Um grupo de hackers identificado como ‘TraderTraitor’, ou Grupo Lazarus, deixou a Coreia do Norte bilionária a partir do furto de carteiras de criptomoedas. Só em uma semana de fevereiro, o FBI (Polícia Federal dos Estados Unidos) acusou o país de se beneficiar do roubo de ativos digitais no valor de US$ 1,5 bilhão (R$ 8,8 bilhões, na cotação atual) — o maior crime deste tipo na História.
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Os hackers conseguiram se apropriar de 400 mil criptoativos ethereum que eram guardados pela empresa ByBit, com sede em Dubai. A companhia afirmou que os cibercriminosos burlaram os protocolos de segurança durante uma transação e conseguiram transferir os ativos para um endereço não identificado.
Segundo a Binance News, operada pela Binance, a Coreia do Norte também acumula outros 13.562 Bitcoins, o que equivale, na cotação da manhã desta sexta-feira, a mais de R$ 6,5 bilhões.
O FBI afirmou em fevereiro que a Coreia do Norte “foi responsável pelo roubo de aproximadamente 1,5 bilhão de dólares em ativos digitais da operadora de criptomoedas Bybit”.
Um comunicado do FBI acrescenta que o grupo estava “atuando rapidamente e converteu alguns bens roubados em Bitcoin e outras moedas virtuais espalhadas ao longo de milhares de endereços em múltiplas cadeias de blocos”. “Espera-se que os recursos passem por mais processos de lavagem e, eventualmente, sejam convertidos em moeda fiduciária”, segundo o FBI.
O Grupo Lazarus ganhou notoriedade há uma década, quando foi acusado de um ciberataque contra a Sony Pictures como vingança pelo filme “A Entrevista”, que ironiza o líder norte-coreano Kim Jong-un. Também estaria envolvido no roubo de US$ 620 milhões de dólares em ethereum e USD Coin da plataforma Ronin Network em 2022, que até agora era o maior furto de criptomoedas da História.
Em dezembro, os governos dos Estados Unidos e do Japão atribuíram ao grupo um roubo de criptomoedas de mais de US$ 300 milhões da casa de câmbio japonesa DMM Bitcoin.
O programa de guerra cibernética norte-coreano tem registros desde meados dos anos 1990. Uma empresa de segurança cibernética já citou o país como “o ciberladrão mais prolífico do mundo. Atualmente, o programa de Pyongyang tem pelo menos seis mil agentes e é conhecido como “Bureau 121”, com operações em vários países, segundo um relatório americano de 2020.
Um painel da ONU afirmou no ano passado que Pyongyang roubou mais de US$ 3 bilhões em criptomoedas desde 2017. A maioria dos crimes cibernéticos seria comandada pelo Escritório Geral de Reconhecimento, principal agência de inteligência exterior norte-coreana. O painel afirmou que o dinheiro roubado ajuda a financiar o programa norte-coreano de armas nucleares.