A cena musical carioca ganha um presente especial nos próximos meses: uma série de concertos gratuitos e apresentações com ingressos por até R$ 20 na Zona Sul ajuda a democratizar o acesso à cultura. Com programação que vai do clássico ao popular, os eventos reforçam a importância de iniciativas que tornam a arte acessível a todas as plateias e que ajudam a fortalecer a identidade cultural e a ocupação dos espaços urbanos pelo público. Os shows serão realizados em seis bairros: Copacabana, Botafogo, Glória, Flamengo, Catete e Ipanema.
Domingo (6), às 16h, a Casa Museu Eva Klabin (Avenida Epitácio Pessoa 2.480, na Lagoa) recebe o jovem pianista José Sacramento na série Concertinhos de Eva, pensada especialmente para crianças, jovens e suas famílias, com entrada gratuita e classificação livre. O repertório reúne obras que transitam entre o universo da música de concerto, como Chopin, e referências mais contemporâneas, como “Ursinho Pimpão”, sucesso da Turma do Balão Mágico.
Os ingressos podem ser retirados no site e terão validade até 30 minutos antes do início do evento. Após este horário, os mesmos serão disponibilizados na fila de espera.
O roteiro clássico muda de bairro e de projeto, com os Concertos de Outono, da série Música no Museu, com destaque para a homenagem aos 100 anos da escritora Janete Clair, um dos principais nomes da teledramaturgia brasileira. As apresentações são gratuitas e serão realizadas no Flamengo, em Botafogo e em Copacabana.
— O Música no Museu é um evento democrático. Por sempre ter sido gratuito, desde o seu início, em 1997, ele muito contribuiu e vem contribuindo para a formação de plateia para a música de câmara. Gostaria que mais empresas se sensibilizassem pela causa da música clássica e apoiassem o evento que conquistou o título de Patrimônio Cultural Imaterial — diz Sério da Costa e Silva, idealizador e diretor da série.
Na terça (8), às 18h, o Arte Sesc Flamengo (Rua Marquês de Abrantes 99) recebe a Camerata Dias Gomes, fundada em 2012 pela violoncelista Denise Emmer, filha de Janete e do dramaturgo Dias Gomes, homenageado com a criação do grupo no ano em que faria nove décadas. A camerata vai apresentar um repertório com músicas e compositores que a escritora apreciava. São obras de Debussy, como a icônica “Clair de lune”; Villa-Lobos; e Chiquinha Gonzaga; e um pot-pourri com temas das novelas da autora, como “Irmãos Coragem”, “Selva de pedra”, “Coração alado”, ‘O astro” e “Pai herói”. Os arranjos são do compositor Alexandre Schubert.
— A homenagem que me cabe no centenário de minha mãe é a música. Tocar o meu violoncelo na orquestra será a melhor forma de chegar ao seu espírito, a memória daquela que foi a maior novelista e a melhor mãe do mundo se reinventará num quadro mágico — afirma Denise.
Ainda pelo Música no Museu, serão duas atrações no dia 26 deste mês, às 18h. A pianista Patrícia Glatzl toca clássicos internacionais em concerto no Palácio de São Clemente, em Botafogo; e o músico Renato Rabe apresenta o programa “Ukulele brasileiro” no Museu do Exército, no Forte de Copacabana, com temas de artistas como Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha e Zequinha de Abreu, além de composições próprias.
Na Casa Laura Alvim (Avenida Vieira Souto 176, em Ipanema), quem dá o tom é a música popular. A partir deste mês e até julho, acontece ali o festival Casa Light, evento que comemora os 120 anos da empresa de energia. Sempre às quintas-feiras, às 19h30, serão promovidos shows intimistas para até 150 pessoas com ingresso a R$ 10 (inteira).
A estreia é na quinta (10) que vem, com show de Leila Pinheiro e Roberto Menescal. Dia 17, será a vez de Chico César. No dia 15 de maio tem Elba Ramalho. Estão confirmados ainda Hamilton de Holanda (29/5), Yamandu Costa (19/6), Roça Nova (24/4), Maêana (1/5), Simone Mazzer (8/5), Chico Chico (27/5), Juliana Linhares Duo (12/6), Quartetinho (24/6) e Laila Garin (24/7).
— O festival nasceu com a proposta de unir tradição e novidade, aproximando o público de grandes mestres da nossa música, ao mesmo tempo em que abre espaço para talentos que estão escrevendo os próximos capítulos dessa história. Será uma experiência única, em que cada show promete ser um encontro inesquecível — diz Rafaello Ramundo, curador do evento.
O último show será no dia 31 de julho, e a programação completa está disponível no Instagram @casalight2025. O ingresso pode ser ser retirado no site da Funarj.
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De volta à música clássica, agora no Catete, onde o Museu da República recebe, a partir de quarta-feira (9), ao meio-dia, o projeto Recitais da Unirio, uma série de concertos com ingressos simbólicos a um real.
O repertório é de música de câmara para violoncelo, trombone e saxofone, com obras de Beethoven, Guerra-Peixe, Brahms e Radamés Gnattali, interpretadas por alunos e pianistas do Instituto Villa-Lobos, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
Serão nove apresentações, sempre na segunda quarta-feira de cada mês, de abril a dezembro. Além disso, o projeto levará a música de concerto para estudantes de escolas públicas do Rio, com um total de nove recitais e oficinas educativas.
Segundo o pianista Pablo Panaro, coordenador e diretor artístico do Recitais Unirio, a programação contará com duos, trios e quartetos, acompanhados por pianistas como Eliara Puggina, Katia Balloussier e Maria Luisa Lundberg.
Panaro destaca ainda a importância da valorização de compositores brasileiros no repertório, que percorrerá diferentes estilos e períodos da música de concerto.
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A Casa da Glória (Ladeira da Glória 98), por sua vez, é palco da quarta edição do festival Jazzin’, que começa no próximo sábado, às 15h. A programação conta com música experimental, cultura urbana, artes visuais e apresentação de DJs, entre eles Orkísdia e Joazz. O evento terá um palco principal e o Duo Sounds, um evento dedicado a encontros musicais espontâneos com o intuito de manter viva a essência do improviso. A curadoria musical é de Victor Ribeiro.
Um dos destaques é a mostra “Congo Square”, com obras de artistas visuais que dialogam com a herança cultural do jazz e suas “conexões afrodiásporicas”. Tem também um espaço de flash tattoo para estimular as diferentes expressões culturais.
— O Jazzin’ é um rolé diferente. Não é só show, não é só exposição. É um espaço de encontro. De troca. É rua entrando no palco e palco virando rua. A gente junta quem toca, quem ouve e quem sente, tudo misturado, pra deixar o jazz viver de verdade — avalia a produtora Raisa Britez.
Os ingressos estão à venda pelo site sympla.com.br e estão no primeiro lote por R$ 20 (inteira).