Ao longo dos próximos dois anos, a Eletrobras vai inaugurar sete novas subestações e 19 linhas de transmissão. Resultado da participação nos leilões de linhas de transmissão, o investimen to total chegará a R$ 6,7 bilhões. Com isso, até 2027 o portfólio nacional de transmissão da Eletrobras vai contar com novos dois mil quilômetros, sendo que boa parte desse total será instalado em cinco estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco e Piauí.

A ação reforça o posicionamento da maior empresa de energia elétrica da América Latina na direção de fortalecer a infraestrutura do país, com base em fontes renováveis.

Parte importante dos recursos aplicados pela Eletrobras será investida nos lotes arrematados em leilões de transmissão promovidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) entre 2022 e 2024. Destaque para as linhas Bom Nome II/Campo Formoso II, entre Pernambuco e Bahia, com 369 quilômetros de extensão, e Janaúba 6 – Presidente Juscelino, com 293 quilômetros de extensão.

Trata-se de uma estratégia que alia sustentabilidade, segurança energética e competitividade. “A transição energética não é apenas uma pauta global, ela é uma necessidade estratégica para o Brasil e para a Eletrobras. Somos protagonistas nesse processo. A transição energética significa reduzir emissões, ampliar a segurança energética junto com nossos clientes e garantir um futuro de performance sustentável”, afirma Camila Gualda, vice-presidente de Governança e Sustentabilidade da Eletrobras.

A ampliação da rede nacional de transmissão é necessária para atender a demanda por energia elétrica, que tende a aumentar 37,7% entre 2022 e 2034, de acordo com a projeção realizada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Já o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou, no início deste ano, um projeto operacional de médio prazo, que prevê a realização, da parte do governo federal, de R$ 7,6 bilhões em investimentos para os próximos quatro anos. O objetivo é ampliar em 30% a capacidade de exportação de eletricidade das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste e o Centro-Oeste — que, por sua vez, deve aumentar em 20% a capacidade de exportação para o Sul.

A estratégia é clara: fortalecer a capacidade de distribuição da energia elétrica renovável gerada especialmente no Nordeste a partir de usinas eólicas e fotovoltaicas.

E, dessa forma, ampliar a estabilidade no abastecimento e melhorar a capacidade de atender ao aumento da demanda. Não por acaso, 18 das novas 19 linhas de transmissão que serão construídas pela Eletrobras estão no Nordeste.

“É fundamental garantir que essa energia limpa, abundante e competitiva chegue aos grandes centros de consumo do país, contribuindo não apenas para a transição energética, mas também para o desenvolvimento socioeconômico da região e do país como um todo”, analisa o vice-presidente de Engenharia da Expansão da companhia, Robson Campos.

Ele aponta que os investimentos em infraestrutura são estratégicos para a Eletrobras. “Eles não apenas fortalecem a nossa posição como maior operadora de linhas de transmissão do país, mas são fundamentais para garantir segurança, confiabilidade e estabilidade ao sistema elétrico brasileiro”, explica Campos.

Em paralelo, a empresa realiza também obras de reforços, melhorias e modernizações em subestações já existentes que vão somar, neste ano, um montante superior aos R$ 3 bilhões de investimentos.

A maior empresa de energia elétrica da América Latina — Foto: G.Lab

A região Nordeste representa, de fato, um importante polo de geração de energia renovável. É a maior responsável pela ampliação de capacidade instalada de usinas eólicas no país, que no final de 2024 alcançou cerca de 13,5% da matriz nacional. A energia de origem fotovoltaica, por sua vez, superou no passado os 50 gigawatts (GW) de capacidade instalada, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Por seu lado, ao mesmo tempo em que aposta no reforço das linhas de transmissão, de forma a fortalecer o sistema elétrico nacional, a Eletrobras segue investindo na resiliência das usinas hidrelétricas que controla. Em 2024, a empresa investiu R$ 7,7 bilhões em seus ativos, com grande atenção para a modernização e os ganhos de gestão.

Neste mesmo ano, atingiu a capacidade instalada de 44.191 megawatts (MW) em empreendimentos de geração em 2024, o que representa 22% do total disponível em todo o Brasil. Aproximadamente 97% dos ativos da empresa se utilizam de fontes com baixa emissão de gases de efeito estufa.

Atualmente, a companhia mantém 79 parques geradores de energia elétrica, eólica e solar presentes em 20 estados e no Distrito Federal. As hidrelétricas são 48, incluindo instalações estratégicas para a segurança energética nacional, como Belo Monte, Tucuruí, Jirau, Xingó, Furnas e Sobradinho.

Comprometida com a transição energética global e o fortalecimento da economia nacional, em janeiro de 2024, a empresa concluiu a alienação do complexo termoelétrico de Candiota, único ativo a carvão da companhia. Meses depois, em junho, finalizou a alienação do seu portfólio termoelétrico a gás natural.

A Eletrobras também está comprometida em se tornar net zero até 2030. E, nesse sentido, vem atuando de forma acelerada.

“Nossa visão de futuro é de uma matriz elétrica que continue limpa e seja crescentemente diversificada e resiliente, capaz de atender a aumentos da demanda e também que incorpore sempre novas tecnologias. A Eletrobras quer ser protagonista nesse movimento, investindo fortemente em geração e transmissão para garantir que os nossos clientes e a sociedade se beneficiem da nossa atuação”, sintetiza Camila Gualda.

Como estratégia de crescimento, Eletrobras investe R$ 6,7 bilhões em linhas de transmissão