Há exatos 50 anos, um salto mudou a história do esporte brasileiro. Em 15 de outubro de 1975, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, João Carlos de Oliveira, conhecido pelo apelido João do Pulo, alcançava a marca de 17,89 metros no salto triplo, um recorde mundial que colocou o Brasil no centro do atletismo global e transformou um cabo do Exército em ídolo nacional.
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O salto histórico, realizado a 2.240 metros de altitude, surpreendeu o mundo. O feito superou em 45 centímetros o recorde anterior, do soviético Vladimir Swanesev, e durou dez anos até ser batido pelo americano Willie Banks, em 1985. Naquele 15 de outubro, o Brasil ganhou um herói: João foi recebido com festa, desfilou em carro aberto e viu seu nome entrar definitivamente na história.
Nascido em 28 de maio de 1954, em Pindamonhangaba (SP), João teve uma infância pobre e perdeu a mãe aos sete anos e chegou a trabalhar como lavador de carros enquanto estudava. O talento atlético surgiu por acaso, durante uma prova escolar. Em 1972, começou a competir oficialmente, e, no ano seguinte, ingressou no Exército, de onde viria o apelido que o acompanharia até o fim da vida.
Mesmo sem repetir o recorde de 1975, construiu uma carreira brilhante: tricampeão mundial, bicampeão pan-americano e oito vezes campeão brasileiro. Nos Jogos Olímpicos de Montreal (1976), conquistou o bronze, lamentando não ter levado o ouro que tanto sonhava.
A glória, porém, foi interrompida de forma trágica.
Em 22 de dezembro de 1981, João sofreu um grave acidente de carro. Sua perna direita foi amputada meses depois, encerrando precocemente a carreira. Reformado como sargento, passou a viver de uma pensão como sargento reformado e de ajudas ocasionais.
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Em busca de novos rumos, e ainda com prestígio popular, foi eleito deputado estadual pelo PFL em 1986. Nos anos seguintes, o ex-campeão mergulhou no alcoolismo, desenvolveu cirrose hepática e morreu em 29 de maio de 1999, um dia após completar 45 anos.