Aos 23 anos, Isabella Longuinho, ou simplesmente Bella, representa uma nova geração de influenciadoras que têm usado as redes sociais para muito mais do que coreografias e vídeos virais. A jovem criadora de conteúdo, que ganhou notoriedade em 2021 dançando de sunga em meio à neve dos Alpes Suíços ao som de “No Chão Novinha”, de Anitta e Pedro Sampaio, agora compartilha com o público algo ainda mais profundo: sua transição de gênero.
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Com mais de 2 milhões de seguidores somando TikTok e Instagram, Bella sempre foi reconhecida pelo bom humor, pela irreverência e pelos treinos intensos. Durante um bom tempo, assinava como Zé Longuinho, uma figura que ela mesma descreveu como a de um “gay afeminado e bombado”. Em abril de 2025, no entanto, sua jornada tomou um novo rumo. Em um post comovente, Isabella escreveu: “Hoje, com todo carinho do mundo, me despeço do nome Zé Longuinho. Um nome que foi tão importante para mim, mas com o qual eu não me identifico mais. Chegou o momento dela, da Isabella.”
A partir de então, Bella passou a compartilhar em detalhes o processo de transição, com vídeos, reflexões, mudanças físicas e cirurgias. Em agosto, uma de suas publicações mais recentes viralizou ao mostrar, por meio de dança e edição, o “antes e depois” de sua identidade. Ao som de Macetar, de Anitta, ela escreveu na legenda: “Quem diria que esse menino se tornaria essa mulher? Vocês imaginavam?”
A resposta veio em forma de afeto e admiração. Os comentários foram dominados por elogios e palavras de apoio: “A transição mais leve e bonita que já vi, respeitando seu tempo, seu momento e o que estava sentindo”, escreveu um fã. Outro destacou: “Ela humilha em todos os gêneros.”
Bella passou por uma cirurgia de feminização facial, afinou o nariz e realizou procedimentos estéticos como harmonização nos glúteos, onde aplicou ácido hialurônico. Em junho, dividiu com seus seguidores que havia eliminado mais de 12 kg durante o processo. A mudança corporal, no entanto, não foi pautada por vaidade ou padrão, mas por autoconhecimento. Em uma publicação em conjunto com seu médico, escreveu: “Quando o corpo acompanha a alma, a transformação é completa.”
O post refletia um sentimento maior do que estética: o de finalmente habitar o próprio corpo com paz. “Durante um tempo, o foco era ganhar massa muscular — seguir os padrões que um dia pareceram necessários. Mas, com o tempo, ela foi entendendo que o verdadeiro objetivo era outro: sentir-se em paz dentro do próprio corpo”, dizia o texto, que também enfatizava o cuidado com a saúde física e emocional durante toda a transição.
Isabella também teve apoio de figuras da cena LGBTQIA+, como a drag queen Halessia, que participou de sua transformação visual na estreia como Bella, com próteses de seios e lace nos cabelos.
A influenciadora, que antes já quebrava estereótipos sobre masculinidade e corpo com seu conteúdo fitness e performático, agora se torna símbolo de outra narrativa: a da liberdade de ser quem se é, sem pressa e com amor. Mais do que uma mudança de aparência, a história de Bella Longuinho é sobre pertencimento. E como ela mesma disse: “Agora, eu sou mais eu.”