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conheça descobertas do restauro do Palacete do Parque Lage; vídeo

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outubro 8, 2025
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Quatro segredos do Parque Lage

Percorrer os ambientes em fase de restauro no famoso Palacete do Parque Lage, na Zona Sul do Rio, é fazer uma descoberta atrás da outra. O trabalho minucioso em andamento revela segredos como detalhes dourados do salão nobre do casarão, que alguns restauradores defendem serem folhas de ouro em relevo. Em outros cômodos, sob quatro demãos de tinta removidas com paciência cirúrgica, vêm à tona pinturas originais, tetos policromados e texturas que parecem lembranças.

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As obras integram a maior reforma no imóvel em cem anos, conduzida pelo governo do estado, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seiop), com investimento de R$ 21,4 milhões. Mais do que rebocos e pigmentos, quando concluídos, em julho de 2026, os reparos farão do palacete um espaço renovado para a educação artística e a visitação do público.

Quatro segredos do Parque Lage

Ali, tudo é de uma beleza de cair o queixo. Na antiga sala de jogos da família Lage, que viveu ali no século passado, há, sob uma primeira camada de tinta bege, pinturas e um teto policromado com ornamentos de gesso. Nas paredes, existem desenhos em formato de quadriculado, feitos com linhas finas que se cruzam e formam losangos. Dentro deles, aparecem detalhes em vermelho e branco, enquanto nas bordas há molduras florais e arabescos em tons de azul e ocre.

Ao lado, uma saleta com arco jamais aberta ao público revelou-se um cantinho quase secreto: paredes com quadros desenhados em vermelho, cabeças de anjo e iconografias sacras cuidadosamente pintadas.

Restauradora trabalha em parte do teto do palacete — Foto: Custodio Coimbra
Restauradora trabalha em parte do teto do palacete — Foto: Custodio Coimbra

Nesses cenários, restauradores usam bisturis, espátulas e solventes em gel preparados para não agredir a base original e realizar um verdadeiro “striptease” — nome do produto que remove com precisão, camada a camada, tinta e massa até alcançar o que se acredita ser a pintura original.

— Encontramos a pintura decorativa original, e estamos tentando resgatá-la. Foram pelo menos quatro camadas de tinta que retiramos até chegar a esse ponto. Para isso, escurecemos o ambiente e usamos uma luz ultravioleta, porque ela mostra o que está por cima. Estamos identificando o estado de conservação do material e definindo o melhor procedimento para a reintegração desse ambiente — explica a restauradora Alice Torres, responsável pelos serviços internos.

O palacete em obras no meio da Mata Atlântica: um dos mais belos cenários do Rio — Foto: Custodio Coimbra
O palacete em obras no meio da Mata Atlântica: um dos mais belos cenários do Rio — Foto: Custodio Coimbra

Do lado de fora, o trabalho também exige testes e cuidado. A limpeza da fachada, feita em pedras e estruturas de concreto, passou por testes com diferentes escovas, das cerdas macias às mais firmes, e por dois tipos de escovação: primeiro aquosa (apenas água e sabão neutro) e, depois, uma escovação a seco. Segundo a arquiteta responsável pela obra, Camila Terra, a fachada será a primeira entrega, prevista para fevereiro de 2026.

— Depois da limpeza, entra a etapa química, feita com produtos específicos e controlados, que garantem a remoção de agentes biológicos e manchas, como os líquens, que são aqueles organismos esverdeados que aparecem com o tempo e se fixam na pedra, sem danificar o material original. É um processo delicado, mas já dá para ver uma diferença grande — diz o restaurador Leandro da Silva, responsável pela equipe da fachada.

Restauração do Palacete do Parque Lage. Maior intervenção já realizada nos últimps 100 anos, já começou a dar resultados com a recuperação das paredes internas do imóvel, tombado pelo IPHAN — Foto: Custódio Coimbra
Restauração do Palacete do Parque Lage. Maior intervenção já realizada nos últimps 100 anos, já começou a dar resultados com a recuperação das paredes internas do imóvel, tombado pelo IPHAN — Foto: Custódio Coimbra

A área da piscina, cartão-postal do Parque Lage, com vista para o Cristo, também passou por limpeza e recomposição. O concreto que estava escurecido recuperou tons mais claros, devolvendo o brilho à piscina, cenário de tantos filmes, como “Macunaíma”, de 1969.

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Enquanto o restauro avança, a Escola de Artes Visuais (EAV), que funcionava no palacete, foi transferida temporariamente para as cavalariças — uma solução que garante a continuidade das aulas. Paralelamente ao restauro do palacete, a obra prevê a construção de salas mais estruturadas para os mais de 700 alunos, além de banheiros e climatização. A visitação ao parque também está suspensa durante as obras.

Iniciada em maio, a restauração contempla, além da recuperação das superfícies originais, melhorias de infraestrutura: acessibilidade, iluminação, instalações elétricas e hidráulicas, climatização e um moderno sistema de combate a incêndios.

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Segundo o secretário de Infraestrutura e Obras Públicas, Uruan Andrade, é parte do compromisso não apenas devolver o imóvel ao seu brilho histórico, mas também atualizar suas infraestruturas para usos contemporâneos, didáticos e de visitação.

— Essa obra é um pouco complexa porque a gente tem que deixar tudo o mais parecido possível com o que era originalmente. Nossas equipes são capacitadas e vão entregar esse importante equipamento cultural do Rio totalmente restaurado — disse o secretário.

Restauro do Palacete do Parque Lage: obras devem ficar prontas em 2026 — Foto: Custodio Coimbra
Restauro do Palacete do Parque Lage: obras devem ficar prontas em 2026 — Foto: Custodio Coimbra

A expectativa é a mesma do governador Cláudio Castro:

— Este é um investimento que une respeito à história e olhar para o futuro. Estamos reformando o Palacete do Parque Lage mantendo a sua essência, garantindo que esse patrimônio histórico continue vivo para as próximas gerações, valorizando a cultura e fortalecendo o turismo da nossa cidade.

A história do Parque Lage atravessa séculos. Antes de ser o parque público que conhecemos, a área foi um engenho de açúcar no Brasil colonial, pertenceu a Rodrigo de Freitas Mello e Castro e à família Lage, que mandou construir o palacete nos anos de 1920. A propriedade foi convertida em parque público no início da década de 1960.

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