“Nós que nascemos na Amazônia carregamos a floresta na alma. Não é possível desassociar a floresta da nossa vida. Nós somos um povo diferente, e o que a gente quer é levar esse sotaque e essa força pelo mundo e ser respeitado”. A frase é da cantora Fafá de Belém, natural do Pará, que usará o sotaque de que tanto se orgulha para celebrar a cultura da Amazônia em show no Festival Amazônico, no Museu do Pontal. Programado para o próximo fim de semana, dias 12 e 13, o evento gratuito foi idealizado para, através da arte, enaltecer a potência da floresta amazônica e promover reflexão sobre crise climática, preservação ambiental e o futuro dos povos. Além de Fafá, outros artistas subirão ao palco; e exposições, oficinas, filmes, atividades para crianças e feiras de artesanato e gastronomia completarão a programação.
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No dia 12, em uma conexão com estados do Norte do Brasil, a cantora e compositora Djuena Tikuna se apresentará com a paraense Aíla, às 16h30. Djuena é ativista em prol da causa dos povos originários, e suas composições são cantadas no idioma tikuna, nome da sua língua materna e de seu povo, que habita o Alto Rio Solimões.
Em seguida, às 17h30, se apresentam Mestra Bigica e o grupo de carimbó Aturiá, com participação de Naieme,paraense de raiz marajoara indígena e quilombola.
Às 19h, Fafá de Belém encerra a programação com show em celebração à guitarrada, gênero musical surgido no Pará e que mistura choro, carimbó, merengue, cúmbia, mambo, bolero, Jovem Guarda e brega.
Ainda no dia 12, às 16h, será inaugurada a exposição “Imagens da intuição”, com 35 pinturas do artista Jair Gabriel, nascido em Roraima. Ele retrata a sua vivência na floresta por meio de uma pintura luminosa e colorida. “Cobra Canoa — Por Paulo Desana e Larissa Ye’Pa Mahsã”, ambos de São Gabriel da Cachoeira, é a outra mostra que entra em cartaz especialmente para o festival, com instalação e fotos com luminescências inspiradas na origem da humanidade, segundo diferentes povos.
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Ao meio-dia, Larissa conduzirá uma oficina de grafismo e carimbos de seu povo, o ye’pa mahsã. A artista plástica apresentará os saberes tradicionais do povo e orientará os participantes na pintura corporal com os carimbos e com tinta natural.
— Os artistas trazem obras significativas e que correlacionam os saberes tradicionais, suas vivências e as linguagens contemporâneas da arte. O público se deparará com formas e criações que mergulham em culturas e histórias muito diversas — afirma Angela Mascelani, diretora do museu.
Convocando uma percepção de mundo mais em conexão com o meio ambiente, uma mesa-redonda, no dia 12, às 15h, antecipará discussões que serão travadas na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), a ser realizada em Belém, em novembro, no estilo dos programas sobre futebol. A “Central da COP”, como a mesa foi nomeada, terá bate-boca ereplayde lances polêmicos sobre emergência climática, VAR em declaração de político, cartão vermelho para o negacionismo e Prêmio Fair Play para energias renováveis. A iniciativa acontece em parceria com a ONG Observatório do Clima.
No domingo, a programação começa às 10h, com roda de música e narração de histórias para crianças de 6 meses a 3 anos. Às 15h, acontecerá uma oficina de canto com Djuena Tikuna, que também falará sobre a cultura tikuna.
Para encerrar o festival, às 17h haverá shows com Noites do Norte e Mestre Solano e, às 18h, com Mestre Damasceno e Aturiá. Nos dois dias, o público contará com vans partindo do metrô da Barra (Acesso A — Lagoa) e do estacionamento do Terminal Alvorada, com uma parada no New York City Center (ponto dos condomínios). As saídas regulares acontecem a partir das 10h às 19h30 no sábado, e das 10h às 18h30 no domingo. As vans estarão disponíveis para retorno até o final do evento. Basta chegar a um desses locais e procurar pelo orientador de público.
O estacionamento do museu estará fechado. A instituição recomenda utilizar o transporte oficial do festival. As viagens são gratuitas.