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Como o poderio militar da Venezuela responde aos ataques dos EUA?

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novembro 8, 2025
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Caças Sukhoi venezuelanos de fabricação russa em Caracas, em 2022 — Foto: Federico Parra/AFP

Mísseis de cruzeiro iranianos projetados para destruir embarcações no mar. Mísseis terra-ar russos para atingir aeronaves voando em baixa altitude. Veículos blindados chineses para reprimir protestos. Até mesmo alguns caças F-16 americanos já obsoletos. Em teoria, a Venezuela parece ter defesas robustas que poderiam representar uma ameaça ao poderio militar dos Estados Unidos. O arsenal incomum do país, adquirido em grande parte de adversários dos EUA e combinado com anos de armamento de civis para reforçar suas defesas, destaca os desafios que os Estados Unidos podem enfrentar à medida que suas forças se concentram no Caribe. Autoridades americanas estão avaliando diversas opções para uma ação militar contra a Venezuela, visando pôr fim ao regime autoritário do presidente Nicolás Maduro.

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Mas as aparências enganam. Ao contrário das Forças Armadas da vizinha Colômbia, as da Venezuela não têm experiência em combates reais. O Exército venezuelano está assolado por diversos problemas, incluindo armamento mal conservado, falta de treinamento e deserções, afirmou James Story, embaixador americano na Venezuela de 2018 a 2023.

Num país com um longo histórico de tentativas de golpe de Estado, a coesão nos altos escalões das Forças Armadas da Venezuela é outro tema de debate: será que um desafio a Maduro poderia vir de seus próprios generais? E há ainda a questão de como as Forças Armadas da Venezuela reagiriam caso Maduro caísse.

Alguns especialistas alertam que o país pode mergulhar em uma convulsão semelhante à da Líbia se as Forças Armadas se fragmentarem em grupos rivais. Outros afirmam que tanto os soldados regulares quanto os civis armados ofereceriam pouca resistência caso os militares dos EUA interviessem com força esmagadora.

Aqui está o que você precisa saber sobre as Forças Armadas da Venezuela e as tentativas de Maduro de tornar seu regime “à prova de golpes”.

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  • Qual o tamanho das Forças Armadas da Venezuela?
  • Como essas forças poderiam reagir a uma ação militar dos EUA?
  • As Forças Armadas da Venezuela permanecerão leais a Maduro?
  • O que acontece se Maduro cair?
      • Como o poderio militar da Venezuela responde aos ataques dos EUA?

Qual o tamanho das Forças Armadas da Venezuela?

“A Venezuela possui capacidades únicas na região”, afirmou Story, ex-enviado americano. Quando a Venezuela estava repleta de receitas petrolíferas, seus líderes embarcaram numa onda de compras. Impedida de adquirir armas dos EUA, a Venezuela recorreu a fornecedores como o Irã, que forneceu a tecnologia para fabricar drones capazes de transportar mísseis.

Mas, de longe, o maior fornecedor de armas da Venezuela é a Rússia, que forneceu de tudo, desde tanques e helicópteros até rifles de precisão Dragunov e lançadores de mísseis portáteis Igla-S.

A Rússia ajuda na manutenção de alguns dos sistemas de armas. Para reforçar os laços estreitos, um avião russo Ilyushin Il-76, capaz de transportar 50 toneladas de carga militar, pousou em Caracas em outubro. Maduro pediu à Rússia e à China que ajudem a fortalecer as capacidades militares, informou o The Washington Post.

Caças Sukhoi venezuelanos de fabricação russa em Caracas, em 2022 — Foto: Federico Parra/AFP

Os caças Sukhoi de fabricação russa formam a espinha dorsal da defesa aérea da Venezuela. Em teoria, essas aeronaves conferem à Venezuela uma das frotas de aviões de combate mais capazes da América Latina, equipadas com mísseis ar-ar de longo alcance.

Mas persistem dúvidas sobre quantos Sukhois da Venezuela estão operacionais. A Venezuela realizou um sobrevoo com dois de seus antigos F-16 de fabricação americana em setembro, numa demonstração de força, sobre um contratorpedeiro de mísseis guiados da Marinha dos EUA.

As estimativas variam bastante, mas acredita-se que a Venezuela possua, ao todo, mais de 30 aeronaves de combate operacionais, mais de 40 navios de guerra e até 200 tanques.

A Venezuela também mantém um dos maiores Exércitos permanentes da América Latina. Em todos os ramos, a Venezuela tem cerca de 150 mil membros em suas Forças Armadas, afirmou John Polga-Hecimovich, especialista em Venezuela da Academia Naval dos EUA.

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Caracas complementa essas forças com células armadas pró-Maduro, chamadas colectivos, que funcionam como grupos paramilitares de apoio ao governo e, embora nunca tenham sido testadas em combate, poderiam ajudar a repelir uma invasão.

A Milícia Bolivariana, que organiza civis em unidades de reserva armadas, pode fornecer mais uma camada de defesa. Maduro afirma que a milícia poderia mobilizar 8 milhões de reservistas, mas analistas militares dizem que isso é um exagero desmedido. Uma estimativa mais plausível para o tamanho da milícia é de cerca de 1 milhão, mas mesmo assim não está claro se os civis poderiam oferecer muita resistência a uma intervenção fortemente armada dos EUA.

Como essas forças poderiam reagir a uma ação militar dos EUA?

O aumento da presença militar dos EUA está se configurando como o maior teste da História recente para as Forças Armadas da Venezuela. Os Estados Unidos já enviaram cerca de 10 mil soldados para a região; milhares mais chegarão em breve a bordo do porta-aviões Gerald R. Ford.

Soldados segurando bandeiras no telhado de um prédio militar em Caracas, no ano passado, durante uma manifestação em apoio ao governo — Foto: Alejandro Cegarra/The New York Times
Soldados segurando bandeiras no telhado de um prédio militar em Caracas, no ano passado, durante uma manifestação em apoio ao governo — Foto: Alejandro Cegarra/The New York Times

O governo Trump afirma que sua campanha visa principalmente traficantes de drogas provenientes da Venezuela, embora a Venezuela não desempenhe um papel importante no tráfico global de drogas. Os ataques dos EUA mataram cerca de 65 pessoas em embarcações no Caribe e no Pacífico Oriental.

Diversos especialistas jurídicos afirmam que os ataques violam o direito internacional, pois os mortos não representavam uma ameaça militar imediata. Os líderes da Venezuela e da Colômbia alegam que os ataques configuram assassinato.

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Além do foco declarado no combate às drogas, funcionários do governo Trump afirmam, em conversas privadas, que o objetivo é depor o líder da Venezuela. A CIA recebeu autorização para realizar operações secretas dentro do país, e o presidente Trump já declarou que ataques terrestres estão a caminho.

O destacamento dos EUA, que inclui bombardeiros B-52, drones Reaper e a unidade de elite de aviação de Operações Especiais do Exército chamada “The Night Stalkers”, supera em muito as capacidades convencionais da Venezuela.

Mas, durante anos, os líderes da Venezuela se prepararam para o que chamam de guerra assimétrica, elaborando planos de insurgência contra um rival muito maior e armando civis para resistir a uma invasão dos EUA.

Especialistas em segurança afirmaram que as células paramilitares de rua poderiam, por exemplo, transformar Caracas em um palco mortal para a guerra de guerrilha urbana, onde os combatentes encontrariam refúgio na topografia acidentada da cidade e em prédios abandonados.

As Forças Armadas da Venezuela permanecerão leais a Maduro?

A Venezuela não é estranha a tentativas de golpe de Estado. Hugo Chávez, que antecedeu Maduro no poder, ascendeu à proeminência após organizar um golpe fracassado em 1992. Rumores sobre supostas conspirações circulam constantemente na Venezuela e entre exilados.

Mas Maduro provou ser hábil em repelir desafios sérios ao seu governo. Quando a Venezuela foi assolada por distúrbios entre 2017 e 2020, alimentados em parte por uma crise econômica e escassez de alimentos, seu governo frustrou pelo menos nove motins militares, em sua maioria liderados por oficiais de nível médio.

Um sinal de estabilidade é o longo mandato do ministro da Defesa de Maduro, Vladimir Padrino López, que ocupa o cargo há 11 anos.

Um dos problemas é o clima de medo e paranoia. Há anos, funcionários do governo infiltram agentes cubanos e da Direção-Geral de Contrainteligência Militar da Venezuela nas Forças Armadas, em funções de assessoria, onde monitoram qualquer sinal de dissidência.

Oficiais considerados desleais enfrentam graves consequências. Denúncias de tortura vieram à tona a partir de celas de detenção, documentadas por advogados, ativistas de direitos humanos e funcionários das Nações Unidas. Algumas figuras militares de alta patente que entraram em conflito com os líderes da Venezuela morreram na prisão.

As autoridades chilenas afirmaram este ano que o governo de Maduro ordenou o assassinato de Ronald Ojeda, um ex-oficial do Exército venezuelano de 32 anos exilado, cujo corpo foi encontrado enterrado sob quase um metro e meio de concreto. O governo Maduro negou veementemente qualquer responsabilidade.

Dos 875 presos políticos detidos pelo governo venezuelano, 173 são membros das Forças Armadas, segundo o grupo de vigilância Foro Penal.

O interesse econômico próprio também pode ajudar a conter uma rebelião. Segundo ex-oficiais militares, Maduro permitiu que figuras importantes das Forças Armadas lucrassem com o tráfico de drogas ou com empreendimentos de mineração não autorizados, vinculando suas fortunas à sua própria. Qualquer ruptura nesse modelo poderia privar generais e almirantes de rendimentos cobiçados em um país que enfrenta pobreza e desemprego generalizados.

— O principal objetivo deles é preservar suas atividades financeiras ilícitas — disse José Gustavo Arocha, ex-tenente-coronel do Exército venezuelano.

O que acontece se Maduro cair?

A possibilidade de o presidente da Venezuela ser deposto levanta inúmeras questões: as Forças Armadas apoiarão um novo líder interino? Quem protegerá infraestruturas críticas como aeroportos, campos petrolíferos e centrais elétricas? Os militares poderiam se fragmentar em diferentes facções, disputando o controle de rotas lucrativas de contrabando e operações de mineração ilegal?

Zair Mundaray, ex-procurador-geral da Venezuela, afirmou que o país era diferente de nações como a Líbia ou a Síria, que mergulharam em guerras civis ou conflitos sectários quando seus líderes autoritários foram contestados. Esses países, argumentou ele, já eram marcados há muito tempo por grandes divisões sectárias ou étnicas.

— Considero improvável uma guerra fratricida — disse ele.

Outros não têm tanta certeza, citando profundas divisões ideológicas na sociedade venezuelana. Dizem que o país deveria aprender uma lição com o Iraque, depois que os Estados Unidos invadiram e derrubaram o ditador Saddam Hussein. Acreditando que aqueles anteriormente alinhados com o Partido Baath de Hussein não eram confiáveis, o país buscou a desvinculação dos baathistas nos altos escalões das Forças Armadas e do governo iraquianos.

Essa estratégia desqualificou milhares de pessoas para cargos governamentais, transformando alguns oficiais bem treinados em líderes de uma insurgência.

A possibilidade de a Venezuela presenciar um ressurgimento da guerra de guerrilha não é totalmente descabida. Grupos rebeldes da vizinha Colômbia já operam em partes da Venezuela, e civis venezuelanos que teriam sido treinados por esses grupos já se aliaram a Maduro em momentos de crise anteriores.

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