Flávio da Silva Santos, presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel, se define como “uma pessoa de poucas palavras”. Nos minutos finais da escolha do samba-enredo da verde e branca, na madrugada de domingo (21/09), o homem de confiança do bicheiro Rogério de Andrade subiu ao palco da quadra da escola, em Padre Miguel, pegou o microfone e fez questão de ressaltar que a Mocidade tinha presidente e, principalmente, patrono: Rogério.
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“A escola não anda sozinha. É todo mundo junto. A escola tem um presidente, por mais que falem que não, mas tem um presidente. E, mais importante que um presidente, a escola tem um patrono. As pessoas batem pelos problemas pessoais, tanto meus quanto do patrono. Mas, enfim, é tudo pela escola.”
Presidente da Mocidade diz que escola tem patrono, que é Rogério de Andrade
Em outro trecho de seu discurso, antes do anúncio do samba-enredo em homenagem à cantora Rita Lee, Flávio comentou sua aversão a falar em público, mas deixou claro que precisava dar um recado:
“Odeio aparecer. Amanhã eu estarei apanhando, mas não estou nem aí. Viva a Mocidade. Viva a Vila Vintém… Eu peço desculpas. Quando a gente entra na avenida, confundem a nossa vida pessoal com a nossa comunidade. A Mocidade é independente. Todos nós somos passageiros, e a Mocidade vai ficar.”
Apesar de dizer que não gosta de aparecer, em suas redes sociais, Flávio se apresenta como “Al Paccino carioca”, uma referência ao ator do filme “O Poderoso Chefão”.
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Desde outubro do ano passado, Rogério de Andrade está preso na Penitenciária de Campo Grande (MS) e, portanto, afastado das decisões da Mocidade. Rogério é réu apontado como mandante do homicídio do bicheiro Fernando Iggnácio, seu rival, em novembro de 2020. O próprio Flávio, que segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio, integra a organização criminosa do contraventor, também chegou a ser preso na mesma época.
Na ocasião, a operação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) em conjunto com o Gaeco, batizada de Fissão, previa apenas busca e apreensão na casa de Flávio. Porém, os investigadores encontraram uma arma, que ele tentou se desfazer jogando pela janela. Ele é investigado ainda pela morte de Fábio Romualdo Mendes, em setembro de 2021.
Na quadra da escola, Flávio aproveitou para destacar a união da Mocidade com a Unidos de Padre Miguel, lembrando que a comunidade da Vila Vintém tem o privilégio de abrigar duas escolas coirmãs:
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“Quando eu falo da Mocidade, eu falo da Unidos de Padre Miguel também. Todo mundo quer criar guerra, falar que não tem isso. Eu amo a Lara (Mara). O Cícero, pai dela, é meu irmão.”
A Unidos de Padre Miguel (UPM) é presidida por Lara Mara, jovem apaixonada pelo carnaval e neta de Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, de 64 anos, um dos fundadores da facção Amigos dos Amigos (ADA). A escola desfilou este ano no Grupo Especial, mas terminou em último lugar e foi rebaixada para a Série Ouro.
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No último dia 15, Celsinho deixou a prisão por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concedeu prisão domiciliar em caráter humanitário, para que ele pudesse cuidar da esposa com câncer.
