mulher a vencer uma corrida da Fórmula 4 no Brasil, quando pilotava pela TMG, em 2024. A equipe também foi a primeira a ter uma mulher na categoria, com Aurelia Nobels.

— É muito gratificante ver a Rafaela na F1 Academy. A gente gostaria de ver milhões de meninas começando no kart. Só assim algumas chegam ao topo. O automobilismo ainda é distante da igualdade, mas hoje é um esporte mais seguro e menos físico, onde a concentração e a coordenação têm tanto peso quanto a força. Isso dá condições para que elas possam competir de igual para igual — diz Thiago Meneghel, dono da equipe TMG, e primeiro engenheiro da piloto Bia Figueiredo.

Projeto FIA Girls on Track leva meninas para visitar boxes da Fórmula E — Foto: Divulgação/FIA Girls on Track

Em 2023, apenas 3% dos pilotos profissionais do país eram mulheres. Hoje, esse número subiu para 4%. A evolução gradual ganha força com projetos, como o FIA Girls on Track, que conectam jovens meninas ao universo das pistas, como explica a engenheira mecânica Rachel Loh, parte da Comissão Feminina de Automobilismo da Confederação Brasileira de Atletismo (CBA), criada em 2023.

— Fizemos seletivas de kart, estágios em equipes de ponta, levamos meninas para experiências na Fórmula E e na própria F1. São iniciativas que encantam e abrem os olhos de equipes e patrocinadores. Hoje temos mulheres pilotando caminhões no grid da Copa Truck, competindo na Stock Series e na Fórmula 4. Competência não tem gênero — afirma Rachel, ressaltando que os projetos visam a incluir as mulheres em vários campos dentro do automobilismo.

A maior visibilidade vem dando resultado. Ano passado, Rafaela foi convidada por email pela Red Bull para fazer testes pela Racing Bulls, por onde corre na F1 Academy. Após uma seletiva na Inglaterra, com treinos em simuladores e nas pistas, foi uma das escolhidas.

— Sempre tive sonho de correr pela RBR, pois torço por eles. Quando recebi o email foi inacreditável. Achei que não era real, fui atrás para descobrir se aquela pessoa existia. Quando vi que era verdade, fiquei muito grata. Queria participar daquele time e não fui que procurei, eles que vieram atrás de mim — recorda Rafaela, que admite ter tido dificuldades de adaptação pelo pouco tempo de treinos nas pistas.

Ao longo do ano, ela pôde viver o dia a dia dos pilotos da F1 nas etapas que coincidiam com a categoria feminina.

— Há dez anos, quase não víamos meninas no grid, eram uma ou duas. Hoje já vemos oito, nove…. Acredito que em cinco ou dez anos teremos uma mulher pilotando na Fórmula 1. Espero poder estar lá, fazendo parte dessa história — projeta Rafaela.

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