Na tarde do último domingo (12), o professor aposentado Antonio Petraglia, de 70 anos, saiu para sua costumeira caminhada. Após percorrer parte do Flamengo, chegou à trilha do Morro da Urca, ambos na Zona Sul do Rio. Os passeios foram recomendações médicas após o idoso ser diagnosticado com Alzheimer. Para fazer os percursos sozinho, a família o monitora através de um aplicativo que mostra a localização de Antonio em tempo real. A trilha foi o último ponto indicado até o sinal parar.
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A família acionou o Corpo de Bombeiros na noite de domingo, quando as buscas tiveram início. Desde então, equipes especializadas em socorro florestal e em salvamento em montanha percorrem o local, de maneira ininterrupta, até durante a noite, com drones de varredura térmica, que identificam o calor do corpo. Após seis dias, os militares ampliaram a área de monitoramento.
Desde a segunda-feira os agentes monitoram a região por terra, com cães de faro com habilidades específicas para busca de pessoas perdidas em matas e florestas e agentes a pé. Equipes especializadas ainda vasculham as águas do entorno, no costão, com motos-aquáticas, botes infláveis avançados, mergulhadores e guarda-vidas. No ar, além de drones, aeronaves dão suporte com sobrevoos.
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As equipes buscam por indícios da presença de Petraglia, e de novos pontos de interesse que possam indicar sua localização. Os bombeiros destacam que a ampliação da área de cobertura ocorreu no sexto dia, após varredura terrestres e aéreas em todas as trilhas do Morro da Urca, nas áreas de mata, bifurcações e acessos secundários, assim como no costão.
Assistentes sociais da corporação seguem prestando apoio à família.
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Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição em que ingressou nos anos 1970, Antonio Petraglia é uma referência no ramo da Eletrônica. Mas, em 2021, o docente precisou se aposentar: o diagnóstico de Alzheimer foi o grande culpado disso. Desde então, mesmo sem estar na ativa, segue frequentando o campus do Fundão, acompanhando a mulher, Mariane Petraglia, nos dias em que a também professora universitária precisa dar aulas.
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Se a doença o fez se aposentar, fisicamente, quem convive com o professor, relata vitalidade. Conforme informado pela família aos bombeiros, Petraglia costuma realizar caminhadas no Flamengo e em seu entorno, na Zona Sul do Rio, mas desapareceu no fim da tarde do último domingo.
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Morador do Flamengo, o professor aposentado é acompanhado por um rastreador instalado seu celular: foi justamente essa tecnologia a responsável por indicar uma área de buscas. A última localização, que não indica um ponto específico, mas, na verdade, um raio de um quilômetro que engloba a trilha do Morro da Urca, assim como áreas de mata fechada e a pista Cláudio Coutinho, é das 17h23 de domingo (12), explicou o major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros. Petraglia usava roupa de caminhada, com uma camisa cinza e um short preto.
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Em nota, a Secretaria municipal de Meio Ambiente e Clima informa que presta apoio técnico e logístico na busca por Petraglia. A pasta informa ainda que o horário de funcionamento do monumento natural pela pista Cláudio Coutinho é de 6h às 18h, com controle do portão feito pela Escola de Comando e Estado Maior do Exército.